Luana Valentim
(Foto: AL-MT)

Após o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM) ter arquivado o pedido de afastamento do governador Pedro Taques (PSDB), sem submetê-lo à votação nesta terça-feira (13), a deputada estadual, Janaina Riva (MDB) líder da oposição na Casa, lamentou a decisão do democrata.
Há 3 semanas, Janaina protocolou o pedido junto a Mesa Diretora da Casa com base na delação do empresário Alan Malouf, homologada no Supremo Tribunal Federal. Botelho o remeteu para a Procuradoria da AL que depois de analisá-lo, concedeu o poder de decisão ao presidente do Legislativo para que ele coloque ou não em votação no plenário.
“Eu acredito que um pedido de afastamento cabe duas análises. Vossa excelência optou pela análise política e eu sempre soube que essa é uma prerrogativa do presidente da Casa, como se posicionar mediante a qualquer pedido de afastamento? Eu ouvi por diversas vezes posicionamentos até dos colegas que são aliados que tem desejos e anseios diferentes do meu com relação ao pedido de afastamento”, declarou.
Janaina destacou que a questão é que, assim como para ela, para muitos mato-grossenses pouco importa se faltam dois ou 300 dias para o governador encerrar o mandato, pois a questão é a simbologia que envolvem o pedido de afastamento de um gestor em exercício do seu mandato ser delatado não somente uma vez. Talvez sendo apenas a primeira vez que a oposição tenha encontrado meios de entrar formalmente por meios legais e jurídicos.
Ela ainda ressaltou que a todo o momento a gestão de Taques foi marcada por improbidades administrativas, com escândalos de desvios, seja na Secretaria de Estado de Educação ou no Departamento Estadual de Trânsito. Além de direcionamento de licitações e os escândalos que envolveram a saúde.
“Esse pedido de afastamento eu gostaria muito senhor presidente, que ele estivesse sido colocado em votação para que cada um dos parlamentares pudesse se posicionar quanto aquilo que eles acreditam. E para que a sociedade pudesse conhecer como cada um pensa sobre a questão do governador Pedro Taques que foi marcada por inúmeros escândalos”, disparou.
Ainda na tribuna, Janaina relatou que, ao receber a comitiva da região sul, escutou muito falar que essa é a pior gestão de saúde já realizada desde a fundação do Hospital Regional de Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá). Diante disso, mostra-se que a questão não é somente a delação que foi homologada pelo STF, apesar de acreditar que este é um dos grandes instrumentos criados nos últimos tempos para poder resolver os vários crimes praticados no país.
“Então eu acredito senhor presidente que não se pode descaracterizar tudo isso pelo pouco tempo que falta do governo. Eu até entendo que a vossa excelência assumiria o cargo de governador e não querer assumir o Estado nas condições que está. Mas na minha opinião, qualquer dia a menos da gestão Pedro Taques já seria um grande benefício para o Estado de Mato Grosso”, afirmou.
Para ela, quem assumir o governo, mesmo que por dois dias, já seria capaz de fazer uma gestão melhor daquela que Taques fez nesses quatro anos. E que a sociedade tem enviado o seu recado, inclusive, ao eleger um presidente da República com discurso de combate a corrupção e de punição aos criminosos de que a Assembleia tomasse uma atitude com relação ao que se foi ouvido até hoje com o governador.
Ela ainda pontuou que se a AL tivesse ouvido as primeiras denúncias do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) e tivesse o afastado, teria feito um grande benefício para Mato Grosso. A parlamentar acredita que não seria diferente com a questão de Taques.
“Eu acho que a Assembleia perde a oportunidade, sempre que a tem, de ser protagonista da sua história. Votar um pedido de afastamento do governador por graves indícios de crime é o papel do parlamento. Penso que se o deputado não serve para fiscalizar e para avaliar se um governo pode ou não continuar, para que servem os deputados? A principal função nossa é a fiscalização do Poder Executivo. Agora o desfecho desses supostos crimes segue com a Justiça e a Assembleia perde o papel de protagonista que eu acho que era o que a população estava esperando”, lamenta.
A emedebista analisou ainda que a questão política analisada pelo presidente é que um possível afastamento criaria um fato político que prejudicaria toda a transição do novo governo, caso o pedido tivesse sido aprovado. Lembrou, porém, que diariamente a Casa recebe denúncias sobre a má gestão e supostos crimes que continuam sendo cometidos, o que é muito grave.
Veja o vídeo:
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