28 de Junho de 2025
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POLÍTICA Sábado, 28 de Junho de 2025, 08:21 - A | A

28 de Junho de 2025, 08h:21 - A | A

POLÍTICA / ESCOAMENTO DA SAFRA

Ferrovia FICO: Pivetta aposta em modal para 'transformar' agronegócio de Mato Grosso

Nesta sexta-feira (27), durante audiência pública em Água Boa (a 730 Km de Cuiabá), líderes políticos e do setor produtivo se reuniram para debater os impactos e as oportunidades que os trilhos da FICO trarão.

Ana Adélia Jácomo
Letícia Corrêa
Única News



A tão aguardada Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) estaria prestes a revolucionar a logística e a economia do agronegócio mato-grossense, especialmente na vasta região do Araguaia. Com previsão de chegada dos trilhos a Água Boa em 2028, a ferrovia é vista como o grande diferencial para impulsionar a produção e a competitividade do estado.

Nesta sexta-feira (27), durante audiência pública em Água Boa (a 730 Km de Cuiabá), líderes políticos e do setor produtivo se reuniram para debater os impactos e as oportunidades que os trilhos da FICO trarão. O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), presente no evento, destacou a relevância do novo modal.

Pivetta ressaltou o potencial transformador da obra para a região. Ele apontou que a ferrovia será um "grande diferencial" que irá fortalecer e impulsionar o agronegócio local. O vice-governador prevê que a região do Araguaia poderá triplicar sua produção em curto prazo, deixando de ser a "última fronteira agrícola" e reforçando ainda mais o protagonismo de Mato Grosso no cenário nacional.

Redução de custos e conexões estratégicas

A FICO, que em seu primeiro trecho liga Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), totalizando 363 Km, está sendo construída pela Vale como contrapartida pela prorrogação de sua concessão da Estrada de Ferro Vitória-Minas Gerais.

O principal benefício do modal ferroviário é a esperada redução significativa nos custos de frete em comparação com o transporte rodoviário, um ganho de competitividade crucial para a produção mato-grossense.

Isso facilitará o escoamento para portos exportadores no Leste (Bahia) e Norte do Brasil (Maranhão). A concessão da malha pela União está prevista para 2026.

A importância da FICO se estende para além de seus próprios trilhos. Ela se conectará a outras ferrovias estratégicas: a Ferrovia Norte-Sul (que atravessa Goiás, Tocantins e Maranhão) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), com ramais em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

Essa integração de malhas ferroviárias fortalecerá a posição de Mato Grosso no cenário logístico nacional e beneficiará diretamente a produção agropecuária da região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Por mais recursos

A audiência pública também abordou o andamento de importantes obras rodoviárias que complementam a malha logística. A BR-158, uma pauta de décadas na região, teve a ordem de serviço para os 98 Km de Porto Alegre do Norte sentido Alto Boa Vista. Embora o consórcio vencedor seja de grupos regionais, a necessidade de maior aporte de recursos do Governo Federal foi mencionada.

Outras melhorias incluem a assinatura da ordem de serviço para conclusão da cabeceira de uma ponte na BR-080 (GO) e a pavimentação de 200 Km da divisa de Goiás até Ribeirão Cascalheira (MT). Na BR-158, 86 Km estão em andamento no contorno da reserva indígena Xavante Marãiwatsédé, e outros dois lotes somando mais de 195 Km já foram licitados pelo DNIT.

Potencial para novas rerrovias em Mato Grosso

A FICO é apenas uma fração de um ambicioso eixo logístico nacional Leste-Oeste de 2.700 Km, que conectará o Atlântico (Porto Sul em Ilhéus/BA) ao Centro-Oeste (Lucas do Rio Verde/MT), incluindo a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).

O estado pode vislumbrar a viabilidade de 3 a 5 novas ferrovias ou grandes ramais em um futuro de médio a longo prazo. Essas poderiam incluir:

Ferrovia de Conexão Norte-Mato-grossense: Projetando ligar polos de produção agrícola do Norte do estado (como Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde) diretamente à malha da FICO ou estendendo a Ferrovia Norte-Sul para regiões ainda não atendidas.

Ramais para Portos Secos/Terminais Intermodais: Desenvolvendo pequenas ferrovias de alta capacidade para conectar grandes fazendas ou cooperativas a novos portos secos e terminais intermodais no interior.

Expansão para o Sudoeste de MT: Uma nova ferrovia que conectasse as áreas de expansão agrícola do sudoeste de Mato Grosso ao centro do estado e, consequentemente, às rotas de exportação.

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