Por Tânia Nara Melo
Reprodução / Internet

Há cerca de um ano abordei este assunto neste mesmo espaço, e de lá para cá a situação parece ter se agravado. Estou falando sobre os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, que dia após dia têm sido noticiados nas páginas dos jornais e telejornais.
A idade das vítimas vem caindo; se antes as denúncias eram sobre meninas ou meninos com 10, ou 12 anos, hoje há casos de crianças com apenas seis anos que sofrem abuso. E o que é pior, o ato de violência quase sempre é praticado por pessoas próximas de suas vítimas, seja por laços de sangue ou de convivência.
Não há como ficar indiferente a essa violência contra quem ainda nem começou a aproveitar as oportunidades da vida. É revoltante. Não há caso maior ou menor, toda e qualquer violência praticada contra crianças e adolescentes é sempre um atentado contra a vida, pois embora a vítima consiga sobreviver ao ataque de seu agressor, a maior parte vai carregar consigo todo o peso do constrangimento e da dor sofridos pelo resto dos seus dias. Difícil apagar da memória algo tão traumático.
Nas páginas policiais todos os casos se parecem, a trajetória dos acontecimentos se sucedem quase sempre da mesma maneira, ou seja: algum parente ou conhecido se aproveita da ausência dos pais e busca intimidar suas vítimas para submetê-las à sua vontade, às vezes, o próprio pai é o agressor.
Quanto mais próximo da vítima é o agressor mais violento ele é. Constrangidas, com medo e vergonha, as vítimas vão convivendo com a violência, sempre à espera de alguém que possa salvá-las dessa situação.
Todos os dias temos denúncias e os casos parecem se multiplicar. Aí a gente se pergunta: serão consequência dos tempos modernos ou apenas estão ganhando as manchetes porque hoje há mais espaço e meios para denunciar esse tipo de crime? Até porque abuso sexual contra crianças e adolescentes não é uma prática nova.
Além do caso de uma menina de seis anos, vítima de abuso do próprio pai e de um amigo dele, a denúncia de uma adolescente hoje com 16 anos também me chamou a atenção, pois a jovem já sofria abusos desde os 13 anos, sendo que a filha mais velha já havia saído de casa para não ser molestada por ele.
Ao ver o pai sendo preso, ela teria dito “Você sabe por que está sendo preso, pai”. Um sofrimento que abre feridas de difícil cicatrização.
Diante de tudo isso a gente indaga: afinal, o que leva um pai, ou qualquer outra pessoa, a cometer tamanha violência contra uma criança?
Por mais que eu tente não consigo encontrar nenhuma explicação.
TÂNIA NARA MELO é editora de Opinião do Diário.
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