Carolina Mainardes
Globo Rural
De olho no mercado europeu, produtores rurais do Norte do Paraná têm apostado no abacate hass – o avocado - como nova alternativa de renda. A adaptação da variedade ao clima da região e a boa rentabilidade estão entre as vantagens apontadas pelos agricultores. Além disso, o produto ganha espaço como opção num momento em que as lavouras de laranja e de café têm gerado prejuízos para os produtores locais.
Todo o volume do avocado produzido nessa região paranaense é exportado para a Europa. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) desenvolve um projeto de expansão da cultura na área, orientando os produtores a respeito das exigências do mercado internacional.
O produtor Edson Gudi, de Cornélio Procópio, implantou os primeiros pomares de avocado em 2020. Desde o ano 2000, a laranja de mesa era a cultura principal na propriedade, mas as perdas com o greening levaram o produtor a desistir da produção e a destinar a área ao avocado.
“A cultura é interessante e, por ser um produto para exportação, tem um mercado bem maior do que as outras variedades de abacate”, avalia Gudi, que é integrante da Cooperativa dos Fruticultores de Nova América da Colina e região (Nova Citrus), que reúne 20 produtores de avocado da região. O produtor conta que eliminou o último talhão da plantação de laranja há algumas semanas e pretende destinar, no total, 11,5 hectares da propriedade para o avocado.
O produtor Cláudio Koguissi, do município de Assaí, cultiva o avocado desde 2020 e está satisfeito com os resultados: “é uma boa opção de renda para não ficarmos na dependência de uma única cultura”. Ele implantou o avocado em 5 hectares, em áreas que eram ocupadas pela laranja, ameaçada pelo greening, e pelo café que, segundo ele, “teve um período de queda horrível de preço”. Koguissi planeja tornar o abacate hass uma das culturas principais na propriedade.
Potencial
Os pomares de avocado levam três anos para entrar em produção. Na região Norte do Estado, que já é um polo tradicional de abacate tropical, a produtividade do avocado tem alcançado 15 toneladas por hectare, a partir do quarto ano, segundo o IDR-PR.
Com preços em torno de 50% a 100% superiores aos do abacate tropical, a produção da variedade hass foi de 80 toneladas na última safra, com participação de produtores de quatro municípios da região. A expectativa, segundo Gudi, é chegar a uma produção de 150 toneladas em 2027.
Para o agrônomo Mauro Tofanelli, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do abacate, o cultivo deve crescer no Brasil devido ao grande potencial de consumo mundial do fruto. “Existe uma expansão da cultura do abacateiro não só no Paraná, mas no Brasil, incluindo a região Nordeste. Mas ainda é um incremento tímido. O abacate merece um crescimento maior, tendo em vista essa tendência de aumento do consumo da fruta nos mercados interno e externo”, observa.
Mercado internacional
De acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Brasil exportou mais de 26 mil toneladas de abacate em 2023, movimentando mais de US$ 39 milhões. O interesse do mercado externo é pelo avocado, que tem a casca grossa e verde escura e o peso entre 200 e 350 gramas - menor que o abacate tradicional.
Para atender aos padrões de qualidade do mercado europeu, além de frutas visualmente atraentes, a produção não pode ter qualquer resíduo de agrotóxico. Por isso, é recomendado o uso de produtos biológicos a partir de uma fase da produção.
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