Ari Miranda
Única News
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, coronel César Roveri, informou que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) está testando bloqueadores de sinal na Penitenciária Central do Estado (PCE-MT), em Cuiabá.
De acordo com Roveri, os equipamentos estão passando por testes práticos, que demonstram a viabilidade de implementação dos aparelhos.
“Os bloqueadores estão em prova de conceito, que avalia se esse sistema funciona bem ou não funciona. Temos aí mais um período dessa prova e, ao final, nós devemos verificar se é adequado ou não. E se não for, nós não vamos levar adiante e iremos buscar uma outra solução, outra empresa ou outra tecnologia que possa ser adequada”, explicou.
Conforme o secretário, o resultado da testagem deve ficar pronto em até 20 dias. Se o teste na PCE provar que o bloqueador em teste é eficaz, a expectativa é implantar a tecnologia nas outras unidades prisionais do Estado.
A decisão pela implantação do novo sistema de bloqueio de sinais de aparelhos celulares em substituição ao que deveria estar em funcionamento na PCE, ocorreu após o assassinato das irmãs Rayane e Rithiele Porto, de 25 e 28 anos, ocorrido no dia 14 deste mês, na cidade de Porto Esperidião (323 Km de Cuiabá).
Ocorre que a execução das jovens foi ordenada por um preso da PCE, que tinha um celular dentro de sua cela e determinou a tortura e execução das duas por videochamada, feita com outros membros da facção na cidade, situada próximo à fronteira com a Bolívia.
Questionado sobre a morte das irmãs Porto, Roveri garantiu que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para apurar em que momento ou quem provocou a falha que permitiu a entrada do aparelho na penitenciária.
“(...) Foi aberto um procedimento disciplinar para verificar essa questão de entrada de celulares e um inquérito competente sobre esse caso está em curso. Só ao final desse inquérito que nós teremos todas as respostas”, pontuou o secretário.
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Rayane e Rithiele foram mortas por fazerem o "sinal de 3" em fotografia publicada nas redes.
O CRIME
Segundo as investigações, Rayane e Rithiele teriam sido sentenciadas e mortas pelo grupo de faccionados pelo fato de, dias antes, publicarem em uma rede social, uma foto com outros dois amigos fazendo o chamado “sinal de três” – que seria uma alusão a uma facção criminosa rival dos autores do crime, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Conforme o boletim de ocorrência, as duas irmãs deixavam o Festival de Pesca do município com outros dois amigos quando foram abordados por nove faccionados. O bando então conduziu as vítimas até uma casa localizada na rua Marechal Cândido Rondon, na área central do município, onde deram início à sessão de tortura.
Em dado momento das agressões, um dos rapazes conseguiu fugir pulando o muro de residências até chegar à unidade da Polícia Militar no município. Aos agentes, ele relatou o sequestro pela quadrilha e a tortura de seus amigos, contando ainda que os bandidos teriam agredido eles por tirarem a foto com o “sinal de 3”, na beira do Rio Jauru.
Os policiais então foram até o endereço indicado pelo rapaz, onde encontraram o amigo da vítima caído no chão, ensanguentado. Ele teve dedo mínimo e a orelha esquerda arrancados pelos faccionados além de um ferimento de arma branca na nuca. Tanto ele quanto a testemunha que conseguiu escapar foram encaminhados para uma unidade de saúde e não correm risco de morte.
Já na cozinha da casa, os PMs encontram os dedos e parte dos cabelos de Rayane e Rithiele, que tiveram suas cabeças raspadas antes de serem executadas com vários golpes de faca. Os corpos das duas foram encontrados jogados em um quarto mais ao fundo da residência. Além de terem os dedos arrancados e cabelos cortados, os cadáveres apresentavam outros sinais de tortura.
Doze suspeitos envolvidos de forma direta e indireta no crime foram identificados e capturados.
A Polícia Civil segue nas investigações do caso.
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