Única News
Maternidade é uma dádiva, sim. É uma das experiências mais profundas e transformadoras que uma mulher pode viver. Mas não é porque é sagrada que é leve. Não é porque é linda que é fácil.
A verdade é que a maternidade exige uma dedicação extrema. É uma mudança de rota, de planos, de identidade. É a vida da mulher sendo atravessada por uma nova vida — e isso não acontece sem dor, sem renúncia, sem confronto com feridas profundas.
A maternidade real não é como nos comerciais. É cheia de noites sem dormir, choros sem explicação, culpa por não dar conta de tudo, julgamentos externos e internos. É o peito que sangra na amamentação, é o medo no pós-parto, é o silêncio de mulheres que sofrem sozinhas, porque ninguém falou que podia doer tanto.
E quando falamos de mães atípicas? Mães de filhos com necessidades especiais? Essas mulheres vivem uma realidade ainda mais invisível. Muitas precisam parar suas carreiras, congelar seus sonhos e se entregar a uma rotina que poucos compreendem. Elas enfrentam julgamentos, cobranças e uma solidão devastadora.
E ainda vivemos numa sociedade onde a maioria dos filhos é criada por mães solo. Onde, quando um pai cuida, a pergunta é “onde está a mãe?”. E quando uma mulher erra, o dedo aponta sem piedade — muitas vezes, de outra mulher. Mulheres julgando mulheres. Homens ausentes. Mães adoecidas.
E eu te pergunto: quanto da sua mãe habita em você? Quantas vezes você se pega repetindo exatamente aquilo que mais criticava nela? E talvez não seja só ela. Talvez você traga padrões da sua avó, da sua bisavó. São 3 trilhões de histórias que vivem no seu sangue, em até 45 gerações atrás. E se você não cura essas memórias, você repete — mesmo sem perceber.
Você já parou para se perguntar: quem sou eu, de verdade, como mãe? Sou eu mesma? Ou sou o reflexo das mulheres que vieram antes de mim?
Quantas de nós engravidamos no susto, sem preparo, sem estrutura emocional? E o que esse bebê sentiu quando percebeu o medo, a rejeição, o abandono inconsciente que essa mãe carregava?
Se a gente soubesse o quanto da nossa dor é transferida para os nossos filhos, talvez buscássemos cura antes mesmo de decidir ser mãe.
E honrar a nossa mãe não é repetir seus passos. Honrar é olhar para ela com gratidão, mesmo que tenhamos escolhido caminhos diferentes. É dizer: “Eu recebi a vida através de você. E isso já é tudo.”
Então nesse mês das mães, eu te convido a refletir:
Qual é a mãe que habita em mim?
Sou eu? Ou estou sendo leal a dores que não são minhas?
Quais curas eu preciso buscar, para que meus filhos não herdem minhas feridas?
A maternidade não precisa ser um fardo solitário. Ela pode ser um caminho de cura, consciência e amor — começando por você.
Greyzi D’ütra, hipnoterapeuta, mentora e palestrante
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