Wellyngton Souza
(Foto:reprodução)
Silvio Cesar Correia Araújo
Depois que o ex-chefe de gabinete, do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Cezar, afirmou na manhã desta sexta (16), durante oitiva da CPI do Paletó, que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), à época deputado estadual, recebeu propina para ser favorável as contas de Silval, a defesa de Pinheiro desmentiu as declarações.
Em um vídeo que aparece o atual prefeito recebendo maços de dinheiro e escondendo entre os bolsos do paletó, Silvio afirmou que o combinado era de repassar R$ 50 mil, no entanto, Emanuel Pinheiro não conseguiu levar todo o dinheiro e voltou no dia seguinte para receber os R$ 30 mil que estava faltando. A bolada foi entregue em 2013, dentro da sala de Silvio na Assembleia Legislativa (ALMT).
O restante estava caindo de seus bolsos, como mostra o vídeo entregue por Silval, em delação premiada ao ministro Luiz Fux, no Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sua colaboração com a Justiça homologada pela Procuradoria Geral da República (PGE). “O dinheiro passado a Emanuel foi de propina mesmo, em 2013. Não tem nada a ver com dívida de Silval com o irmão de Emanuel, dono de um instituto de pesquisa”, declarou.
O ex-chefe de gabinete garantiu não manter nenhum tipo de vínculo com Emanuel Pinheiro e que sua relação com Pinheiro era apenas profissional. "A relação com Emanuel era profissional e não tinha proximidade. Os valores eram oriundos da Sinfra, que tocava o MT Integrado. Era dinheiro de retorno das empresas. Eram repassados a mim e eu repassava aos deputados", afirma.
E diz ainda que o acordo com os deputados da antiga gestão era de R$ 600 mil divididos em 12 parcelas. "A lista entregue por Silval constava os nomes dos deputados que iriam receber, inclusive do Emanuel Pinheiro". Conforme o ex-chefe de gabinete, Emanuel recebeu pelo menos em torno de dez parcelas de R$ 50 mil. "Os pagamentos chegaram a ser feitos na Assembleia Legislativa. E na maioria das vezes, eram em espécie".
Silvio revelou ainda que o dinheiro recebido por Emanuel e outros deputados estaduais, eram referentes ao pagamento de propina por um acordo feito pelo ex-governador para que o programa MT Integrado não fosse barrado nas votações em plenário.
Por outro lado, a defesa do prefeito, patrocinada pelo advogado, André Stumpf, afirmou que Silvio mentiu em toda a oitiva na Câmara que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito. André ressaltou que o dinheiro é referente ao pagamento de dívida de Silval com o Instituto Mark, de propriedade de Marco Polo Pinheiro, o Popó, irmão do político.
"Ele omitiu algumas informações e iremos comprovar com documentos. Foram feitas mais de 300 pesquisas a mando de Silval e Silvio. Não falou a verdade na CPI e iremos provar. Ele omitiu fatos importantes na oitiva. Vamos comprovar as razões e motivos pelos quais ele tem o que esconder à sociedade, e não só em sua delação", disse.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, vereador Marcelo Bussiki (PSB), declarou que a oitiva de Silvio foi um passo importante para trazer a verdade à população. "Ele confirmou fatos importantes que já constava na sua delação premiada e do ex-governador Silval Barbosa, sobre a propina entregue aos deputados estaduais da antiga gestão. Estamos confiantes para que todos os convocados da CPI confirmem os atos de improbidade e obstrução à Justiça. Nós da comissão e demais vereadores, estamos convictos que a CPI não ficará sem uma resposta e que tem muito a revelar".
A CPI é formada pelos vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), que ocupam os cargos de presidente, relator e membro da comissão, respectivamente. Eles apuram se Emanuel Pinheiro cometeu quebra de decoro e obstrução da Justiça. Ao todo, os membros terão 120 dias para encerrarem as investigações.
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