Única News
Da Redação
Uma decisão judicial na última segunda-feira (9) trouxe um raio de esperança para a família de uma criança de 5 anos, moradora de Sorriso. A Justiça de Mato Grosso, a pedido da Defensoria Pública do Estado (DPEMT), determinou que o Município de Sorriso e o Estado de Mato Grosso custeiem um tratamento experimental com células-tronco na Tailândia.
A criança do sexo masculino sofre de hipoplasia do nervo óptico bilateral, associada a atraso global de desenvolvimento, uma doença rara, congênita e degenerativa que afeta a visão e pode levar à cegueira total.
O tratamento inovador, que não está disponível no Brasil, será realizado por uma empresa de biotecnologia em Bangkok, capital da Tailândia.
A determinação judicial obriga os entes públicos a arcarem com todas as despesas: o procedimento em si (estimado em R$ 171.576,06), passagens aéreas, hospedagem e alimentação para a criança e um acompanhante, além de eventuais retornos, exames, medicamentos e procedimentos necessários. O prazo para o início do tratamento é de 60 dias.
A terapia em Bangkok dura cerca de 15 dias e inclui a aplicação de seis injeções de células-tronco, além de sessões de fisioterapia e acupuntura.
A batalha judicial
A batalha judicial começou em setembro de 2023, quando a defensora pública Laysa Bitencourt Pereira protocolou a ação. "É de
Reprodução

Better Being Hospital, em Bangkok.
extrema importância para a criança e família, já que todas as alternativas terapêuticas disponíveis no Brasil foram esgotadas e, sem o novo tratamento, a criança irremediavelmente caminhará para a cegueira total", destacou a defensora.
A mãe do menino, de 29 anos, procurou a Defensoria em Sorriso após esgotar as opções no Brasil e descobrir o tratamento experimental na Tailândia. Com um alto custo de passagens e hospedagem, a família não tinha condições de custear a viagem, mesmo após tentar ajuda com o município.
A Defensoria buscou precedentes e encontrou um caso semelhante em Cuiabá para sustentar o pedido. O processo enfrentou dificuldades, inclusive para conseguir laudos médicos que comprovassem a falta de alternativas no país, e a liminar foi negada inicialmente.
A mãe conta que a família percebeu o problema na visão do filho aos 3 meses de idade, quando ele não conseguia fixar o olhar. Uma consulta em Cuiabá com um neuro-oftalmologista indicou que não havia tratamento no Brasil e que teriam que esperar até os 7 anos. Insatisfeita, pesquisou e encontrou o tratamento com células-tronco na Tailândia.
A esperança aumentou ao saber de outras duas mães, uma de Mato Grosso do Sul e outra de São Paulo, cujos filhos tiveram sucesso com o mesmo tratamento na Tailândia.
"O menino de São Paulo voltou a enxergar, está usando óculos e tem uma vida normal. Meu filho está no pré e não consegue segurar um lápis direito. Tenho uma filha mais nova, de 4 anos, e ela já está escrevendo. Ele enxerga muito pouco, brinca sozinho nos cantos", compartilhou a mãe.
Com o tempo, o atraso no desenvolvimento do filho tem piorado. "Meu filho me perguntou se vai ter um parquinho para brincar lá e eu disse que sim. A viagem ainda não tem data marcada, mas já avisei a escola, estou me organizando. Em agosto, ele vai fazer 6 anos. A única esperança que tenho é esse tratamento", finalizou, emocionada.
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