Abraão Ribeiro | Mayara Campos
Única News | Do Local
Para o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), a possível saída do ex-governador e ex-senador Júlio Campos da sigla democrata “seria uma perda muito grande para o partido”. Publicamente insatisfeito com a fusão entre DEM e PSL, criando o novo ‘União Brasil’, Júlio cogita a possibilidade de abandonar a nova legenda por não ter “sido ouvido” nas discussões nacionais que levaram a junção das agremiações.
Na tarde desta terça-feira (08) Dal Bosco falou com a imprensa, no Palácio Paiaguás, durante assinatura de três convênios entre o Governo do Estado e o prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), para pavimentação asfáltica, recapeamento, sinalização e drenagem de ruas em bairros da Cidade Industrial. Segundo o líder do Governo na Assembleia Legislativa, ele vai “fazer de tudo” para segurar o velho cacique do DEM na legenda. Dilmar aproveitou para enaltecer a trajetória política de Júlio, afirmando que só chegou à presidência do DEM em MT graças aos Campos.
“Nós estamos conversando, eu sou uma pessoa que defendo a permanência do Júlio Campos até porque foi ele que fundou o nosso partido aqui no estado de Mato Grosso, veio lá do PDS, PFL, agora Democratas... então tem mais de 40 anos nesse nosso partido, fazendo e crescendo com o nosso partido. Então tenho conversado com ele, temos feito reuniões com Júlio Campos para que ele permaneça. Eu tenho falado que vou fazer de tudo para que ele fique, tanto que quando eu assumi como presidente do partido, foram eles [os Campos] que me colocaram nessa condição [...] então eu tô insistindo na permanência do Júlio no nosso partido e com os projetos dele. Se é candidato a deputado estadual, ou federal, ou Senador, suplente de Senador, quero que o Júlio permaneça no partido”, disse o parlamentar.
Júlio anda descontente até com o andamento das articulações para formação de chapa para a disputa de cargos proporcionais pelo seu partido. Esperando apenas a fusão com o PSL, o DEM em Mato Grosso, provavelmente, aguarda o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para intensificar conversas.
Porém, o ritmo das conversas tem deixado Júlio Campos preocupado com o destino da sigla, e até o seu, tendo em vista que ele pretende se candidatar novamente.
Recentemente, questionado sobre uma chapa forte à disputa da Assembleia Legislativa neste ano, o “desiludido” democrata respondeu que "por enquanto é chapinha", que conta apenas com 6 pré-candidatos.
Dilmar Dal Bosco afirmou hoje que o ex-senador não pratica a “velha política”, mas sim a “política moderada”, e que esse perfil se faz necessário para o novo partido que será homologado pelo TSE. O deputado afirmou, concluindo sua fala, que “seria uma perda muito grande do partido se caso Júlio Campos insistisse em sair”, dando a entender que o político anda “batendo o pé” sobre a possível saída.
“Eu tenho grande admiração por ele [Júlio], é uma pessoa que é coerente, que tem diálogo, sabe conversar, não que seja da velha política, mas da política moderada, que sabe ter conversas com todos, com todo mundo, entender aquele diálogo, então é uma peça muito importante para o nosso partido, então seria uma perda muito grande do partido se caso Júlio Campos insistisse em sair”, ponderou Dilmar.
Força-tarefa
Vários líderes do partido estão conversando “ao pé do ouvido” com Júlio, para demovê-lo da ideia de abandonar o novo barco do União Brasil. Durante reunião do Democratas realizada na noite da segunda-feira (07), o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho, tentou convencer Campos a permanecer na fusão com o PSL.
“Ontem mesmo nós tivemos uma conversa, mostrando para ele que ele é um dos fundadores do partido que está se criando hoje, e que ele é oriundo da Arena, do PSL, do Democratas e agora no União Brasil. Então, ele é um dos históricos dentro dessa conjuntura, então, é muito importante ele ficar”, pontuou Botelho, em entrevista à imprensa.
Contudo, Botelho negou que Júlio esteja de “mala e cuia” para outro partido: “ele está propenso sim a ficar, ele está bem alinhado para ficar”.
Júlio pretende disputar uma vaga à ALMT em outubro. Na última semana, o ‘cacique do DEM’ afirmou que está estudando a possibilidade de se filiar a outro partido. Contudo, o ex-governador ainda não bateu o martelo.
“Mas nada está decidido, tudo está em conversação. Convite temos bastante, de vários partidos. Por enquanto, estou satisfeito no DEM, vou aguardar o que vai ocorrer aqui para frente”, enfatizou.
A fusão ainda não foi oficializada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve julgar nesta terça-feira a criação da sigla. Caso seja aprovado, o novo partido terá a maior parte dos recursos do fundo eleitoral, com R$ 160 milhões.
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