Da Redação
(Foto: Internet)
Em audiência da Assembleia Legislativa, na última segunda-feira (18), o pesquisador da Universidade de São Paulo, Igor Venceslau Freitas, comprovou que os Correios não causam prejuízo ao país. Com isso, ele anula a veracidade da justificativa do Governo Federal para a ação.
O debate foi requerido pelo deputado estadual, Valdir Barranco (PT), após o governo alegar que os prejuízos nos últimos dois anos, da ordem de R$ 4 bilhões, justificariam a privatização antes de seu estrangulamento.
Uma das causas apontadas pela federação é de que a popularização da internet tenha prejudicado os serviços. Motivo que, segundo o pesquisador, “não passa de falácias”. Ele defende que, na verdade, essa mudança possibilitou o aumentou das postagens, por meio das compras realizadas online.
“Em 2001, os Correios transportaram cerca de 3 bilhões de objetos postais, hoje movimentam 8,3 bi por ano. Uma carta simples custa, hoje, cerca de R$ 5 por envio, enquanto um objeto de pequeno volume, via PAC ou Sedex, sai em média R$ 30. Isso mostra que não há prejuízos. Portanto, se existem erros esses são provocados pela má administração”, disse o pesquisador.
Para Freitas, no Brasil, os Correios cumprem função de integração nacional já que cobrem todo o território, inclusive localidades mais pobres. Privatizar a empresa é desassistir a população mais pobre.” “O problema financeiro dos Correios é administrativo".
No evento, o presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Edilson Pereira Nery, esclareceu que o prejuízo apontado foi originado pelo provisionamento de pós-emprego.
"Os prejuízos apontados pela direção dos correios são oriundos do provisionamento de pós-emprego, cerca de 60%. Um custo que, segundo eles, deveria ser guardado para possíveis gastos com saúde e previdência privada, uma manobra contável que precisa ser explicada pelos gestores”.
Contrário aos posicionamentos da noite, o representante da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), superintendente, Edilson Francisco da Silva, afirmou que empresa acumula prejuízos por perdas em seu negócio principal ao longo dos anos e com o custeio, por exemplo, do plano de saúde dos servidores.
“Pagamos 92% do custo com a saúde enquanto outras empresas públicas tem uma participação na casa dos 50%. Além disso, gastamos muito com a manutenção de agências de pouco fluxo de clientes. Em cidades onde isso ocorre faremos fusão de agências”, disse Edilson para rebater a informação de fechamento de várias unidades sem explicar quais agências terão as atividades encerradas.
Ao fim da audiência, após a exposição de argumentos, foi definida a formação de uma frente ampla formada por sindicalistas, trabalhadores, deputados e vereadores para lutar contra a privatização da ECT, fechamento de agências e pela garantia de direitos dos trabalhadores.
“Os servidores dos Correios têm todo o meu apoio nesta luta. Não podemos aceitar o desmonte das instituições e empresas públicas, muito menos a perda de direitos trabalhistas como quer este ilegítimo e temeroso presidente da república. Vamos lutar juntos pela manutenção dos Correios e pela valorização da categoria. Nenhum direito a menos. Firme!”, assim o deputado Valdir Barranco ao encerrar a audiência.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ETC)
Presente em 5.500 municípios brasileiros e com uma receita anual de R$ 19 bi, o que corresponde a 0,33% do PIB (Produto Interno Bruto), os Correios se destacam como uma das principais empresas públicas do país.
O número de colaboradores se aproxima de 115 mil, um recorde diante do assustador quadro de desemprego apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no primeiro trimestre deste ano: 14 milhões de desempregados, 13,7% da força produtiva do país.
Os Correios integram o Brasil através dos serviços postais, democratizando a comunicação. Também exercem importante papel financeiro já que disponibilizam em suas agências os bancos postais, os únicos postos bancários em muitos municípios do país.
Mesmo assim, por todo país, agências e postos de serviços estão sendo fechados. Em alguns estados, como Mato Grosso, funcionários paralisaram suas atividades por alguns períodos este ano cobrando infraestrutura predial, equipamentos e melhores condições de trabalho.
(Com informações da assessoria)
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3