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POLÍCIA Quarta-feira, 31 de Agosto de 2016, 22:01 - A | A

31 de Agosto de 2016, 22h:01 - A | A

POLÍCIA / ACHOCOLATADO

Polícia continua investigação para apurar a causa da morte de criança que ingeriu achocolatado

Infectologista diz que o mais provável é que a morte da criança de (05) anos , após ter ingerido achocolatado, tenha sido por envenenamento.

Da Redação / Midia News



A médica infectologista Zamara Brandão não acredita em morte por contaminação de achocolatado

 

A chefe de controle de infectologia do Pronto-Socorro de Cuiabá, Zamara Brandão, acredita na possibilidade de que a criança que morreu após tomar um achocolatado na última quinta-feira (25), na Capital, tenha sido envenenada.

 

Ao MidiaNews a médica, diz que nesse casso envolvendo o achocolatado Itambezinho, da Itambé Laticínios, há três possibilidades: contaminação com a bebida; choque anafilático (reação alérgica grave e potencialmente fatal) ou envenenamento.

 

No entanto, a especialista explica que não acredita em contaminação, muito menos em choque anafilático.

 

“No caso de intoxicação alimentar, depois que se ingere algo contaminado, seja achocolatado ou qualquer outra coisa, o produto é absorvido pelo seu estômago. E com isso a pessoa, primeiramente, sente náuseas, vômitos, febre, diarreia e dor abdominal. Depois vem a perda de líquido no organismo. É quando a pessoa procura uma unidade de saúde, seja para receber uma infusão de hidratação ou para tomar antibióticos, caso seja infecção por bactéria”.

 

“No caso de intoxicação, os sintomas não acontecem rápido. Demoram pelo menos 24h para aparecer. Então não acredito que tenha sido por causa de alimento contaminado. Como que uma caixinha apenas estaria contaminada dentro de um lote inteiro? É difícil. Se fosse intoxicação alimentar, provavelmente já teríamos  outros casos identificados”, explicou.

 

Para Zamara, que não atuou no atendimento à criança, a possibilidade de ter ocorrido um choque anafilático, caso a morte tivesse acontecido por ela ter tomado a bebida, também é pouco provável.

 

“E no caso de um choque anafilático, a criança pode ter tido algum tipo de alergia por alguma coisa do achocolatado. Vamos supor que ela era alérgica a um conservante da bebida, ou outra coisa. Aí sim isso pode ser choque anafilático. Mas a mãe e o tio também beberam o achocolatado e passaram mal. Então seria muita coincidência os três terem a mesma reação alérgica. Acho pouco provável”.

 

“Para mim, o que houve foi um caso isolado e o achocolatado não tem culpa nessa história. O mais provável, infelizmente, é que tenha acontecido um envenenamento.  E se a mãe e o tio também tomaram, tem que ser levado em conta que o organismo de um adulto é diferente do de uma criança. Depende muito da concentração de veneno”.

 

Entenda o caso

 

A criança de dois anos deu entrada na Policlínica do Coxipó na tarde de quinta-feira (25).

 

A mãe informou que estava em casa com o filho, no Bairro Parque Cuiabá, quando a criança teria dito que estava com fome. Ela, então, deu-lhe uma caixinha de achocolatado.

 

Ela disse que a reação foi imediata e o menino passou mal, desmaiando em seguida.

 

O menino chegou a ser reanimado pelos médicos, mas morreu cerca de uma hora depois de ter dado entrada na unidade hospitalar.

 

O tio da criança, um adolescente de 17 anos, foi internado no Pronto-Socorro de Cuiabá.

 

Ele deu entrada na unidade hospitalar vomitando muito.

 

Um inquérito civil foi instaurado pela Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) para apurar as causas da morte.

 

Suspensão em todo País

 

Após a repercussão do acaso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recohimento de um lote do achocolatado em todo território nacional.

 

A interdição cautelar foi publicada nesta segunda-feira (29) no Diário Oficial da União.

 

A portaria assinada pelo diretor da Anvisa, José Carlos Magalhães da Silva Moutinho, também determina a suspensão da comercialização do produto num período de 90 dias em todo o Brasil.

 

Além disso, um memorando circular já havia sido publicado pela coordenadora da Vigilância Sanitária de Mato Grosso, Juliana Almeida Silva Fernandes, determinando a interdição imediata do produto no Estado.

 

Cinco caixinhas do achocolatado foram apreendidas na casa da família, sendo três abertas que teriam sido ingeridas pela criança, a mãe e um adolescente de 17 anos.

 

Todo o produto foi encaminhado para o laboratório da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para realização de exames, que devem ficar prontos num prazo de até 30 dias.

 

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