Da Redação
Única News
(Reprodução/Montagem)
No detalhe, o empresário Marlon Pezzin.
A Polícia Civil do Estado de Alagoas e Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-AL) deflagraram nesta quinta-feira (1º) a Operação Hades, para cumprimento de 307 mandados, entre prisões e de busca e apreensão, em Alagoas e outros 16 estados de forma simultânea – entre eles, Mato Grosso. As investigações apontaram a existência de um mega esquema criminoso de tráfico de drogas em larga escala, além de crimes de lavagem de dinheiro.
Em Mato Grosso, um dos presos na operação é o empresário José Clóvis Pezzin. “Marlon Pezzin”, como é conhecido, é o motorista do veículo Porsche 911 Carrera, que atingiu um VW Fox de cor preta, conduzido pelo frentista Gabriel de Paula (20), na MT-010 (Estrada da Guia), em 17 de janeiro deste ano.
Gabriel está internado no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) desde o dia do acidente e passou por cinco cirurgias. O rapaz saiu do coma nesta semana, após 14 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
RELEMBRE O CASO:
- Motorista bate carro de luxo durante ‘racha’ na Estrada da Guia
- Frentista atingido por Porsche durante suposto “racha” na MT-010 sai do coma
Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió, após parecer favorável do Gaeco, do Ministério Público de Alagoas (MP-AL), com base nas provas técnicas apresentadas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil alagoana.
Além de Alagoas e Mato Grosso, as ordens judiciais, sendo 79 delas de prisão e 228 de busca e apreensão, estão sendo executadas simultaneamente nos estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e São Paulo, com o apoio de policiais civis de cada unidade federativa.
Segundo apurado pelo Única News, em Cuiabá, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil de Mato Grosso, presta apoio ao cumprimento do mandado contra o empresário, expedido pela Justiça alagoana e cumprido em um condomínio de luxo da capital.
Além de Marlon Pezzin, outros 13 mandados estão sendo cumpridos em MT, sendo três de prisão e outros 10 de busca e apreensão.
O ESQUEMA
As investigações do esquema começaram em março de 2021, pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil de Alagoas, para apurar a movimentação criminosa de quatro pessoas, sendo dois casais, em atividades ilícitas.
Dois casais foram identificados e lideravam duas células de forma independente, um em Alagoas e outro no Estado do Pará, porém com pontos em comum, como membros que pertenciam às mesmas facções criminosas de âmbito nacional, em um esquema muito sofisticado de lavagem dinheiro.
Em Alagoas, a quadrilha atuava principalmente em Maceió, no bairro da Levada e adjacências. O casal também realizava a distribuição de drogas para outros municípios alagoanos, onde há predominância da facção criminosa a qual o grupo pertencia.
Ao longo da investigação, agentes descobriram que os fornecedores que abasteciam o mercado alagoano de entorpecentes eram do estado de São Paulo. Eles recebiam as drogas dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estados que fazem fronteira com Paraguai e Bolívia, grandes produtores sul-americanos de drogas.
Já o segundo grupo era liderado por um homem natural do Pará, mas que morou muito tempo em Alagoas e estabeleceu o comando do tráfico de drogas em bairros da área nobre de Maceió, como Ponta Verde, Jatiúca, Pajuçara, Mangabeiras e Jacarecica. Ele também estava à frente de atividades ilícitas em solo paraense.
A droga que era vendida pela célula paraense tinha como origem fornecedores do estado do Amazonas, que faz fronteira com a Colômbia e o Peru, primeiro e segundo maiores produtores de cocaína do mundo, respectivamente.
MANDADOS CUMPRIDOS POR ESTADO
Alagoas - 27 mandados, sendo sete de prisão e 20 de busca e apreensão;
Amazonas - 29 mandados, sendo três de prisão e 26 de busca e apreensão;
Bahia - dois mandados de busca e apreensão; Ceará - 11 mandados, sendo três de prisão e oito de busca e apreensão;
Goiás - 10 mandados de busca e apreensão;
Mato Grosso - 13 mandados, sendo três de prisão e 10 de busca e apreensão;
Mato Grosso do Sul - 61 mandados, sendo 19 de prisão e 42 de busca e apreensão;
Minas Gerais - cinco mandados, sendo um de prisão e quatro de busca e apreensão;
Pará - 40 mandados, sendo 14 de prisão e 26 de busca e apreensão; Paraná - um mandado de prisão;
Pernambuco - três mandados, sendo dois de prisão e um de busca e apreensão;
Piauí - dois mandados, sendo um de prisão e um de busca e apreensão;
Santa Catarina - quatro mandados, sendo um de prisão e três de busca e apreensão;
São Paulo - 84 mandados, sendo 19 de prisão e 65 de busca e apreensão.
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