22 de Maio de 2025
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POLÍTICA Quarta-feira, 30 de Abril de 2025, 08:20 - A | A

30 de Abril de 2025, 08h:20 - A | A

POLÍTICA / ALVO DE OPERAÇÃO

Chico 2000 vê afastamento e proibição de entrar na Câmara como “desproporcional”

Vereador garante que está tranquilo com relação às investigações do caso, onde ele é apontado em um esquema de recebimento de propina na Câmara de Cuiabá.

Ari Miranda
Única News



Alvo da Operação Perfídia, que investiga um suposto repasse de propina para “facilitar” o trâmite de uma matéria na Câmara de Cuiabá, o vereador por Cuiabá e ex-presidente do legislativo da Capital, Francisco Carlos Amorim, o “Chico 2000”, viu seu afastamento do cargo como uma medida desproporcional.

A decisão pelo afastamento tanto de Chico, quanto do vereador Sargento Joelson (PSB), outro alvo da ação policial – foi determinada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (29) pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), junto com a deflagração da operação.

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Durante o cumprimento do mandado em sua casa, nas primeiras horas da manhã, Chico destacou que os policiais teriam ido lá para unicamente para recolher seu telefone celular, garantindo ainda não temer o que poderá lhe acontecer no andamento das investigações.

“Na minha casa não apreenderam nada. Olharam o que quiseram e eu entreguei o meu celular e a senha do meu celular. Vieram no meu gabinete, não apreenderam nada. (...) O que eu sei é que tudo isso será desmistificado. Quem não deve, não teme, e eu estou completamente tranquilo”, garantiu Chico. 

Além disso, Chico disse que sequer conhece o empresário citado pela Polícia como a “vítima” do esquema, criticando o fato das investigações terem apontado seu gabinete na Casa de Leis como o suposto “cenário” onde aconteceu a negociata entre ele, Joelson e o empresário dono da empreiteira, garantindo sua inocência e que ao longo do período em que esteve na presidência atendeu a Joelson e todos os demais pares.

"Eu não conheço esse empresário, não conheço, nunca [o vi]. Agora, recebi no meu gabinete este vereador [Joelson] como recebi todos os outros e todas as pessoas que me procuraram. Agora, este assunto [propina] nunca foi tratado comigo, na Presidência e em nenhum lugar nenhum”, garantiu.

“Na presidência, eu atendi todos os outros 23 vereadores, sempre. Todas as pessoas que quiseram falar comigo na presidência falaram. Portanto, atender na presidência é crime?”, questionou Chico, confirmando que recebeu Joelson em seu gabinete em diversas ocasiões.

“Se eu atendi A, B ou C na presidência, eu atendi porque, como presidente, eu sempre atendi todos, não foi só este vereador. “Aqui [na Câmara] tem câmeras, quem entra e quem sai, tá registrado”, asseverou

No entanto, apesar de ter visto com certo tom de excesso a ação policial, disse que irá cumprir à risca a decisão judicial.

“Decisão judicial a gente discute lá no judiciário. [Mas] Até que essa discussão seja feita, nós temos a obrigação e o dever de cumpri-la. E eu vou cumprir com todo o respeito a decisão da magistrada", completou.

O ESQUEMA

Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início com uma denúncia recebida pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) em meados do ano passado e que apontava o envolvimento de Chico e Sargento Joelson no esquema ilegal, onde os dois parlamentares teriam supostamente solicitado um pagamento de propina a um funcionário da empresa responsável pela constrição da avenida Castorina Sabo Mendes, o "Contorno Leste" de Cuiabá, para aprovar uma matéria legislativa que possibilitaria a empresa receber do ex-prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), pagamentos referentes ao ano de 2023 e que eram devidos à empresa pela administração municipal.

Após a aprovação da matéria no plenário da Câmara, segundo a denúncia, uma parte do valor da propina teria sido depositada em uma conta indicada por um dos parlamentares, demonstrando ainda a existência de indícios de que a outra parte do dinheiro teria sido paga em espécie a um deles no interior de seu gabinete na Câmara de Cuiabá, local onde a negociata também teria sido supostamente combinada entre as partes.

Com o cumprimento dos mandados, tanto Chico 2000, quanto Joelson foram afastados do cargo por decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) de Cuiabá e estão impedidos de manter contato tanto entre si, quanto com testemunhas e servidores da Câmara de Cuiabá, bem como de acessar à sede do legislativo ou irem às obras do Contorno Leste.

Os parlamentares também não poderão se ausentar de Cuiabá sem autorização da Justiça e deverão entregar seus passaportes à Justiça.

NOME DA OPERAÇÃO

O nome da operação (Perfídia) faz menção ao sentido da palavra, que significa “a qualidade de alguém que age com falsidade, traição ou deslealdade, ou seja, que não cumpre com as promessas ou obrigações”.

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