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Da Redação
As autoridades do Parque Nacional de Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia, anunciaram nesta terça-feira (24) a suspensão temporária do acesso de turistas às trilhas do Monte Rinjani. A medida drástica visa concentrar todos os recursos na complexa operação de resgate de Juliana Marins, publicitária brasileira de 26 anos, que sofreu uma queda em uma região de difícil acesso do vulcão.
A decisão emergencial busca acelerar e garantir a segurança do resgate, que mobiliza quase 50 socorristas, seis equipes terrestres e a prontidão de dois helicópteros, aguardando condições climáticas favoráveis para decolagem.
Resgate em terreno extremo
Juliana, natural de Niterói (RJ), caiu na madrugada de sábado (horário local) enquanto fazia uma trilha guiada. Desde então, a jovem permanece consciente, segundo sua família, mas em um ponto da montanha que impõe grandes desafios até mesmo aos socorristas mais experientes.
Muhammad Hariyadi, diretor do departamento de busca e resgate local, detalhou os esforços: "Nesta manhã, quase 50 socorristas foram mobilizados e planejamos enviar uma equipe de helicóptero para explorar a área. Uma equipe está monitorando a retirada usando um drone térmico. A segunda está tentando a retirada manual com uma corda como ferramenta principal."
O Parque Nacional emitiu uma nota oficial justificando o fechamento: "Para acelerar o processo de evacuação da vítima do acidente na área de Cemara Nunggal, na trilha em direção ao cume do Monte Rinjani, e considerando a segurança dos visitantes, da equipe de resgate e a ordem no local, informamos que: A trilha de Pelawangan Sembalun até o Cume do Rinjani está temporariamente fechada a partir de 24 de junho de 2025, por tempo indeterminado, até que a evacuação seja concluída."
O acidente e as buscas
Familiares relataram que Juliana reclamou de cansaço durante a trilha e parou, sendo supostamente deixada para trás pelo guia. Ela teria então caído em um desfiladeiro de aproximadamente 500 metros de profundidade, sendo localizada por um drone na tarde de domingo (22).
Imagens captadas por outro drone naquele dia a mostravam "visualmente imóvel" a 500 metros de profundidade, presa a um paredão rochoso. O guia local, por sua vez, defende-se, afirmando que não abandonou a trilheira.

As buscas pela publicitária foram intensificadas. Uma furadeira de grande porte foi levada ao local para auxiliar na abertura de passagens em trechos inacessíveis da encosta, como parte de um "plano B". A família mantém a expectativa de uso de helicóptero entre 11h e 12h (horário local), se as condições climáticas e aéreas permitirem.
Equipes de resgate relataram que desceram 400 metros, mas estimam que a localização de Juliana ainda esteja a cerca de 650 metros de distância do ponto de acesso, bem mais longe do que inicialmente previsto. Duas "saliências" na rocha dificultaram a instalação de ancoragens, tornando a escalada necessária e expondo os socorristas a "terrenos extremos e condições climáticas dinâmicas", com neblina e visibilidade reduzida.
Clamor da família
A família de Juliana tem divulgado atualizações nas redes sociais e mobilizado uma "corrente de boas energias" para o resgate da jovem, que estaria sem água, comida e agasalhos por dias. A irmã, Mariana Marins, expressou a angústia da família: "Tá chegando a noite, a nossa expectativa aumenta, o resgate vai ser retomado. A gente está na expectativa de ver a Juliana novamente, viva e bem aqui com a gente." Ela também agradeceu a energia positiva recebida, acreditando que isso mantém a irmã viva.

O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, que enfrenta dificuldades para chegar à Indonésia devido ao fechamento do espaço aéreo em Doha (Catar), publicou uma mensagem emocionante à filha: "Força, estamos indo te buscar".
Ele também agradeceu o suporte de amigos, desconhecidos e, especialmente, o governo brasileiro, que está somando esforços com as autoridades indonésias para agilizar o resgate, após uma reunião de avaliação que incluiu o governador da província de Sonda Ocidental.
As autoridades indonésias, incluindo o chefe do Escritório de Mataram Basarnas, confirmaram que o uso de helicópteros é "tecnicamente possível", mas depende de aeronaves adequadas e das "rápidas mudanças climáticas" que podem afetar a operação. Eles reforçaram o compromisso com a segurança e a humanidade, reiterando que "a natureza deve ser respeitada, a segurança continua sendo o principal fator."
A trilha do Monte Rinjani, com 3.726 metros de altitude e quilômetros de subidas, é conhecida por ser uma das mais desafiadoras da Indonésia. O acidente de Juliana expõe novamente os riscos inerentes a essa rota famosa, que já registrou outros incidentes graves.
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