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POLÍTICA Domingo, 02 de Abril de 2017, 10:04 - A | A

02 de Abril de 2017, 10h:04 - A | A

POLÍTICA / OLHAR FEMININO

Debate no TRE-MT faz reflexão sobre sexismo e a mulher na política

Da Redação



(Foto: TRE-MT)

Maria Helena Póvoas.jpg

 

Debate sobre "Mulheres na Política", transmitido ao vivo pelo Facebook nas páginas da Escola Judiciária Eleitoral, abre discussão sobre a participação e a importância do olhar feminino sobre as políticas públicas no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.

 

Neste final de semana, por quase uma hora, três convidadas – donas de um profundo conhecimento sobre a questão da mulher e sua presença política, em uma ordem de poder comandada ainda pelo homem -, abriu um debate, cheio de grandes argumentações, sobre preconceito de gênero.

 

A discussão realizada pela presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargadora Maria Helena Póvoas; a presidente do Instituto Paulista de Direito Eleitoral Karina Kufa; e a presidente do Instituto de Direito Eleitoral do Distrito Federal, Maria Cláudia Pinheiro, permitiram aos ouvintes refletir e formar uma opinião consciente sobre o comportamento da mídia em relação à mulher, cotas de candidaturas femininas e participação das mulheres na política. 

 

Dados levantados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base nas últimas eleições não são favoráveis às melheres, pois mostra um aumento percentual do eleitorado feminino mas, em contrapartida, não houve crescimento no percentual de eleitas.

 

"Como estamos nós mulheres na política é um tema importante. Sobretudo, para perguntarmos o que está acontecendo com a prticipação da mulher na política brasileira. Escutamos muitas respostas duvidosas, tais como 'mulher não vota em mulher', ou 'mulheres não querem participar da política que é um ambiente hostil', destacou Maria Cláudia.

 

Maria Cláudia também ressaltou que a presença da mulher nas casas legislativas está abaixo do percentual mínimo. "Na América latina ocupamos a penúltima posição no ranking de mulheres atuantes nos parlamentos. O México e a Argentina, por exemplo, já caminham para paridade, com 50% de mulheres e 50% dos homens nas casas legislativas. Socialmente e economicamente ocupamos uma posição de destaque na América Latina e essa posição sócio-econômica não reflete na nossa participação política. Tem mais mulheres atuantes no parlamento na Arábia Saudita, que é um país com uma cultura que não prestigia a figura feminina, do que no Brasil".

 

Para Karina Kufa, é uma grande mentira dizer que as mulheres não gostam de política e por isso possuem pouca representatividade nos parlamentos. 

 

"As mulheres se interessam pela política sim. Dados do TSE demonstram que mais de 40% dos filiados aos partidos são mulheres, porém, as mesmas não possuem poder de decisão. Não adianta ter mulheres filiados e não as ter na diretoria (do partido). Ocupar essas funções seria importante, pois cabe à diretoria decidir questões de verba partidária e propaganda. E sem visibilidade e dinheiro ninguém é eleito. A solução é colocar cotas de mulheres na diretoria, que permitirá sua participação efetiva com poder de voto e decisão".

 

Quanto às cotas partidárias femininas, Maria Helena disse não ser favorável, com base no cenário atual e da forma como o sistema funciona. "As cotas não estão dando boas respostas às mulheres. Temos julgados no Tribunal, de processos de prestação de contas, onde as mulheres são abandonadas pelos partidos políticos após terem emprestado seus nomes para compor as cotas. Elas sofrem as consequências jurídicas disso. Talvez seja um caso de repensar o financiamento das campanhas, pois sem dinheiro não há como ser eleito".

 

Karina Kufa defende as cotas, mas diz que no Brasil elas são desvirtuadas. "Eu acredito que a única forma de alcançar paridade é através de ações afirmativas, como as cotas. O problema é que no Brasil ela foi desvirtuada". Para Karina os partidos lançam as candidaturas das mulheres, mas não financiam suas campanhas. "Essa candidata não consegue buscar recursos fora e se vê diante de uma situação prejudicial".

 

O debate ainda foi tema do Encontro de Direito Eleitoral, evento realizado na Casa da Democracia, no TRE-MT que ainda contou com a presença da ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio.

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