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VOLTA AO MUNDO Sexta-feira, 21 de Setembro de 2018, 10:33 - A | A

21 de Setembro de 2018, 10h:33 - A | A

VOLTA AO MUNDO / ELEIÇÕES 2018

Haddad protagoniza embates com Alckmin e Meirelles em 1º debate na TV

O petista questionou o tucano sobre o apoio do PSDB à gestão Michel Temer (MDB), chamada por ele de "governo Temer-PSDB", e contestou a reforma trabalhista e a emenda de teto dos gastos

Notícias ao Minuto



(Foto: REUTERS)

 

Em seu primeiro debate como candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad protagonizou confrontos na noite desta quinta-feira (20) na TV Aparecida.

 

O ex-prefeito rivalizou com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que criticou o PT por "lançar candidatura na porta de cadeia". Haddad foi oficializado candidato no dia 11 em substituição ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba.

 

O petista questionou o tucano sobre o apoio do PSDB à gestão Michel Temer (MDB), chamada por ele de "governo Temer-PSDB", e contestou a reforma trabalhista e a emenda de teto dos gastos, que julga prejudiciais ao trabalhador.

 

"Quem escolheu o Temer foi o PT. Ele era vice da Dilma. Aliás, reincidentes, porque escolheram o Temer duas vezes", rebateu Alckmin, que cobrou o petista pela "herança da Dilma e do PT" na economia.

 

"Quebraram o Brasil, destruíram as empresas estatais, o petrolão foi o maior esquema do mundo de desvio de dinheiro público", continuou.

 

Haddad retrucou: "Quem se uniu ao Temer para trair a Dilma foi o PSDB. Ele [o partido] que colocou o Temer lá e um programa totalmente diferente do aprovado pelas urnas".

 

O tucano e o petista também se enfrentaram ao discutir a autocrítica de seus partidos. Haddad lembrou afirmações do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, de que a sigla errou ao questionar o resultado da eleição de 2014 e ao embarcar no governo Temer.

 

"Todos os partidos estão fragilizados e todos deveriam fazer autocrítica. Mas o PT, em vez de fazer autocrítica, lança candidatura na porta de cadeia", afirmou Alckmin.

 

Haddad também teve embates com Henrique Meirelles (MDB). O ex-ministro da Fazenda de Michel Temer defendeu sua atuação no cargo. "Essa crise, candidato, talvez seja o caso de você se informar melhor, mas essa crise foi criada pelo governo da Dilma."

 

"Eu considero a ingratidão o maior dos pecados na política", respondeu o petista, lembrando que Meirelles foi por oito anos o presidente do Banco Central do governo Lula.

 

Ele aproveitou para criticar as novas regras trabalhistas. "Nós temos que rever a legislação aprovada durante seu mandato no Ministério da Fazenda para recuperar a confiança do povo. Porque talvez o senhor tenha recuperado a confiança dos banqueiros da Faria Lima", disse o ex-prefeito.

 

"Essa crise foi criada no governo Dilma", afirmou Meirelles. O apadrinhado de Lula ressaltou os 12 anos de "estabilidade democrática" do PT, em que foram "criados 20 milhões de postos de trabalho".

 

Haddad é o segundo colocado na mais recente pesquisa Datafolha, com 16% das intenções de voto. Jair Bolsonaro (PSL) lidera, com 28%.

 

O capitão reformado não participou do debate, realizado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), porque está internado após sofrer um ataque a faca durante ato de campanha.

 

Mesmo ausente, Bolsonaro não foi poupado, principalmente por Marina Silva (Rede). A candidata atacou a proposta de criação de imposto nos moldes da extinta CPMF.

 

"Eu fiquei vendo essa confusão entre o candidato [...] e o seu economista-mor, Paulo Guedes, que ele diz que é o Posto Ipiranga, e eu vejo que já está tendo um incêndio no Posto Ipiranga. Alguma coisa está acontecendo lá, pois eles não estão se entendendo."

 

A ex-senadora deu a deixa para Meirelles falar, em alusão a Bolsonaro, do risco de eleger "alguém que não tem preparo para administrar o país, principalmente quem não tem preparo em economia".

 

Marina disse que a visão de país do deputado federal é "nefasta" e precisa ser combatida. A ex-senadora qualificou como desastrosa a fala do vice dele, Hamilton Mourão (PRTB), de que casa só com mãe e avó é "fábrica de desajustados" para o tráfico de drogas.

 

Os outros convidados foram Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos) e Guilherme Boulos (PSOL). Temas como saúde, corrupção, segurança, educação, imigração e igualdade de gênero foram discutidos.

 

Ciro questionou Haddad sobre sua proposta para o sistema tributário e disse que o PT perdeu a oportunidade de fazer mudanças quando governou. "Por que razão o eleitor deveria acreditar nessas propostas na sua possível gestão se o seu partido esteve no governo por 14 anos e não fez?"

 

O petista (que disputa o eleitorado de esquerda com o pedetista) respondeu que Lula "fez uma das maiores reformas tributárias às avessas", ao "colocar dinheiro na mão dos pobres".

 

Alvaro Dias também mirou Haddad, descrevendo-o como um candidato que "vem para essa campanha como porta-voz da tragédia e representante do caos".

 

"O PT se transformou na filosofia do fracasso, na crença a ignorância, no arauto da intolerância", afirmou Dias. Ele falou ainda que o PT "gerou riqueza para alguns de seus chefes e delegou a nós brasileiros 63 milhões abaixo da linha da pobreza".

 

O ex-prefeito de São Paulo, em resposta, citou programas sociais dos governos do PT como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni. "Esse é o Brasil que o povo quer de volta e que se perdeu no golpe", afirmou.

 

Cabo Daciolo (Patriota) alegou "incompatibilidade de agenda" para se ausentar do debate. A assessoria do candidato informa que ele está em um monte jejuando até o dia 26. Com informações da Folhapress.

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