Thays Amorim
Única News
O vereador por Cuiabá, o tenente-coronel Paccola (Cidadania), admitiu, em nota, que alterou dados no Sistema de Registro e Gerenciamento de Arma de Fogo da PMMT, para evitar a condenação do tenente Cléber de Souza Ferreira, acusado de participar de um grupo de extermínio. Paccola afirmou que assumiu a autoria do ato à Corregedoria da Polícia Militar (PMMT) e do Ministério Público Estadual (MPMT).
O promotor de Justiça Henrique Amaral Motta, da 13ª Promotoria Criminal da Capital, pediu a condenação do parlamentar por falsidade ideológica e inserção de dados falsos.
“A ‘inserção de dados falsos no sistema’ foi devido ao documento elaborado para tentar evitar que um Tenente fosse incriminado por algo eu que tinha certeza absoluta que ele não havia cometido, nem tampouco participado e que eu não poderia me furtar de tomar essas atitudes e vê-lo sendo condenado por algo que que ele nunca teve relação ou participação na ação, decidindo assim, assumir o risco a partir do momento que eu fiz o procedimento”, afirma, em trecho da nota.
Paccola foi alvo da Operação Coverage, que investigou o caso, e chegou a ser preso no dia 09 de setembro de 2019. Entretanto, a prisão foi revogada pelo juiz João Bosco Soares da Silva no dia 13 do mesmo mês.
LEIA MAIS: MPE pede condenação de Paccola por falsidade ideológica e possível exclusão da PM
As declarações do MPMT constam e um memorial, ajuizado no fim de novembro. Consta na denúncia que Paccola, em conjunto com os denunciados Tenente PM Cléber de Souza Ferreira e o Sgt Berison Costa e Silva, teriam atuado entre os meses de maio a agosto para falsificar a verdadeira origem, propriedade e posse de uma Glock calibre 9mm.
A pistola pertencia ao tenente Cléber, acusado de participar de um grupo de extermínio denominado “Mercenários”. Os militares citados teriam inserido dados falsos no Sistema de Registro e Gerenciamento de Arma de Fogo da PMMT, para impedir a sua verdadeira identificação. A Glock em questão teria sido utilizada em alguns crimes de homicídio, apurados em inquéritos policiais.
A arma, que foi adquirida em 2015 pelo tenente Cléber de Souza Ferreira, foi adulterada em nome da Polícia Militar, fazendo crer que seria parte do patrimônio do efetivo.
“Dentro daquilo que eu sempre pautei entendi naquele momento, ciente de que era ilegal, mas que na minha visão não era imoral, cabendo realizar o procedimento, e assumir o risco, para poder ficar com a minha consciência tranquila, convicto do que eu sempre mantive o que digo para os meus filhos, de que eu poderia a qualquer momento algum dia ser condenado e até ser preso, mas que jamais eles teriam vergonha do pai deles pelos atos cometidos e pelas decisões tomadas”, apontou, em outro trecho.
Leia a íntegra da nota de Paccola:
Sobre as notícias que estão sendo vinculadas afirmando que MPE pede condenação do vereador por Cuiabá, T. Coronel Paccola por ‘falsidade ideológica e inserção de dados falsos’: “O pedido do representante do MPE referenciado foi a manifestação realizada ainda em 2021 no curso do processo e cumpre com excelência a missão do Promotor de Justiça em atuar como acusação no âmbito do processamento judicial."
“Sobre o fato em si, eu sempre assumi todos os meus atos como sempre fiz ao longo da minha vida. Já respondi diversos Inquéritos e Processos ao longo da carreira na Polícia Militar: acusado de diversos homicídios em atos de serviço, de integrar organização criminosa, de participação em grupos de extermínio, abuso de autoridade, e vários outros que a maioria dos Policiais Operacionais respondem corriqueiramente ao longo de suas carreiras por sustentar a última barreira entre o CAOS e a Sociedade".
Sobre o processo em que o membro do MPE formalizou o pedido de condenação, ficou cristalino durante o curso das investigações, que nunca existiu Organização Criminosa, ou vínculo com integrantes da Operação Mercenários. Assumi desde o início, mesmo antes da operação, eu já havia reportado a situação: A falsidade ideológica se trata da utilização da senha do Sargento que estava salva no meu computador; e a ‘inserção de dados falsos no sistema’ foi devido ao documento elaborado para tentar evitar que um Tenente fosse incriminado por algo eu que tinha certeza absoluta que ele não havia cometido, nem tampouco participado e que eu não poderia me furtar de tomar essas atitudes e vê-lo sendo condenado por algo que que ele nunca teve relação ou participação na ação, decidindo assim, assumir o risco a partir do momento que eu fiz o procedimento, como já disse e repito, assumi desde o começo à Corregedoria da PM e ao Ministério Público, que está fazendo a parte dele, que é o dever e a missão do MP, de promover a justiça. Reitero que o MP pede a condenação pelos crimes que eu assumi desde o início, não havendo prejuízo qualquer para os cofres públicos ou para a administração. Dentro daquilo que eu sempre pautei entendi naquele momento, ciente de que era ilegal, mas que na minha visão não era imoral, cabendo realizar o procedimento, e assumir o risco, para poder ficar com a minha consciência tranquila, convicto do que eu sempre mantive o que digo para os meus filhos, de que eu poderia a qualquer momento algum dia ser condenado e até ser preso, mas que jamais eles teriam vergonha do pai deles pelos atos cometidos e pelas decisões tomadas”
Por fim, acredito que por hora a vinculação da notícia se dá em represália a denúncia encaminhada ao Ministério Público nesta segunda-feira, 03 de janeiro de 2022, relacionada aos contratos de publicidade da Prefeitura, contratos com ausência de publicidade dos ‘atos’ e com vários possíveis crimes que estejam ocorrendo nestas contratações, que envolvem centenas de milhares de reais e que de forma estratégica esse grupo atua para destruir a imagem de qualquer pessoa que se opõe a atual gestão. Como já foi divulgado na Operação Fake News, eles têm uma estrutura legal e ilegal para atuar contra quem contraria sua forma de governo, desta que já se tornou claramente a administração mais corrupta da história de Cuiabá."
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