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POLÍCIA Quarta-feira, 15 de Julho de 2020, 11:16 - A | A

15 de Julho de 2020, 11h:16 - A | A

POLÍCIA / "VIADO IRRITANTE"

Vereador sofre ataque homofóbico do sobrinho do prefeito Ari Lafin e registra B.O.

Elloise Guedes
Única News



O vereador por Sorriso (a 420 km de Cuiabá), Mauricio Gomes (PSB), registrou um boletim de ocorrência denunciando ter sofrido ataques homofóbicos nas redes sociais, no início desta semana.

No seu perfil em uma rede social, Mauricio publicou um vídeo divulgando uma obra feita na cidade. Nos comentários, foi chamado de ‘viado chato’ e ‘viado irritante’. Ao ler os comentários, o vereador procurou a delegacia para denunciar o crime.

Os ataques partiram de Diego Luiz, sobrinho do prefeito de Sorriso, Ari Lafin (PSDB). “Viado irritante. Não faz nada, só fala e ganha mais de 10 mil para bancar os bofes dele. Trouxa”, diz o suspeito em um dos comentários.

Em outro comentário, Diego afirma que o vereador posta vídeos para mostrar a obra dos outros. "Ele ganha mais de 10 mil para não fazer nada, só posta vídeo com a obra dos outros, viado chato só encomoda para tentar uma mídia".

Por meio de nota, o prefeito Ari Lafin afirmou que todas as medidas que cabe ao caso serão cumpridas. Segundo o prefeito, ele não vem acompanhando as redes sociais por conta da pandemia, que requer muita atenção e trabalho.

"Se isso ocorreu, foi à minha total revelia e, como afirmei, a situação será tratada com todo o rigor que merece. Confesso que, nos últimos dias, por conta do intenso trabalho no combate à Covid-19, não dei a atenção devida às redes sociais, focando toda a atenção na disponibilização de estrutura para atendimento aos doentes", diz trecho da nota.

Segundo o vereador, é necessário que haja justiça para que situações como essa parem de acontecer. “Esse tipo de crime tem que parar. Estamos no século 21 e temos que parar de aceitar esse tipo de agressão contra mulher, negro, gay, e qualquer tipo de pessoa. O respeito é para todos”, afirmou

De acordo com a lei, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual da pessoa é considerado crime com pena de prisão, além de multa.

Maurício contou que essa não é a primeira vez que ele sofre ataques homofóbicos. Em 2018, criminosos picharam o muro da casa dele e quebraram o vidro do carro.

A Polícia Civil de Sorriso deve investigar o caso.

Crimes contra comunidade LGBT

Denúncias de crimes contra a comunidade LGBT dobraram no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, em Mato Grosso. Apesar disso, o número de homicídios contra essa comunidade diminuiu, em relação aos anos de 2019 e 2018.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, foram 108 denúncias registradas nos seis primeiros meses deste ano, enquanto nos dois anos anteriores registraram-se 53 casos.

Outros casos

Recentemente, outros dois casos de homofobia foram registrados em Mato Grosso. O primeiro caso registrado foi do defensor público Vinicius Ferrarin Hernandez, que no dia 17 de junho foi alvo de piadas do jornalista e apresentador Welerson Dias.

Durante apresentação do programa Olho Vivo, que é transmitido no município de Alta Floresta (a 800 km de Cuiabá), o jornalista imitou o defensor público, que atua na comarca da cidade, fazendo piadas homofóbicas sobre sua orientação sexual e imitando trejeitos que julgou depreciativos.

O jornalista e a emissora estão sendo processados pela Defensoria Pública do Estado, que solicitou indenização de R$ 100 mil por dano moral coletivo contra a comunidade LGBTQI+.

O segundo caso foi do jovem João Victor da Silva Pedroso, de 22 anos. Ele foi vítima de homofobia na rodoviária de Lucas do Rio Verde (a 360 km de Cuiabá), no domingo (28), Dia do Orgulho LGBTQI+, por uma mulher que se dizia ser “serva de Deus” e acabou presa pelas ofensas.

João Victor foi vítima de agressão, quando a mulher foi ao guichê dele para comprar uma passagem ao norte do Estado. João Victor está fazendo apoio psicológico para superar o trauma, pois a todo momento a mulher dizia que ia matá-lo.

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