13 de Dezembro de 2024
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POLÍTICA Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2018, 14:45 - A | A

08 de Janeiro de 2018, 14h:45 - A | A

POLÍTICA / PELO PRÓPRIO ESTADO

Investigação contra servidores ligados a grampos termina em fevereiro

Wellyngton Souza



(Foto: Reprodução)

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O controlador geral do estado, Ciro Gonçalves, afirmou na manhã desta segunda (8), que o resultado de uma sindicância instaurada para investigar a conduta de servidores público no esquema de interceptações telefônicas, deve finalizar no próximo mês.

 

Conforme Ciro, pelo menos três servidores tiveram acesso ao protocolo de uma denúncia do ex-secretário de Segurança Pública e promotor, Mauro Zaque, no esquema de escutas supostamente operado pelo alto escalão da Polícia Militar. À época da denúncia, em 2015, Zaque relatou tomar conhecimento do esquema de forma anônima, e afirmou que teria repassado ao governador Pedro Taques.

 

"A princípio uma análise foi feito e de fato, comprovou-se uma adulteração no número do protocolo da denúncia. Neste momento, existe uma sindicância em que é garantido uma ampla defesa de todos os usuários que tenham manuseado o sistema de protocolo”, disse durante entrevista à Rádio Capital FM.

 

De acordo com Ciro, a auditoria revelou que três servidores públicos tiveram acesso aquele protocolo.  “Houve uma tramitação, e por óbvio estão sendo ouvidos e a consequência disso, se analisa a conduta do servidor, se houve dolo, negligência, ou se eles vão revelar algum expecto a mando de dados (se foi solicitado de maneira informal)", ressaltou.

 

De acordo com o gestor, a sindicância serve para fazer esse filtro se tem realmente alguém por trás ou se houve apenas má-fé de um dos envolvidos. "Essas hipóteses ainda estão sendo investigadas na sindicância. Podemos garantir que tudo está sendo conduzido de uma maneira técnica, sem envolvimento do próprio governador ou de outro gestor, Poder", pontuou.

 

O caso

 

(Foto: Reprodução/Web)

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O caso era investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Na denúncia, Zaque apontou que membros da Polícia Militar aproveitaram uma investigação relacionada a tráfico de drogas no município de Cáceres, para inserir números telefônicos de políticos adversários ao governo. Ainda na denúncia, Zaque acusou o tucano de prevaricação, pois argumentou que havia informado o gestor sobre as interceptações ilegais, porém o tucano não tomou nenhuma providência sobre o caso.

 

Por outro lado, Taques comentou ainda que foi o responsável por ordenar a investigação que apontou fraude no protocolo do Estado. “O doutor Mauro Zaque protocolou, no dia 8 de outubro de 2015, com meu chefe de gabinete, uma denúncia, em mãos. Depois, em 14 de outubro, entreguei em mãos ao promotor Mauro Zaque e pedi para remeter ao Gaeco. Agora, o que o Gaeco fez e o porquê cabe ao Ministério Público responder, não a mim, pois cumpri meu dever constitucional”, explicou.

 

Taques ainda questionou o fato de Zaque ter feito outra denúncia sobre interceptações telefônicas ilegais, mesmo com a primeira tendo sido remetida ao Gaeco. “No mesmo dia em que entreguei para ele remeter ao Gaeco, ele protocolou uma nova denúncia, lá na porta onde ficam os carros antigos. Por que não protocolou em mãos? Eu não sei o que ele protocolou”. As apurações sobre as falhas no protocolo foram determinadas e ainda não foram concluídas.

 

Grampolândia pantaneira

 

 

(Foto: TJ-MT)

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O desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, decretou a prisão do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, por envolvimento no esquema de escutas ilegais. Conforme o magistrado, Paulo participou diretamente na adulteração do protocolo que anunciava a denúncia sobre o esquema de interceptações telefônicas.

 

No dia 23 de maio, o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá, determinou a prisão preventiva do ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, que teria atuado não só como mandante, mas como o responsável por manter contato pessoal com magistrados para viabilizar a quebra de sigilo telefônico ilegal em Mato Grosso. O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Golveia Junior - integrante do Núcleo de Inteligência da PM e teria assinado alguns pedidos de grampos à Justiça -, também foi preso.

 

Operação Esdras

 

Sete pessoas foram presas durante deflagração da operação Esdras em Cuiabá e Várzea Grande, em uma ação policial que investiga o esquema de grampos. As prisões e busca e apreensão foram decretadas por Perri, atendendo a um pedido da delegada da Polícia Civil, Ana Cristina Feldner.

 

Foram presos: coronel Airton Siqueira (secretário de Justiça e Direitos Humanos), coronel da PM Evandro Alexandre Lesco, Helen Christy Carvalho Dias Lesco (mulher de Lesco), Paulo Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso), Rogers Jarbas (secretário estadual de Segurança Pública, atualmente afastado), sargento João Ricardo Soler e empresário José Marilson.

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