12 de Junho de 2025
facebook twitter instagram youtube

BRASIL Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2023, 17:46 - A | A

29 de Dezembro de 2023, 17h:46 - A | A

BRASIL / EM SÃO PAULO

PM quer expulsar policial com rosto tatuado acusado de furtar orquídea de quartel

Polícia Militar abriu processos disciplinares contra Paulo Coutinho, que está há 18 anos na corporação. Ao g1 ele negou as acusações e disse ser perseguido por ter a face tatuada.



Reprodução

WhatsApp Image 2023-12-29 at 17.51.42.jpeg

 

A Polícia Militar (PM) de São Paulo abriu dois processos disciplinares para expulsão de um soldado acusado de furtar uma orquídea e também abandonar o posto de serviço no quartel.

O caso foi revelado nesta quinta-feira (28) pelo jornal Folha de São Paulo e confirmado nesta sexta (29) pelo g1.

O policial militar Paulo Rogério da Costa Coutinho alega que não cometeu os crimes e disse que está sendo perseguido por seus superiores hierárquicos. Em entrevista ao g1, o soldado falou que sofre pressão dentro da corporação desde que começou a se tatuar, em 2018. Ele alegou ainda que o preconceito aumentou quando decidiu tatuar o rosto, em 2021.

Paulo está há 18 anos na corporação e trabalha no 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM). Mas também é conhecido como "Demolidor" nas redes sociais.

"Sempre fui perseguido. Um comandante da PM me chamou na sala dele e disse para eu parar de fazer tatuagem. Eu respondi que não porque estava amparado pela lei", falou o policial.

O soldado afirmou que as acusações contra ele surgiram em 2022 e 2021. No ano passado, ele trabalhava na manutenção do quartel, desde a jardinagem até eventuais reparos. Paulo contou que retirou a orquídea para colocar em outra área.

"Estou sendo totalmente injustiçado. É uma perseguição absurda. Por causa de uma planta que tirei de lugar e nem saí do quartel. Não deu tempo de plantar a orquídea. Disseram que foi encontrado no extintor, mas não tem vídeo disso", falou o PM, que não deu detalhes de onde a planta foi colocada depois.

De acordo com Paulo, a acusação de abandono de posto ocorreu há dois anos, quando ele fazia a segurança do sambódromo do Anhembi e teve de ir ao banheiro.

"Fui muito tietado, quiseram tirar fotos, e acusaram que demorei para voltar", alegou o soldado.

'Demolidor' nas redes sociais

Paulo tem mais de 52 mil seguidores na sua página pessoal no Instagram e quase 8 mil inscritos no seu canal no YouTube. Nelas, o soldado mostra a sua rotina de trabalho na PM e também o seu cotidiano, como torcedor do Corinthians, e o convívio com a família e amigos.

Procurada pelo g1, a Polícia Militar informou, em nota, que Paulo responde a processos por indisciplina, "sendo um pela conduta de abandono de posto e o outro pela prática de peculato."

As duas infrações são consideradas transgressões disciplinares na esfera militar. A primeira é deixar o trabalho de maneira irregular. A segunda é subtrair ou desviar algo para proveito próprio.

De acordo com o comunicado da PM, em um desses casos, o soldado "está sendo processado pelo Comando de Policiamento da Capital pelo furto de uma orquídea no jardim do batalhão em fevereiro de 2022".

"O Conselho de Disciplina destina-se a declarar a incapacidade moral da praça para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar. Cabe ainda esclarecer que os fatos que ensejaram a instauração dos citados Conselhos também estão sendo apurados pela Justiça Militar Estadual", informa outro trecho da nota da corporação.

Segundo a Folha de S.Paulo, o Inquérito Policial Militar (IPM) informa que câmeras de segurança gravaram o furto da orquídea, e que Paulo escondeu a planta no alojamento dos soldados e cabos. E depois levou a flor para o refeitório, onde ela foi encontrada abandonada atrás de um extintor de incêndio por outro policial.

Ao g1, o advogado Thiago Lacerda, que defende o soldado, disse que o Ministério Público Militar (MPM) chegou a pedir o arquivamento da acusação de furtar a orquídea. E que, no seu entendimento, os processos disciplinares contra Paulo são motivados por preconceito.

"Isso é uma perseguição preconceituosa, devido às tatuagens que ele tem, inclusive no rosto. Abriram um processo disciplinar para saber se o soldado tem condições morais de permanecer na PM", disse Thiago. "Como policial e cidadão ele não tem nada que desabone, pelo contrário, ele tem várias ocorrências positivas, como partos e faz várias obras sociais e de caridades. Além de resgatar animais abandonados."

 

  ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI  

RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1  -  GRUPO 2  -  GRUPO 3

Comente esta notícia