Daffiny Delgado
(Foto: Reprodução/Web)

A juíza responsável pela operação Sodoma, Selma Arruda da 7ª Vara Criminal de Cuiabá - em matéria veiculada neste sábado pelo portal da Folha de São Paulo -, rejeitou a comparação que as operações que vêm sendo deflagradas nos estados brasileiros, inclusive em Mato Grosso, contra a corrupção, tenham sido inspiradas na Lava Jato.
Para ela, cada operação só é desencadeada quando há provas indiciárias suficientes, sem isso não há como', diz. Ainda lembrando que um dos fatores que levou esta contemporaneidade de ações contra corruptos foi justamente a lei das organizações criminosas.
A juíza é um das entrevistadas na publicação, já que foi responsável pelos processos decorrentes das cinco fases da Operação Sodoma que desmantelou em Mato Grosso, a organização criminosa comandada pelo ex-governador Silval Barbosa, que desviou bilhões dos cofres do Estado. A magistrada deve proferir decisão a respeito das investigações nos próximos meses.
Contra a tese da magistrada mato-grossense, outros entrevistados na matéria da Folha, revelam que a operação Lava Jato serviu de modelo a dezenas de operações no país afora, resultando na prisão de políticos em âmbito estadual e municipal.
Como as operações Lama Asfáltica(MS), Sodoma (MT), Sevandija(SP), Andaime(Paraíba); todas tuteladas por colaboração premiada, interceptações gravações e obtenção de dados bancários e fiscais, dando maior segurança jurídica as operações.
A matéria ainda revela que essas técnicas jurídicas deram mais robustez às investigações. E conforme Thiago Mizael, Procurador da Paraíba que atua na operação Andaime, o que a 'Lava Jato fez foi mostrar a outros agentes de investigação que o emprego destas técnicas funcionam'.
Seguindo esta mesma análise, o professor de Direito, Joaquim Falcão, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, explica que a Lava Jato foi essencial para a aplicação da Lei pelo país. Pois criou um novo padrão de Justiça, que teve como precursor a investigação do Banestado e Mensalão. E, sobretudo, reforçou uma nova legislação, com prisões preventivas, buscas domiciliares e quebra de sigilo.
E, particularmente em Mato Grosso, ainda serviu na criação de um laboratório de lavagem de dinheiro e um comitê de recuperação de ativos que resultaram na maior operação de combate à corrupção do Estado.
Segundo o delegado de Polícia Federal, Lindomar Toffoli, Mato Grosso depois de 13 fases da Ararat e cinco da Sodoma, obrigou, ao final, o ex-governador Silval Barbosa a fazer uma delação premiada, chamada de monstruosa pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal, responsável por sua homologação no STF, em 9 de agosto. Com a delação, Silval saiu do Cento de Custódia de Cuiabá, onde ficou quase dois anos e desde junho está em prisão domiciliar.
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