Ari Miranda
Única News
O ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou nesta quarta-feira (14) um pedido de habeas corpus ao detento Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, um dos pioneiros do Comando Vermelho em Mato Grosso, preso na Operação Ativo Oculto, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em março do ano passado.
No pedido, a defesa de ‘Sandro Louco’ afirmou que a prisão é indevida, visto que outros indiciados da operação já tiveram suas prisões preventivas revogadas. Além disso, os advogados alegaram que Sandro ficou isolado de outros presos por mais de um ano, cumprindo pena no ‘Raio 8’, área de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE), tempo suficiente para se afastar do crime.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já havia negado um pedido de soltura ao preso, sob a justificativa de que a prisão de Sandro Louco era necessária para garantir a ordem pública, devido à gravidade dos crimes e ao papel de liderança do criminoso dentro da facção.
Os advogados dele então recorreram à Instância Máxima do judiciário, mas o ministro entendeu que, no momento, não há indícios claros da ilegalidade da prisão e que abonem a soltura do réu e indeferiu o pedido. Além disso, destacou na decisão que o caso será analisado com mais profundidade em um julgamento posterior, por um colegiado.
“Destarte, a pretensão será analisada mais detalhadamente na oportunidade de seu julgamento definitivo, após as informações devidamente prestadas. Por tais razões, indefiro o medido de liminar”, disse José Ilan Paciornik na decisão.
(Foto: Reprodução/Montagem)
Sandro Louco cumpre pena na Penitenciária Central do Estado (PCE).
O CRIMINOSO
Considerado um dos fundadores do Comando Vermelho no estado, Sandro Rabelo, o "Sandro Louco", coleciona uma série de condenações que ultrapassam os 200 anos, pelos crimes de falsificação, roubo, homicídio, latrocínio, sequestro, cárcere privado e posse ou porte ilegal de arma de fogo.
O detento foi capturado pela primeira vez em 2000, após assalto a uma agência bancária na cidade de Várzea Grande, porém conseguiu fugir no mesmo ano.
Em um período de 4 anos, Sandro Louco protagonizou várias fugas da prisão. Em uma delas, acabou fugindo pela porta da frente da cadeia e, de quebra, levando consigo as armas dos policiais que faziam a guarda do local.
Sua última prisão ocorreu no ano de 2005, no Estado de São Paulo, onde chegou a ficar preso cerca de 6 meses. Assim que voltou para Mato Grosso, liderou uma rebelião no presídio, em Água Boa (a 730 km ao leste da Capital), onde matou um dos detentos.
Após uma série de transferências para presídios federais, em 2016, o detento retornou para Mato Grosso e desde então cumpre pena na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde passou 13 meses preso no Raio 8, área de isolamento da unidade prisional, de onde saiu EM 23 de abril deste ano, após decisão da Justiça, retornando para a ala comum da PCE.
A OPERAÇÃO
O Gaeco, com apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, deflagrou na manhã do dia 23 de março de 2023 a operação Ativo Oculto, para cumprimento de ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão, prisão preventiva, prisão temporária, bloqueio de bens e valores.
A operação se fundamentou em investigação conduzida pelo Gaeco e apurou crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens e valores arrecadados com as atividades do Comando Vermelho no Estado.
271 mandados foram cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Mirassol D´Oeste, Araputanga, Barra do Bugres, Arenápolis, Sinop e Rondonópolis. Também foram cumpridas ordens judiciais em Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Já no dia 3 de abril, o Gaeco deflagrou a segunda fase da operação, onde foram cumpridos mais quatro mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária. Entre os alvos, a advogada de “Sandro Louco”.
FAÇA PARTE DE NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS!