Bernardo Yoneshigue
O Globo
Início de ano, férias, verão, blocos de pré-carnaval, são muitos motivos que levam janeiro a ser um mês recheado de celebrações. Porém, há certas festividades que podem carregar consigo excessos que trazem riscos à saúde, principalmente quando se fala em abuso de álcool.
Nesse sentido, embora as principais autoridades sanitárias do mundo concordem que não existe limite considerado seguro, já que até mesmo uma dose traz riscos, existem algumas formas de minimizar os danos da bebida no corpo humano – que inevitavelmente estão presentes em grande parte das confraternizações.
— O que acontece muito é o beber pesado episódico, que é beber muito num curto período de tempo. É um padrão nocivo que pode trazer danos importantes. Muita gente pensa “não bebi a semana toda, tudo bem eu beber demais no sábado”. Mas não é bem assim que funciona. Só que precisamos ser realistas, as pessoas vão beber mais nessa época, então fornecer orientação para evitar o exagero e reduzir os danos é importante — diz a coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), Mariana Thibes.
Isso porque existem cenários que criam condições no corpo que prejudicam a metabolização das bebidas alcoólicas e intensificam o impacto na saúde e a sensação de mal-estar no dia seguinte, a famosa ressaca. E uma maneira eficaz de evitar isso é trabalhando a alimentação.
— Nós do Cisa orientamos que o ideal é, se for beber, evitar o consumo abusivo que é quatro doses ou mais para mulheres numa única ocasião, e cinco para homens. E procurar seguir outras atitudes que parecem simples, mas fazem diferença, como alimentar-se bem — diz Mariana.
A dose equivale a 14g de álcool, o presente numa lata de cerveja, numa taça de vinho ou numa dose de destilado. Já quando se fala em comida, a presidente Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban), Sueli Longo, explica que a primeira estratégia é fazer o "arroz com feijão": intercalar o álcool com água para garantir a hidratação e não beber em jejum.
— Se você se alimentou antes, você está com um nível de glicose bom no sangue e trabalhando com uma oferta de energia adequada para o seu sistema nervoso central. Então ele está numa situação adequada do ponto de vista de combustível para o corpo. Mas se você bebe em jejum, o corpo consome o álcool já num nível de glicemia baixo, de falta de energia. Se está há oito horas sem comer, por exemplo, está com menos substrato energético para o seu sistema nervoso, e os efeitos do álcool são sentidos de forma mais rápida — conta.
Ela explica que estar com as principais refeições em dia, o café da manhã, o almoço e o jantar, é suficiente para evitar o jejum. Porém, em casos como de eventos direto do trabalho, em que não dá tempo para essa quebra adequada do jejum, há melhores alternativas de lanches rápidos para preparar o corpo para a bebida alcoólica.
— Nesse caso, é preciso focar em opções com absorção mais rápida, que vão ser digeridas mais rápidas e elevar a glicemia no sangue, como os carboidratos. E evitar as comidas gordurosas, que têm a digestão mais lenta. Isso antes do álcool, por causa dessa condição de jejum. Mas depois que começar a beber, não tem problema optar por alimentos que demorem mais para digerir — continua Sueli.
Boas opções de carboidratos são frutas como a melancia e a banana; massas, como macarrão e pizza; arroz branco; doces; pães; cereais; fibras; batatas; vegetais; legumes, entre outros. Em relação às gorduras, Thibes, do Cisa, lembra que, além de serem digeridas mais lentamente, elas também devem ser evitadas pois sobrecarregam o fígado, que é o órgão que metaboliza o álcool. Continue lendo em O Globo
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