Fred Moraes
Única News
O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia (União Brasil), explicou que a exoneração do cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, não teve nenhuma ligação com um possível vazamento da deflagração de uma Operação Office Crimes: a Outra Face, na manhã de quinta-feira (6), em Cuiabá. A operação investiga o homicídio do advogado Renato Gomes Nery, morto no ano passado na Avenida Fernando Côrrea. Wailson era um dos cinco policiais militares alvos da Polícia Civil, porém sua exoneração um dia antes da ação policial levantou questionamentos de um possível vazamento de informação.
Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (7), Fábio disse que Wailson teria pedido exoneração na quinta-feira, 27 de fevereiro. No entanto, o Executivo Estadual assinou o pedido somente na quarta-feira (5), devido ao feriado de Carnaval.
“Esse servidor pediu exoneração no dia 27, a pedido encaminhado para a Casa Civil, por conta do feriado carnaval, foi publicado, portanto, na quarta-feira a exoneração do servidor, mas o importante é que a gente está desvendando mais um crime de homicídio no estado de Mato Grosso, em Cuiabá. Exoneração a pedido não precisa de argumento, é só dizer que quer ser exonerado a pedido”, disse o secretário.
Fábio reiterou que sequer faz sentido o vazamento da operação. Segundo ele, se houvesse a hipótese, os policiais civis não conseguiriam apreender celulares e armamentos para prosseguir as investigações, por exemplo.
“Em forma alguma, se houver vazamento, a operação não teria sentido isso. Apreendendo celular, apreendendo armamento, tudo o que precisa ser necessário aprender para que a gente possa comprovar que essas pessoas estavam, de fato, envolvidas na operação”, conclui.
Nesta quinta-feira (6), foram cumpridos seis mandados de prisão temporária contra envolvidos no assassinato do advogado, sendo cinco policiais militares e o executor do crime, um homem que trabalha como caseiro para um deles. Foi aprendida também a arma do crime utilizada para executar Renato Nery.
Alvos da operação
Foram alvos da operação o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, o 3º Sargento Leandro Cardoso, o 3º Sargento PM Heron Teixeira Pena Vieira, que está foragido, e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva.
Investigações
Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra Antonio João de Carvalho Junior, colega de profissão e um dos alvos da Operação Office Crime, por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.
Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.
Em 30 de julho deste ano, 24 dias após a morte de Renato, a DHPP cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarantã do Norte (708 km de Cuiabá), Cuiabá e Várzea Grande. Já em setembro, foi realizada uma perícia complementar, para auxiliar na identificação do pistoleiro que executou o crime. Ainda em julho, o delegado de Polícia Civil, Bruno Abreu Magalhães, adiantou ao Única News que a principal linha de investigação do crime já era a disputa de terras. Ao deflagrar a Operação Office Crime, as autoridades confirmaram motivação.
Mais tarde a Operação Office Crime cumpriu outros cinco mandados de busca e apreensão contra os advogados: Antonio João de Carvalho Junior, Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araujo; e o casal de empresários: Cesar Jorge Sechi Julinere Goulart Bastos.
No entanto, nenhum detalhe havia sido divulgado e ninguém havia sido preso até a fase deflagrada nesta quinta-feria (06), “A Outra Face”.
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