Revista Quem
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ALERTA: este texto aborda assuntos como estupro, violência doméstica e violência contra a mulher, podendo ser gatilho para algumas pessoas. Caso você se identifique ou conheça alguém que esteja passando por esse problema, denuncie! DISQUE 180]
Felipe Prior foi condenado por estupro em segunda instância em uma decisão unânime do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), segundo o portal G1 desta terça-feira (10). A primeira instância do crime, que segundo a acusação teria ocorrido em 2014, foi em julho de 2023, com a condenação do ex-BBB em seis anos de prisão, em regime inicialmente semiaberto.
Após as análises da defesa de Prior, os desembargadores subiram a pena em dois anos, mas mantiveram o regime semiaberto como medida inicial de cumprimento da pena.
Além deste crime, Prior responde mais três processos por estupro na Justiça paulista. Procurada por Quem, a assessoria do ex-BBB até o momento não retornou.
Crime
A mulher que denunciou Felipe Prior por estupro cometido em 2014 deu detalhes do crime pelo qual o ex-BBB foi condenado em depoimento ao Fantástico, da TV Globo. Themis (nome fictício adotado pela defesa a fim de preservar a identidade da vítima), recordou a noite do crime, ocorrido em 8 de agosto.
Ela cursava a faculdade de arquitetura no Mackenzie, instituição privada de São Paulo, assim como ele, mas em período diferente. Os dois tinham uma amiga em comum e combinaram um esquema de caronas pagas, porque todos moravam na zona norte da capital.
No dia oito de agosto, a jovem, na época com 22 anos, foi a uma festa universitária que antecedia o InterFAU, competição esportiva em que participam diversas turmas de faculdades de Arquitetura e Urbanismo. O evento aconteceu na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP).
Na hora de ir embora, Prior ofereceu uma carona para ela e a amiga. "Eu já tinha pegado carona com ele diversas vezes, não me parecia um risco, que algo pudesse acontecer. A gente estava voltando da festa, ele deixou primeiro a minha amiga na casa dela. Quando a gente estava indo sentido à minha casa, ele parou o carro no meio da rua, desafivelou meu cinto, começou a me beijar. A rua estava muito escura, já era de madrugada. Ele foi para o banco de trás e me puxou. E eu fui", relembrou Themis.
Ele teria forçado a penetração: "Ele começou a tirar minha roupa e, à medida que as coisas iam acontecendo, ele se tornava cada vez mais agressivo comigo. Eu falei 'Felipe, eu não quero, não quero', e ele continuou insistindo, continuou tirando a minha roupa e começou a penetração. Cada vez que eu falava que eu não queria, ele se tornava mais agressivo. Comecei a tentar resistir fisicamente, e ele começou a puxar meu cabelo. Começava a me segurar pelos braços, me segurar pela cintura. Proferiu umas frases muito... Ele começou a falar para eu parar de me fazer de difícil, que é claro que eu queria, que agora não era hora de falar que não e começou a forçar a penetração. Quantas vezes preciso falar não para a pessoa entender que ela está me machucando, que ela está me violentando?".
Themis alegou que Prior se assustou ao ver que ela sangrava. "E aconteceu a laceração, que foi bem doloroso. Eu gritei. Começou a sair muito sangue. E eu comecei a gritar de dor, e aí ele parou imediatamente, falou: 'O quê que é isso? E eu, tipo, não sabia o que estava acontecendo, estava muito assustada. Só fui pegando minhas roupas e tentando estancar o sangue. Aí ele perguntou se eu queria ir para o hospital. Falei que não, que eu só queria ir para minha casa", disse.
"[Ver o sangue] foi o susto que ele teve que levar para parar a situação. Fez uma poça de sangue no carro dele, nele", contou Themis, que disse ainda ter ido hospital e na ocasião ter tido vergonha de contar que havia sido vítima de um estupro.
Em 2017, quando movimento do Me Too ganhou visibilidade na internet, a jovem se sentiu confortável para falar sobre o ocorrido e denunciar Prior.
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