Ari Miranda
Única News
O desembargador Helio Nishiyama, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), manteve a prisão do empresário Edézio Correa, preso durante a deflagração da Operação Gomorra na última quinta-feira (7), que investigou o envolvimento de Edézio em fraudes em contratos firmados com a Prefeitura de Barão de Melgaço (104 Km de Cuiabá).
A manutenção da prisão atende a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que executou a operação, através do seu Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco). O processo corre em sigilo de Justiça.
RELEMBRE:
- NACO prende seis por fraudes em licitações de prefeitura no interior do estado
- Prefeita reeleita e ex-delator de Silval são alvos de operação por desvios em prefeitura de MT
Além de Edézio, outras cinco pessoas ligadas ao mesmo núcleo familiar foram presas durante a operação. Todavia, o magistrado determinou a soltura de Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição, esposa de Edézio; a irmã dele, Eleide Maria Correa; e os sobrinhos, Roger Corrêa da Silva, Waldemar Gil Corrêa Barros e Jânio Corrêa da Silva.
Conforme o MP, o esquema era liderado por Edézio, que também foi réu na Operação Sodoma, que apurou esquema de pagamento de propina durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (sem partido).
(Foto: Reprodução/Google Street View)
A FRAUDE
Além dos alvos da operação, as investigações giraram em torno de quatro empresas pertencentes ao grupo e que foram usadas pelos envolvidos na fraude, que causou um prejuízo estimado em R$ 10,8 milhões aos cofres públicos de Barão de Melgaço. Além de Edézio, os quadros societários das empresas investigadas tinham a esposa dele, sua irmã e os três sobrinhos.
O grupo familiar é proprietário das empresas Pontual Comércio e Serviços de Terceirizações, Pantanal Gestão e Tecnologia, Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda. e a Centro América Frotas Ltda, que tinham contratos com mais de 100 prefeituras do estado.
Investigações preliminares do NACO apontam que em Barão de Melgaço, o grupo criminoso atuava na adulteração de notas, utilização de “cartão coringa” para desvio de combustível e prática de sobrepreço. Conforme o MP, o esquema foi descoberto após a análise de todas as licitações homologadas pela Prefeitura local com a empresa Centro América Frotas, de propriedade de um dos alvos da operação, no período de 2020 até os dias atuais.
Todavia, conforme o Ministério Público, algumas das empresas participantes eram apenas de “fachada” e sequer possuíam atividade empresarial, sendo criadas única e exclusivamente para saquear os cofres públicos de prefeituras do estado.
A análise dos contratos feita pelo NACO em Barão de Melgaço também demonstrou diferenças absurdas de valores em contratações semelhantes feitas em outros municípios, onde o grupo também atuava. Em uma dela, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas em 2021 e 2022.
EMPRESÁRIO ERA O “CENTRO”
Segundo o organograma do MP, Tayla Beatriz era sócia do marido, Edézio Correa, na Pontual Comércio. Já o sobrinho Roger Correa era sócio do tio na Pantanal Gestão e Tecnologia.
Waldemar, por sua vez, era sócio do tio na Pantanal e na Saga Comércio, que além do sobrinho tinha como 2ª sócia a irmã de Edézio, Eleide Maria, que também era sócia do irmão na Centro América Frotas, assim como o filho dela, Jânio Correa.
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