Única News
Nunca imaginei que um dia eu seria um voluntário para a criação de uma vacina. Pois é, agora eu sou. Se vou tomar a vacina ou o placebo, eu não sei, isso a Deus pertence. Mas se der qualquer reação, com certeza foi porque me aplicaram a vacina e não o placebo. Que a imunização comece. Depois de 20 dias vou fazer o exame para saber se criei anticorpos.
Meus parentes e amigos com quem comentei, muitos ficaram quietos e outros me chamaram de doido. Queriam saber qual vacina tomaria, outros disseram ‘a chinesa não’. A que vou tomar é a da Jhonson.
Ninguém me perguntou o que me levou a inscrever-me como voluntário. Ora, se ninguém for inscrever-se como voluntário, não teremos vacina nenhuma, além disso, sou voluntário da terceira fase, a fase dos milhares que tomarão o placebo ou a vacina. Eu estou torcendo que em mim seja aplicada a vacina.
A inscrição foi aberta para pessoas com mais de 60 anos, com boa saúde ou com morbidade sob controle. Graças a Deus não é o meu caso.
Não me faltou coragem. Vi como uma oportunidade, com 50% de chance de me proteger desta pandemia. Abracei a causa rapidamente, afinal 50% é um grande número.
Visto os acontecimentos recentes com amigos e familiares, que foram angustiantes, não poderia perder esta oportunidade de ajudar e ser beneficiado.
Essa doença é terrível, ela mata, antes ela gera momentos de dor e sofrimento para todos os familiares e amigos, além de um custo financeiro muito alto se o plano de saúde não cobrir ou não tiver plano de saúde. Essa doença não mata rapidamente, leva dias ou meses de sofrimento ao doente, ainda mais se for intubado.
Depois de nove meses vivendo uma pandemia, sabendo de amigos e conhecidos que se foram e outros que passaram tempos terríveis dentro de uma UTI, o medo toma conta de qualquer pessoa com um pouco de responsabilidade consigo e com os outros. Mesmo aprendendo a me proteger com isolamento, distanciamento e novos hábitos, achei que a oportunidade é grande para eu ficar livre desta ameaça diária.
Se isso acontecer, vou poder abraçar meus filhos e netos. Eu quero sentir o calor de um abraço bem apertado, sem medo de contaminá-los ou ser contaminado, vamos voltar a viver em família, convívio que foi interrompido há muito tempo.
Mas os cuidados devem continuar, mesmo com a eliminação do risco, afinal, acho que isso será o novo normal.
Afinal, por quanto tempo ficarei imunizado? Ninguém sabe ainda, não houve tempo para a ciência dizer. A pandemia vai passar, mas a endemia ficará entre nós, mesmo que tenhamos que tomar a vacina anualmente, assim como a H1N1.
Todo cuidado é pouco mediante tamanha ameaça.
Eu quero viver e aproveitar a vida. Ela passa muito rápido. Depois de muitos anos, ela voa.
*Antoine Saad é empresário.
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