17 de Maio de 2025
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POLÍCIA Sexta-feira, 16 de Maio de 2025, 16:51 - A | A

16 de Maio de 2025, 16h:51 - A | A

POLÍCIA / CASO KETLHYN VITÓRIA

Médico que matou namorada de 15 anos é indicado por feminicídio e outros 6 crimes

O inquérito policial que investigava o caso foi concluído nesta sexta-feria (16). O caso aconteceu em 3 maio, no município de Guarantã do Norte

Christinny dos Santos
Única News



O médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29, que efetuou o disparo de arma de fogo que matou a namorada, de apenas 15 anos, Ketlhyn Vitória de Souza, responderá por feminicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, e outros seis crimes. O inquérito policial que investigava o caso foi concluído nesta sexta-feira (16). O caso aconteceu em 3 maio, no município de Guarantã do Norte.

Conforme o delegado Waner dos Santos, poucos meses antes de efetuar o disparo que matou Ketlhyn, Bruno adquiriu a arma de maneira ilegal e, durante seu depoimento, admitiu que dias antes do crime efetuou um tiro a esmo nas ruas da cidade. Portanto, responderá pelo porte ilegal e pelo disparo de arma de fogo.

Além disso, na noite do dia 2 de maio, Bruno e Ketlhyn estavam juntos no Bar do Contêiner, onde consumiram bebidas alcoólicas. Já de madrugada, o casal deixou o estabelecimento com o médico dirigindo o carro, mas quando chegou a Guarantã, colocou a adolescente em seu colo, permitindo que ela conduzisse o veículo. O delegado explicou que, neste interim, o criminoso infringiu três normas instituídas na legislação que proíbe: fornecer a adolescentes bebida alcoólica ou outros produtos cujos componentes possam causar dependência física, ou psíquica; dirigir sob efeito de álcool ou substâncias psicoativas; e entregar veículo automotor a pessoa não habilitada.

Enquanto trafegava pela Avenida Guarantã, Bruno puxou o gatilho, disparando o tiro que atingiu e matou Ketlhyn. Waner dos Santos explica que, ainda que o médico pensasse que a arma estava desmuniciada, ao puxar o gatilho ele assumiu o risco de matar a garota, por isso responderá pelo crime de feminicídio por dolo eventual.

“Ao fazer um disparo de arma de fogo dentro do veículo… ao acionar o gatilho ele assumiu o risco desse disparo acontece e atingir a vítima. Uma pessoa que está embriagada, porta uma arma que ele imagine estar desmuniciada, puxa o gatilho dessa arma, ele assume o risco de provocar o resultado, ele assume totalmente o risco de matar essa vítima e por esse emotivo ele vai ser indiciado por esse crime”, explicou Warner.

Ketlhyn foi levada ao hospital pelo próprio Bruno, mas, apesar dos esforços dos médicos plantonistas, ela não resistiu. Quando soube que a namorada havia morrido, o médico causou tumulto no hospital e passou a depredar patrimônio público, crime pelo qual também responderá.

Histórico de violência

Bruno Felisberto já tinha um medida protetiva em seu desfavor, solicitada por sua ex-companheira. Após sofrer violência, ela recorreu à Justiça para assegurar que o agressor não se aproximasse mais dela.

Embora não tenha detalhado as atitudes de Bruno, ao decretar a prisão preventiva do médico, o juiz Guilherme Carlos Kotowicz citou a medida protetiva e o classificou como "uma pessoa contumaz na prática de condutas violentas” dentro de relacionamentos amorosos, demonstrando “padrão de comportamento agressivo”.

Mãe não aprovava relacionamento

Luciana de Souza, mãe de Ketlhyn, disse que já havia visto sinais de toxicidade e não concordava com o relacionamento da filha com o médico. A dona de casa relatou que ele era ciumento e possessivo com sua filha. Entre os sinais de que a relação não era saudável estavam as inúmeras brigas do casal, que aconteciam até mesmo na frente de outras pessoas.

Como que pressentindo o final trágico que a relação viria a ter, a mãe de Ketlhyn chegou a tirar a filha de Mato Grosso, levando-a com ela para a cidade onde morava, no estado do Pará, mas adolescente preferiu voltar para Mato Grosso.

A morte

Eram 2h da manhã quando a PM foi acionada no Hospital Nossa Senhora do Rosário. Na unidade, um enfermeiro informou que a vítima foi socorrida pelo namorado, o médico Bruno Felisberto, que chegou abalado, pedindo para que "salvassem a menina dele”, que “não saberia viver sem ela”.

A equipe médica tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas ela não resistiu.

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