Por Reuters
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, levará pela quarta vez ao Parlamento o acordo sobre o Brexit firmado no ano passado com a União Europeia. De acordo com comunicado divulgado nesta terça-feira (14) pelo governo britânico, a nova votação deve ocorrer na primeira semana de junho.
Os detalhes do cronograma legislativo foram publicados depois que May se encontrou com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn. Os dois discutiram o impasse das negociações – travada há sete semanas – entre os partidos sobre retirada do país da União Europeia.
Na reunião, May deixou clara a "determinação do governo para concluir as negociações e cumprir o resultado do referendo, deixando a UE", disse o porta-voz de May.
No entanto, na conversa com May, Corbyn expressou preocupação sobre a capacidade da primeira-ministra em conseguir qualquer tipo de concessão no acordo, segundo informou um porta-voz do Partido Trabalhista.
"Ele levantou dúvidas especialmente sobre a credibilidade dos compromissos do governo, por conta de declarações de parlamentares conservadores e de ministros do governo que buscam substituir a atual primeira-ministra", disse o porta-voz, acrescentando que não havia a necessidade de "novas mudanças do governo".
Paralelamente à votação no Parlamento, a semana de 3 de junho coincide com uma visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Reino Unido.
O acordo aprovado por May e pela União Europeia foi barrada três vezes no Parlamento britânico. O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, chegou a impedir que a primeira-ministra apresentasse mais de uma vez a mesma proposta – na terceira vez, ela propôs uma versão do texto sem a declaração política.
Impasse político
(Foto: Simon Dawson/Reuters)

Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, ao sair de cerimônia em igreja no domingo (12).
May, que garantiu a liderança do Partido Conservador e o cargo de primeira-ministra em meio ao caos que seguiu a decisão dos britânicos de deixar a União Europeia, prometeu renunciar se os parlamentares aprovarem o acordo que ela alcançou com as autoridades europeias em Bruxelas.
A primeira-ministra, entretanto, já sofreu derrotas pesadas nas três tentativas de tentar aprovar o acordo no Parlamento. Alguns parlamentares, inclusive, pedem que ela marque uma data para deixar o governo mesmo se não houver aprovação do acordo.
Mais cedo nesta terça-feira, o governo britânico declarou que era "imperativo" confirmar a saída do Reino Unido da União Europeia antes do recesso de verão, estabelecendo o prazo mais claro até agora para o até então conflituoso plano e a possível saída da primeira-ministra.
Adiamentos do Brexit
Quase três anos depois do Reino Unido aprovar a saída do bloco por 52% a 48% dos votos, ainda não há acordo entre os políticos sobre quando, como ou mesmo se o divórcio irá ocorrer de fato.
O Reino Unido tinha o prazo inicial de 29 de março para deixar a UE, mas May não conseguiu a aprovação de seu acordo no Parlamento.
O secretário de Assuntos Exteriores, Jeremy Hunt, disse que os líderes da UE não gostariam de uma extensão além do novo prazo de 31 de outubro, data limite na qual a saída acontecerá com ou sem acordo.
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