Da Redação
Única News
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá identificou os executores e mandantes de cinco homicídios ocorridos na região metropolitana da Capital nos últimos anos, ordenados por uma facção criminosa. Até a manhã desta quinta-feira (13), cinco alvos da Operação Sicários já tinham sido presos.
A Operação Sicários foi deflagrada pela Polícia Civil de MT nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e na cidade de Goiânia (GO) para cumprir oito mandados de prisões e oito de buscas contra os investigados.
A ação policial faz parte do planejamento estratégico da DHPP no enfrentamento às facções criminosas, que usam de violência extrema, coação e tortura para fazer cumprir as regras impostas pelo bando.
O planejamento da DHPP teve início com a análise criminal e mapeamento dos inquéritos policiais que reuniam indícios de autoria de crimes praticados a mando de facções criminosas na região metropolitana da Capital
“Para a continuidade dessas ações, a DHPP tem feito esse planejamento para reprimir crimes violentos, praticados com extrema brutalidade e tortura, como observamos nas apurações, e apresentando assim uma atuação repressiva qualificada, impactando, diretamente, na prevenção aos delitos com as prisões dos executores”, explicou Rodrigo Azem, delegado titular da especializada.
Reprodução/PJC

Torturas e execuções
Entre os crimes apurados, está a execução de Paulo Roberto Ribeiro da Silva (32), que desapareceu em julho de 2022. Vindo do interior paulista, o homem morava a pouco mais de 15 dias em Várzea Grande, quando foi sequestrada e morta por integrantes de uma facção.
“Essa atitude da vítima, que aparentemente visava ganhar algum tipo de respeito ou status, acabou por resultar no ‘decreto’ de sua execução, que foi efetuada por dois investigados”, explicou o delegado Maurício Maciel.
A investigação apontou ainda que Paulo Roberto foi levado por um dos responsáveis pela sua morte, para morar na quitinete, de onde desapareceu. Na data do desaparecimento, dois veículos foram ao local, um dos carros entrou no estacionamento e foi até a quitinete de Paulo. Neste momento, os ocupantes chamaram por ele e o colocaram dentro do veículo.
Um envolvido no homicídio foi preso durante a operação e com ele apreendida uma arma de fogo. Outro investigado ainda é procurado.
Vítima carbonizada
Outro homicídio ocorrido em circunstâncias semelhantes, também em Várzea Grande, foi registrado em março de 2019. O corpo de Jonas de Almeida Silva (26) foi encontrado carbonizado dentro de um veículo, em uma região de mata próxima ao bairro São Benedito.
Na noite do dia 26 de março daquele ano, Jonas foi atraído até uma casa no mesmo bairro, onde foi torturado. Na manhã seguinte, ele foi levado no porta-malas do seu próprio carro até a região de mata do bairro, onde morto e em seguida teve seu corpo queimado junto com o veículo.
Durante a investigação da morte do homem, que trabalhava como motorista de aplicativos, a DHPP identificou nove autores do homicídio qualificado e representou pelas prisões, sendo um mandado cumprido nesta quinta-feira e outros três nas semanas anteriores.
Falsamente acusado
A DHPP também apura outro homicídio qualificado, registrado em março deste ano no Jardim Eldorado, também em Várzea Grande, contra Joadil Norberto da Silva (34), falsamente acusado de uma tentativa de estupro e ‘julgado’ por integrantes da facção criminosa.
A vítima foi morta a pauladas e, durante a sessão de tortura, chegou a implorar por sua vida. Joadil foi socorrido inconsciente, mas morreu no pronto-socorro da cidade.
Execução de usuário
Mais um dos casos que integram a operação Sicários é sobre o homicídio que vitimou Onyclei de Souza, conhecido como “Jhony”, “Trocado” ou “Japão”, ocorrido em março de 2023.
Conforme a apuração, “Japão” era alcoólatra e usuário de entorpecentes e passou por uma casa de recuperação na Comunidade Pai André, em Várzea Grande. Ele tinha o costume de frequentar bares da região e, às vezes, cometia furtos quando estava embriagado.
Em um de seus delitos, Onyclei furtou a motocicleta de um traficante do bairro. Contudo, a família da vítima devolveu o veículo no dia seguinte, uma vez que o homem não furtou com a intenção de ficar com o bem e os familiares não queriam problema com o faccionado. Mesmo assim, o criminoso determinou a um “disciplina” da facção que o usuário fosse morto.
Onyclei foi espancado até a morte e depois teve o corpo jogado na porta da casa de recuperação, como forma exemplo a outros usuários. As investigações reuniram elementos probatórios que identificaram os responsáveis pelo homicídio.
Crime em 2016
Um dos inquéritos busca novas evidências a fim de chegar aos autores do homicídio de Jair Rodrigues Pinheiro (45) ocorrida há sete anos no bairro Dom Aquino, na capital. A investigação realizada nos últimos meses chegou a evidências que apontaram os envolvidos na morte de Jair Pinheiro e também no desaparecimento do executor desse homicídio.
Para apurar informações que possam identificar os envolvidos no crime, a DHPP cumpriu buscas nas cidades de Santo Antônio de Leverger, Cuiabá e Acorizal.
Nome da operação
Sicários significa a forma de atuação dos executores, agindo com maldade, crueldade, sendo perversos e com satisfação nas execuções.
O nome está ligado ao modo de agir de facções que expõem as execuções de vítimas como forma de intimidar outros membros que atentem contra seus atos normativos.
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