22 de Abril de 2025
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POLÍCIA Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 11:41 - A | A

26 de Setembro de 2016, 11h:41 - A | A

POLÍCIA / LAVA JATO

Palocci teve reuniões com Odebrecht sobre submarino nuclear e Itaquerão

Do UOL, em São Paulo



(Foto: Ernesto Rodrigues)

Arena Corinthias

Segundo a Lava Jato, estádio do Corinthians foi tema de conversa

A força-tarefa que comanda a Operação Lava Jato afirmou nesta segunda-feira (26) que o ex-ministro Antonio Palocci, preso hoje, e Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva o nome de sua família, chegaram a conversar sobre a construção do estádio do Corinthians e o Prosub (Programa Nuclear da Marinha e o de Desenvolvimento de Submarinos).

Segundo Filipe Pace, delegado da PF (Polícia Federal), "esses temas ainda demandam aprofundamento" por parte dos investigadores. Para a Lava Jato, Palocci agiu em favor da Odebrecht mediante pagamento de propina, mesmo enquanto não exercia funções públicas.

A 35ª fase da operação, chamada "Omertà", foi realizada na manhã de hoje e prendeu, além do ex-ministro, dois ex-assessores dele: Branislav Kontic e Juscelino Dourado. Segundo os investigadores, há evidências de que Palocci contou com ajuda de Kontic para atuar em favor de interesses da Odebrecht, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.

Palocci foi ministro da Fazenda (2003-06) do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da Casa Civil (2011) do governo Dilma Rousseff (PT).O criminalista José Roberto Batochio, advogado de Palocci, afirmou que o ex-ministro nunca recebeu vantagens ilícitas. Batochio também acusou a Lava Jato de "autoritarismo" e demonstrou preocupação sobre a possibilidade de o ministro da Justiça ter tido informações prévias sobre a operação.

Encontros entre executivos da Odebrecht e Palocci continuaram a ocorrer mesmo após o início da Operação Lava Jato, pelo menos até novembro de 2013, segundo a força-tarefa. Mensagens de celular, porém, levam a crer que outros encontros possam ter ocorrido até maio de 2015, informou o MPF (Ministério Público Federal).

"Neste período final, as comunicações passaram a ser realizadas de forma mais cautelosa, por meio da utilização de dispositivos criptografados", diz o MPF.

Branislav e Palocci teriam recebido propinas, pagas pela Odebrecht, a partir de uma relação estabelecida com o PT. As verbas teriam sido repassadas de forma reiterada "tanto em período de campanha eleitoral quando fora dele", de acordo com o MPF.

"Conforme planilha apreendida durante a operação, identificou-se que, entre 2008 e o final de 2013, foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e a seus agentes, incluindo Palocci", aponta o MPF. "Remanesceu, ainda, em outubro de 2013, um saldo de propina de R$ 70 milhões, valores estes que eram destinados também ao ex-ministro para que ele os gerisse no interesse do Partido dos Trabalhadores."

Os acertos eram tratados com Palocci em reuniões presenciais, agendadas por Kontic. O recebimento dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado, outro ex-assessor do ex-ministro.

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