06 de Julho de 2025
facebook twitter instagram youtube

POLÍTICA Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2019, 14:15 - A | A

26 de Dezembro de 2019, 14h:15 - A | A

POLÍTICA / OPINIÃO

Com agro dividido e cenário confuso, eleição ao Senado é "pobre de nomes"

Ana Adélia Jácomo
Única News



A eleição suplementar para o Senado, que ocorre em Mato Grosso em 2020, é classificada pelo analista político, jornalista, consultor de estratégias de comunicação e articulista Onofre Ribeiro, como “estranhíssima e pobre de nomes”.

O novo pleito ocorre após a senadora Selma Arruda (Podemos) ter tido o mandato cassado em Brasília, por abuso de poder econômico e caixa dois nas eleições de 2018. Entre os nomes mais fortes cotados para a disputa, está o do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) e o do ex vice-governador Carlos Fávaro (PSD), que foi derrotado nas últimas eleições para o Senado com cerca de 500 mil votos.

Para Onofre, caso os dois se mantenham candidatos, o agronegócio ficará dividido, o que pode beneficiar um terceiro candidato. “Não podemos ignorar que Fávaro teve quase 500 mil votos há menos de um ano. Ele já parte com uma arrancada muito boa. Se vier o Pivetta, eles são inimigos mortais lá em Lucas do Rio Verde, nem se falam, pois são adversários e inimigos”.

“O Pivetta e o Fávaro complicam muito a vida do (governador) Mauro Mendes, porque são ligados a ele. O Nilson Leitão (ex-deputado federal e pretenso candidato ao Senado) poderá correr por fora. Na verdade, essa eleição é o grande teste do agronegócio. Se ele (Mauro) não for capaz de fazer uma articulação para ter um candidato só, e tiver mais de dois, perde e ficam soltos".

A gente está pobre de nomes e o processo está muito confuso. Hoje, os partidos não significam mais nada e está sendo decidido no ‘tapa’ entre os interessados

Além de Pivetta, são citados como pretensos candidatos: o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), Carlos Bezerra (MDB) e Leonardo Albuquerque (SD); o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho; os deputados estaduais Elizeu Nascimento (DC), Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB), Silvio Fávero (PSL) e Dilmar Dal'Bosco (DEM); a superintendente do Procon, Gisela Simona; o ex-ministro Blairo Maggi; o ex-senador Cidinho Santos; o deputado federal José Medeiros (PODE), o deputado federal Nilson Leitão (PSDB); o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD); o ex-governador Pedro Taques (PSDB); o ex-prefeito de Rondonópolis Adilson Sachetti (PRB), o ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT) e o vereador por Cuiabá, Mário Nadaf (PV).

“O que eu vou dizer é muito grave: nós temos uma pobreza política em Mato Grosso muito grande. Não há mais representatividade nos nomes que estão colocados no mundo político. A gente está pobre de nomes e o processo está muito confuso. Hoje, os partidos não significam mais nada e está sendo decidido no ‘tapa’ entre os interessados”.

Para Onofre, a eleição suplementar é muito interessante do ponto de vista político, já que não se tem grupos políticos fortes no Estado, como existia no passado. Os grupos que governavam o Estado, segundo ele, eram ligados ao deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e o ex-governador Dante de Oliveira (PSDB), já falecido. E, do outro lado, a família Campos e ex-senador Jonas Pinheiro (DEM), também já falecido.

“Hoje, não temos mais grupos e nem partidos orgânicos e é o ‘salve-se quem puder’. Esta eleição antecipa 2022, porque vai começar a reagrupar o que sobrou e tentar formar grupos novos, dentro de um ambiente sem partido. É uma eleição estranhíssima, porque ela é completamente solteira, sem amarrações”.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Geraldo Giraldelli, anunciou quatro datas possíveis para as eleições suplementares: 8 de março, 26 de abril, 10 de maio ou 21 de junho de 2020.

Recurso

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral conlcuiu, em 10 de dezembro, o julgamento de recurso em que a senadora Selma Arruda e os 1º e 2º suplentes da chapa, Gilberto Eglair Possamai e Clerie Fabiana Mendes, contestaram as cassações de seus diplomas pela prática de abuso do poder econômico e arrecadação ilícita de recursos nas últimas eleições. Na última semana, o Podemos, partido da ex-juíza, entrou com novo recurso na própria corte, que deve entrar em pauta apenas no ano que vem.

"Já ouviu aquela história de que as pessoas estão no lugar errado e na hora errada? Essa é situação da Selma. Ele se elegeu de forma errada, conduziu o mandato de forma errada e está no lugar errado. Foi uma espécie de sincronismo que fez dela uma vítima perfeita. Ela fica na expectativa de o partido conseguir esse recurso. É legal mas, se lá na frente ela ganhar e já tiver havido uma eleição, você terá uma baita confusão jurídica. Mas a possibilidade de ela voltar é muito baixa", avaliou Onofre.

  ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI  

RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia