Christinny dos Santos
Única News
O menor de 14 anos que matou os pais e o irmão de 3 anos, em Itaperuna, no Rio de Janeiro, após ter o namoro virtual desaprovado, se relacionava com uma adolescente do município de Água Boa, em Mato Grosso. Os dois se relacionavam há mais de 5 anos e a menor teria dado um ultimato para que ele fosse encontrá-la “custe o que custar". A menina já foi identificada pela Polícia Civil de MT e será ouvida pelas autoridades, que apuram se ela teve ou não participação no crime.
O triplo homicídio aconteceu no último sábado (21), após os pais do menor não deixarem que viajasse para Mato Grosso para conhecer a namorada. Irado, ele pegou a arma do pai e atirou contra as três vítimas, enquanto elas dormiam. Após as mortes, ele jogou os corpos dentro da cisterna da casa para ocultar os cadáveres. A avó do infrator registrou o desaparecimento da família, que foi localizada na tarde de terça (24).
Apreendido, o menor foi conduzido para delegacia, onde depôs confessando o crime. De acordo com o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP do Rio de Janeiro, o menor afirmou estar em relacionamento com outra adolescente que morava em Mato Grosso, mas não tinha a aprovação dos pais. As autoridades fluminenses acreditam que essa tenha sido a principal motivação do crime.
“A primeira motivação, realmente, seria o descontentamento dos pais desse adolescente com esse namoro dele com a família de Mato Grosso, cidade de Água Boa. Inclusive, nossa equipe, entrou em contato com a delegacia lá, da cidade, para saber onde se localiza essa adolescente e os pais dela, para que vão à delegacia para esclarecer isso aí”, disse o delegado.
Conforme Carlos Augusto, durante o depoimento, o menor afirmou que mantém um relacionamento com essa adolescente há 6 anos, ou seja, desde que tinha oito anos de idade. “Ele disse que conheceu essa garota em redes sociais, jogando videogame, jogando Playstation, Fortnite. Se relacionou com ela há 6 anos. ‘Desde que tinha 8 anos você se relacionava com ela?’ [perguntei], ‘sim’ [ele respondeu. ‘Se relacionava e tal, mas encontrou com ela, já viu foto dela ou era só um avatar?’. Então ele disse que falou que tinha foto e disse até nome completo, e realmente pesquisou, realmente bateu os nomes”, revelou.
Então, neste ano, a adolescente teria dado um ultimato para que os dois se conhecessem pessoalmente. “Ela teria dado um ultimato a ele. Teria dado um ultimato para que ele fosse Mato Grosso 'ciste o que custar'. Então, até que ponto o ultimato seria uma participação no crime, para que ele matasse os pais, isso ainda está muito incerto. Ou, possíveis ultimatos, término de namoro, término de relacionamento, e só isso. Então, ainda tem que ser aprofundado esse fato aí, e ela tem muito o que esclarecer lá”, afirmou o delegado do Rio.
Segundo o delegado, ao que parece, o objetivo do menor de fato era partir para Mato Grosso após a morte dos pais. Quando a equipe policial foi até a casa para investigar o desaparecimento da família, encontrou a mala dele pronta para viagem. Além disso, após a detenção, ele revelou ainda que já tinha planos e um emprego certo no Centro-Oeste, para trabalhar em um supermercado.
“Acho que o intuito dele seria realmente partir pra Mato Grosso. Em conversa informal com ele, ele disse que já teria combinado com essa namorada de ir pro Mato Grosso de fazer um Pix agendado, coisa do gênero, pra poder comprar uma passagem. E depois trabalharia em um supermercado em Mato Grosso com essa menina. De caixa, empacotador, salário de cerca de R$1400, ou seja, isso por si só já comprova que o fato foi premeditado. Já estava Mato Grosso na cabeça dele”, contou Carlos Augusto.
A Polícia Civil do Rio investiga também como possível motivação a intenção do menino de ficar com o valor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), de R$ 33 mil, que o pai tinha a receber. “E uma outra vertente, uma outra possível motivação, lembrando que, seja uma motivação ou outra, a motivação é fútil, essa segunda motivação seria um encontro no celular dele de pesquisas sobre como receber FGTS de falecido. Ou seja, ele já tinha visto no telefone do pai, que o pai teria uma quantia de cerca de 33 mil reais para receber de FGTS, então, indaguei ele sobre isso aí, ele falou que estava pesquisando um dia depois da morte. Enfim, então também, seja uma motivação por causa do relacionamento que ele tinha com essa menina, ou outra motivação, para nós já basta, uma motivação fútil”, contou o delegado.
Desaparecimento
A avó paterna do adolescente foi com ele até a delegacia para registrar o desaparecimento da família. Ela contou que tentava contato com eles desde sábado, mas não obteve resposta. O menor afirmou que o irmão mais novo tinha se engasgado com um caco de vidro e a última vez que viu os pais, foi quando eles saíram de casa às pressas em um carro de aplicativo para socorrê-lo.
Uma equipe policial percorreu os hospitais da cidade, mas não encontrou registros em nome de nenhum dos familiares. O delegado, então, solicitou perícia na casa, onde encontraram manchas de sangue no colchão do casal, além de roupas ensaguentadas e com pontos de queimado. Um forte odor levou os agentes até uma cisterna no exterior da propriedade, onde localizaram os corpos.
A perícia avaliou que a quantidade de sangue encontrada no local era incompatível com o acidente doméstico que o adolescente narrou para polícia. Ele só confessou o crime após a localização dos corpos e contou que deu um tiro na cabeça do pai e da mãe; no irmão, foi no pescoço. O infrator alegou ter matado a criança para poupá-la da perda dos pais.
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