Karine Campos
Única News
A influenciadora Mariany Dias, de 20 anos, estudante de Odontologia, foi presa durante a Operação Quéfren, da Polícia Civil, realizada na manhã desta quarta-feira (2). Além dela, uma outra influenciadora, a modelo Emilly Souza, também foi alvo da operação, mas até o momento não foi localizada pelas autoridades e está foragida.
A Operação Quéfren visa desarticular grupos que divulgam e estimulam os jogos ilegais no Brasil, o famoso “jogo do Tigrinho”, nos estados de São Paulo, Ceará, Mato Grosso e Pará.
Mariany Dias usava seu Instagram, com mais de 36,7 mil seguidores, para realizar a divulgação dos jogos ilegais e mostrar a quantia que lucrava com eles. Ela fazia a propaganda divulgando os supostos lucros recebidos e influenciava aqueles que a seguiam de baixar e jogar nas plataformas.
A suspeita, que é estudante de Odontologia, também postava seu dia a dia e as coisas que comprava com o dinheiro obtido no jogo.
Mariany foi presa em casa, no condomínio Florais da Mata, em Várzea Grande, nesta manhã. Durante o mandado de busca, o celular e notebook da investigada foram apreendidos para ajudar nas investigações.
A outra influenciadora investigada é Emilly Souza, que assim como Mariany também fazia questão de postar os lucros dos jogos e o luxo que vivia com o dinheiro recebido com eles em sua conta no Instagram, com mais de 95 mil seguidores.
A Polícia Civil não localizou a enfurecer que se encontra foragida até o momento.
Operação Quéfren
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, participa da Operação Quéfren, deflagrada nesta quarta-feira (2), simultaneamente nos estados do Ceará, Mato Grosso, São Paulo e Pará.
O trabalho operacional tem como objetivo efetuar prisões e apreender bens de agentes de plataformas e influenciadores digitais, suspeitos de divulgar, fomentar e estimular a prática de jogos ilegais no Brasil.
Investigações
Conforme apurado pela Polícia Civil do Ceará, desde abril de 2024, a maioria dos investigados são agentes de plataformas responsáveis pela contratação de influenciadores digitais para divulgação de cassinos online, através de suas redes sociais para promover sites de apostas não autorizadas e ilegais no país.
As diligências apontam indícios de lavagem de dinheiro, estelionato praticado por parte dos investigados, além da existência de uma organização criminosa articulada de caráter transnacional.
Com milhares de seguidores, os influenciadores digitais gravavam vídeos e imagens com ganhos fictícios em plataformas de cassino online e postavam em suas redes sociais para captar maior número de apostadores.
Os envolvidos também utilizavam conta “demo/teste” para iludir os seguidores, bem como integram uma rede que negociavam diretamente com chefes das plataformas que tem como proprietários pessoas que residem no exterior, a sua maioria na China, fazendo a indicação de outros influenciadores digitais para a divulgação do “Jogo do Tigrinho”.
Os influenciadores digitais eram remunerados de diversas maneiras, desde o pagamento pela simples colaboração (postagem da plataforma), como pela quantidade de novos usuários nas plataformas (cadastro), ou receberiam comissionamento pelo montante de apostas (valores depositados pelas vítimas), movimentando milhões de reais nos últimos anos.
Além do pagamento de valores, os chefes das plataformas também pagavam viagens para o exterior para os agentes e influenciadores digitais, cujas viagens eram ostentadas em suas redes sociais como sinônimo de prosperidade com o jogo. Já os agentes de plataformas eram os responsáveis pela contratação dos influenciadores digitais, além de realizarem festas de lançamento de plataformas.
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