BBC Brasil
Uma série de ataques de grande proporção de Israel contra o Irã na semana passada deflagrou um conflito entre os dois países — que há muito tempo são adversários ferrenhos no Oriente Médio.
Foram atacadas usinas nucleares como a de Natanz e alvos militares iranianos. Foi também o maior ataque da história contra a elite militar iraniana, segundo analistas.
Israel alega que seu objetivo é atacar o programa nuclear iraniano. O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico, mas Israel e aliados dizem que o país está desenvolvendo armas nucleares.
Desde o ataque israelense, o Irã retaliou disparando mísseis contra Israel e centenas de pessoas já morreram.
Existe o temor de que esse conflito entre duas potências regionais tenha repercussões maiores: desde alta em preços internacionais de combustíveis e alimentos ao envolvimento de grandes potências no conflito.
Confira abaixo como as grandes potências — e também o Brasil — têm se posicionado sobre o conflito entre Israel e Irã até agora.
EUA: 'Rendição total do Irã'
Os EUA inicialmente afirmaram não estarem envolvidos na decisão de Israel de bombardear instalações nucleares iranianas — mas o presidente americano, Donald Trump, disse que os EUA apoiam Israel.
Na terça-feira (17/6), Trump disse perseguir "um fim real" do conflito entre Irã e Israel, e que isso poderia incluir "uma rendição completa" por parte do Irã.
China: apoio ao direito de defesa do Irã
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, telefonou para os ministros do Irã e de Israel no sábado (14/6).
Wang condenou o ataque de Israel que desencadeou o conflito na sexta-feira e defendeu o direito do Irã de se defender.
"A China condena explicitamente a violação por parte de Israel da soberania, segurança e integridade territorial do Irã [...] e apoia o Irã na salvaguarda da sua soberania nacional, defendendo os seus direitos e interesses legítimos", disse Wang, em um comunicado oficial divulgado pelo governo da China.
A China também se apresentou como possível mediador do conflito e "disposta a desempenhar um papel construtivo neste processo".
Rússia: condenação a Israel
Na noite de sexta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, manteve conversas telefônicas separadas com Netanyahu e com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, informou o Kremlin.
Putin condenou as ações israelenses e também "expressou a disposição de fornecer serviços de mediação para evitar uma nova escalada de tensões", segundo comunicado do governo russo.
A Rússia é uma importante aliada militar e política do Irã.
Brasil: fortes críticas a Israel
O governo brasileiro adotou um tom crítico em relação a Israel — e não se manifestou até o momento sobre as retaliações de Teerã contra Israel. Ataques de mísseis iranianos já mataram pelo menos 20 pessoas em Israel, segundo o governo israelense.
Na sexta-feira, após o ataque de Israel contra o Irã, o ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota na qual "o governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional".
Segundo o Itamaraty, "os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial".
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 - GRUPO 2 - GRUPO 3