Cuiabá, 18 de Maio de 2024

POLÍCIA Terça-feira, 29 de Novembro de 2022, 15:42 - A | A

29 de Novembro de 2022, 15h:42 - A | A

POLÍCIA / VEJA VÍDEO

Na mira de arma, família vive momentos de terror no Florais ao ter casa invadida por delegado

A ação foi toda gravada por câmeras de segurança

Aline Almeida
Única News



Uma família moradora do condomínio Florais em Cuiabá viveu momentos de terror nesta segunda-feira (28) ao ter a casa invadida por um delegado da Polícia Civil. Na mira de arma e constantemente ameaçados, um médico, a esposa recém operada e os filhos, entre eles uma criança de 4 anos, foram surpreendidos com a entrada do delegado Bruno França na residência. A ação foi toda gravada por câmeras de segurança. Além de ameaçar a família, na delegacia, Bruno ainda xingou o advogado que representava as vítimas. A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB) emitiu nota de repúdio em relação ao caso.

Ao Única News o médico, que preferiu não identificar, contou que o desentendimento começou após saber que o filho foi agredido pelo enteado do delegado. No início de 2020 o médico e a esposa mudaram para o condomínio Alphaville. Em fevereiro deste ano ele ficou sabendo pelos amigos do filho que o menino, de 12 anos apanhou de outras 7 crianças. Foi então que a família da vítima registrou um boletim de ocorrência contra os agressores, entre eles o enteado do delegado Bruno França, que atualmente está na delegacia de Sorriso.

Desde então o menor passou a ser perseguido pelos agressores, tendo inclusive que fazer acompanhamento psicológico. Vários boletins de ocorrência foram registrados. Em pânico, o médico afirmou que a família então decidiu mudar de condomínio. Mas os problemas não findaram. O enteado do delegado continuou a ir no novo condomínio, razão pela qual a família da vítima acionou a segurança do local para retirar o agressor. A família acredita que essa retirada foi o que motivou a invasão a casa nesta segunda-feira (28).

O delegado, juntamente com equipe do Grupo de Operação Especial (GOE) invadiram a residência, arrombando a porta. No vídeo é possível ver os policiais com arma em punho, mandando a família deitar no chão. A criança de 4 anos assustada, chorava o tempo todo. Em determinado ponto da gravação é possível escutar o delegado mandando a menor calar a boca. Ele levou a mulher do médico detida alegando mandado de prisão por descumprimento de medida protetiva. "Já não sabemos o que fazer, mudamos de nossa casa, será que precisaremos mudar até de cidade", disse o médico.

Na delegacia, o delegado ainda xingou o advogado Rodrigo Pouso, que representava a família do médico. A OAB/MT emitiu nota de repúdio sobre o assunto. "A OAB por meio de sua presidente e de sua diretoria, vem a público externar REPÚDIO ao tratamento dispensado pelo delegado de Polícia Civil, Bruno França Ferreira, ao realizar atendimento na data de ontem (28/11/2022), no Cisc Verdão, ao advogado Rodrigo Pouso. O delegado de Polícia Civil, Bruno França Ferreira, proferiu em desfavor do mencionado causídico, palavras de natureza desrespeitosas, afrontosas e não condizentes com o cargo e a função que exerce, de servidor púbico, em especial, quando em atendimento a um profissional da advocacia".

A instituição confirma que o vídeo gravado pelo advogado não deixa dúvidas da ausência de urbanidade e, ainda, da utilização de palavras de baixo calão proferidas contra o advogado mencionado, que se encontrava em seu regular exercício profissional. "A OAB repudia veementemente atos como o ora narrados e que não condizem com a importância do cargo e da função de um delegado de Polícia Civil, bem como, não representam o tratamento dispensado à Advocacia pela grande maioria dos Delegados de Polícia e demais servidores da instituição Polícia Judiciária Civil. A OAB-MT deixa claro que não tolerará vilipêndios desta natureza. A Seccional já estuda as medidas cabíveis a serem tomadas em razão do caso em questão".

Outro lado

A Polícia Civil informou que a ação que ensejou a entrada do delegado na residência é referente ao descumprimento de uma determinação judicial em medida protetiva de urgência por parte da mulher de 41 anos em relação a um menor de idade, de 13 anos. A medida protetiva de urgência foi requerida ao adolescente dentro de uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

VEJA VÍDEO

 

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