03 de Dezembro de 2024
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POLÍCIA Quinta-feira, 07 de Novembro de 2024, 12:19 - A | A

07 de Novembro de 2024, 12h:19 - A | A

POLÍCIA / OPERAÇÃO GOMORRA

Prefeita reeleita e ex-delator de Silval são alvos de operação por desvios em prefeitura de MT

Investigações apontam que a organização criminosa movimentou mais de R$ 10,8 milhões recebidos por meio da fraude

Ari Miranda
Única News



Entre os alvos da Operação Gomorra, deflagrada na cidade de Barão de Melgaço (104 Km de Cuiabá) na manhã desta quinta-feira (7), estão a prefeita reeleita Margareth Gonçalves da Silva (UB) e o empresário Edézio Correia, que foi um dos delatores da “Operação Sodoma”, deflagrada em 2015 e que revelou uma série de fraudes cometidas no Governo do Estado, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.

A operação, coordenada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) do Ministério Público de Mato Grosso, investiga a atividade da organização criminosa, composta por membros do mesmo núcleo familiar, que estariam fraudando licitações e desviando recursos públicos dos cofres da Prefeitura de Barão.

As ordens de prisão foram expedidas pelo desembargador Helio Nishiyama, do Tribunal de Justiça (TJMT). Além da prefeita e do empresário, também são investigados Tayla Beatriz Silva Bueno Conceição; Eleide Maria Correa; Waldemar Gil Correa Barros, Jânio Correa Da Silva e Roger Correa Da Silva. Quatro empresas, pertencentes ao mesmo grupo familiar, também são investigadas pela prestação de serviços em locação de sistema administrativo de autogestão integrada para o Departamento de Frotas do município, causando um prejuízo estimado em R$ 10,8 milhões.

As investigações preliminares do NACO apontam que o grupo criminoso atuava na adulteração de notas e utilização de “cartão coringa” para desvio de combustível e prática de sobrepreço no município de Barão de Melgaço. Conforme o MP, o esquema foi descoberto após a análise de todas as licitações homologadas pela Prefeitura de Barão de Melgaço com a empresa Centro América Frotas, de propriedade de um dos alvos da operação, no período de 2020 até os dias atuais.

Foi constatado que outras empresas que participaram dos certames vencidos pela Centro América Frotas tinham como sócios pessoas da mesma família do proprietário da empresa vencedora. Além disso, foi descoberto que algumas das empresas participantes eram apenas de “fachada” e sequer possuíam atividade empresarial.

Além disso, indícios apontam que as empresas ligadas ao grupo tinham contratos com prefeituras e câmaras de vereadores em outras 100 cidades de Mato Grosso, destacando que as empresas em questão foram criadas com a única finalidade de saquear os cofres públicos das prefeituras de MT, causando um prejuízo estimado em R$ 1,8 bilhões.

A análise dos contratos feita pelo NACO em Barão de Melgaço também demonstrou diferenças absurdas de valores em contratações semelhantes feitas em outros municípios onde o grupo também atuava. Em uma dela, houve um aumento de mais de nove milhões em contratações realizadas em 2021 e 2022.

NOME DA OPERAÇÃO

“Gomorra” remete à operação “Sodoma”, deflagrada no ano de 2015 durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa e que revelou a existência de uma organização criminosa que, assim como feito em Barão de Melgaço, fraudava licitações e recebia vantagens indevidamente.

Na ocasião, Edézio Correa era sócio na empresa Saga Comércio e Serviços Tecnologia Ltda., uma das empresas utilizadas para desviar R$ 8,1 milhões dos cofres do Estado.

Atualmente, a empresa, que tem sede registrada na Capital, tem como sócia Eleida Maria Correa, alvo da operação desta quinta-feira.

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