Karine Campos e Ana Adélia Jácomo
Única News
A investigação sobre supostas irregularidades em consignados no estado de Mato Grosso ganhou um novo e importante reforço para a elucidação de possíveis fraudes: a entrada da Polícia Federal (PF). A notícia foi recebida com entusiasmo pelo presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, que vê na participação da PF um avanço significativo na busca por clareza e responsabilização.
"A entrada da Polícia Federal é muito boa. Confesso que eu fiquei feliz com isso porque a gente acredita muito na força da Polícia Federal, no poder de investigação. É uma polícia bastante atuante", afirmou nesta quarta-feira (18).
O deputado ressaltou que a participação da PF é crucial, especialmente porque o caso "envolve recurso, pode ter lavagem de dinheiro e outras coisas". Ele também destacou o papel ativo da Assembleia Legislativa no acompanhamento do caso.
"A Assembleia tem que participar de forma ativa. Ontem mesmo nós tivemos aqui na casa uma grande audiência, um grande
Foto: Fred Moraes | Única News

O presidente da ALMT, deputado Max Russi.
debate. Escutamos o Tribunal de Contas", relembrou Russi.
Ele enfatizou que deputados de diversas frentes têm acompanhado de perto a investigação junto a órgãos de controle e fiscalização como Tribunal de Contas, Polícia Civil, Ministério Público e, agora, a Polícia Federal.
Para o presidente, o encaminhamento da investigação está positivo, e a expectativa é que "quem fez algum ilícito, o que aconteceu de errado, vai vir muito à tona de forma transparente e os culpados serão penalizados."
Divergências na apuração
Apesar do otimismo, Russi ponderou sobre a aparente diferença de avaliação entre os órgãos investigativos. Enquanto a Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, em um primeiro momento, indicou uma "relação conflituosa" sem vislumbrar crime, o Ministério Público Federal demonstrou uma visão diferente, apontando para possíveis ilícitos.
"Eu acho que a Polícia Civil, ela não pode fazer um juízo de valor no início de uma investigação e sem ter algo aprofundado de forma muito específica", disse Russi, reforçando sua confiança no trabalho conjunto de todas as instituições envolvidas: Polícia Civil, PF, Ministério Público e TCE. "Todos os órgãos de fiscalização estão presentes nessa investigação."
Paralelamente à investigação, o debate sobre soluções para os servidores segue na Assembleia. Max Russi demonstrou abertura para analisar propostas, como a apresentada pelo conselheiro do TCE, Sérgio Ricardo.
"É uma proposta, eu acho que agora esse é o momento de debate, né? Tudo que a gente encontrar de solução para poder facilitar a vida do nosso servidor, encontrar um caminho, encontrar uma forma de fazer, eu acho que é válido", pontuou. Ele citou uma recente audiência pública na Casa que tratou do tema.
Entenda o caso
As denúncias, apresentadas por diversos sindicatos de servidores públicos estaduais no início de junho, apontam para uma série de práticas abusivas. Entre elas, destaca-se o suposto "tele saque": a Capital Consig estaria usando a modalidade de "cartão de crédito consignado" para liberar valores em dinheiro diretamente na conta dos servidores, sem que eles recebam o cartão físico.
Os atos geraram descontos em folha de pagamento que se estendem indefinidamente, resultando em dívidas que não correspondem ao valor efetivamente recebido.
Além disso, os sindicatos relatam a dificuldade extrema em obter cópias dos contratos e a manipulação de valores, onde o montante creditado seria inferior ao total cobrado. A empresa também é acusada de não registrar as operações de crédito no Banco Central, o que compromete a transparência exigida por lei.
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