Da Redação
Única News
O jornalista Iury Lupaudi, 36 anos, comemorou sua vitória na batalha contra a Covid-19, na última sexta-feira (19). Após enfrentar dias de angústia, indisposição e medo, ele diz que a fé e o amor recebido pela sua família, mesmo que distante, foram essenciais para sua cura.
Lupaudi, que atua em Cuiabá-MT, conta que começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 10 de maio. “Estava editando textos para publicar no portal de notícias, quando senti uma pontada no lado direito das costas que me fez prontamente correr e me jogar na cama de dor. Uma sensação que nunca havia sentido. Respirei fundo e pedi a Deus que passasse logo a dor aguda, assim ocorreu”, afirmou.
Ele explica que, no início, chegou a pensar que era somente uma gripe ou crise de sinusite, no entanto, logo a febre chegou, com quase 39 graus. Ele então resolveu tomar polivitamínico, incluindo vitamina C, para dar uma guinada na imunidade, além de pastilhas.
O alerta veio quando percebeu que seu paladar e olfato não estavam tão bons. “Fui checar como estava uma mistura de álcool, cânfora e cravos da índia para espantar aranhas. Quando abri o recipiente. Putz! Cheiro de nada. Fiquei preocupado, pois diariamente noticiando casos da pandemia e conversando com especialistas, vi que seria mais um sintoma”, pontuou.
Por estar se cuidando e fazendo uso de máscaras, álcool em gel, constante higienização de suas mãos e desinfetando superfícies e produtos, além de cumprir o isolamento social, o jornalista não acreditava na possibilidade de estar infectado com coronavírus. Ele chegou a pensar que seus sintomas poderiam ter sido resultado de uma contaminação alimentar.
“Nesse mesmo dia, meu almoço tinha sido feijoada. Cheguei a pensar que o restaurante era ruim, pois não senti gosto de nada. Alerta: febre, anosmia, disgeusia, dores no corpo e cansaço. Sim, neste último sintoma já ficava cabisbaixo e mal-humorado com as dores nas juntas, parecia que eu nunca tinha ido a uma academia e no primeiro dia de treino, peguei pesado (tal qual). Os olhos ardiam como se fossem saltar do rosto”, contou.
A essa altura, Iury precisou cancelar seus compromissos profissionais, mesmo que em home office, em decorrência do cansaço e falta de energia que já o atingira. Foi, então, que percebeu que sua saúde realmente não estava bem e pensou que, de fato, poderia ser Covid-19. Como as consultas médicas presenciais estavam suspensas por conta da pandemia, e as consultas via videoconferência somente tinham vaga para 12 dias depois, Lupaudi resolveu pedir a um amigo médico que solicitasse um exame para detectar a doença. “Recorri então ao “jeitinho brasileiro” e liguei para um amigo médico e ele, gentilmente, me passou, mas para tal, teria que ir no seu consultório, passar o dedo na máquina para liberar o sistema de pedir exames. Nesse período, os casos aumentando, gente morrendo, sem remédios, sem vacina, etc (nada muito diferente dos dias de hoje, só mais casos e mais mortes). O fato é que consegui fazer o exame e, para saber detalhes do meu organismo, mesmo tendo plano de saúde, tive que pagar R$ 300 para conseguir saber meu IgG e IgM”, disse.
Lupaudi fez o teste no dia 21 de maio, confirmando o diagnóstico que ele mais temia. "O resultado saiu dia 25/05 – [ IgG REAGENTE E IgM REAGENTE ]. O que eu fiz? Rezei, chorei e fui para o google. Que drama Iury, chorar? Sim, pois moro sozinho, tinha acabado de receber um diagnóstico de uma doença desconhecida que, no dia do resultado, já eram 1.594 casos confirmados e 42 mortes, isso mesmo. Até nesse momento eu queria estar somente nos casos confirmados e muito otimista dos recuperados”, afirmou.
A partir daí, sempre em contato com sua médica infectologista Maíra Bordignon Quadros, que decidiu não receitar medicamentos, visto que seu sistema imunológico estava reagindo bem no combate ao vírus, Iury continuou apenas fazendo uso do polivitamínico.
Embora tenha sentido muito medo, angústia e solidão naquele momento tão difícil, o jornalista diz que sua fé e o amor de sua família foram essenciais no seu restabelecimento. “A síndica do prédio e todos os meus companheiros de trabalho foram compreensivos e atenciosos. A fé em Deus e o carinho incondicional que recebi da minha mãe e de minhas irmãs foi o melhor remédio que pude tomar. Ver a minha cachorrinha me lamber e me olhar com uma cara de que “tudo vai dar certo”, me emocionava. Receber fotos e vídeos da minha Cacá pelo Whatsapp (mesmo sem responder por estar triste e abatido), fazia com que meu dia valesse a pena. Ouvir minha mãe dizer que enfrentava a doença e vinha ficar comigo a qualquer preço, me fez sentir o ser humano mais amado da Terra”, argumentou.
Neste período, um fato inusitado aconteceu: recebeu uma ligação de seu pai, com quem não falava há anos, que o transbordou de alegria. “Um acontecimento atípico liquidificou todos os meus sentimentos. Em meio a uma consulta de telemedicina, meu telefone toca e o DDD é 61. Achava que era mais uma daquelas ligações de cobranças de gente que nem conhecemos. Mas ao dizer “alô”, a voz não era desconhecida. Era o meu pai, que depois de 7 anos sem nos falar, demonstrou preocupação e empatia pelo que eu estava passando. O meu coração só transbordou de afeto e felicidade. Parecia que o tempo não tinha passado e que eu tinha todos que amo, mesmo fisicamente longe, conectados com o laço do amor", revela, emocionado.
Sua luta diária continuava, sempre tentando manter uma rotina saudável, ingerindo frutas, verduras e suco de limão com casca. Segundo ele, foi um momento de muita reflexão e aprendizado. “Desta pandemia, levo a palavra TRANSFORMAÇÃO. Sim, em momentos tão cruéis, onde nada de material faz sentido, status profissional, dinheiro ou baladas, faz com que olhemos para nosso corpo deitado numa cama e a cada tosse achar que é um pedido de socorro pela vida”, pontuou.
Depois de tantos dias difíceis, finalmente logrou sua vitória contra o vírus. Com a experiência vivida, Iury destaca a palavra ‘amar’ como seu lema de vida. “Sim, amar independente de Covid. Amar o seu ‘eu’, sua saúde, saber que sua imunidade depende somente do equilíbrio e harmonia da sua mente e corpo. Saber que tudo passa, mesmo que seja para sua transformação e crescimento. Ame!", aconselha.
Com uma fé inabalável, Lupaudi agradece pela benção alcançada. “Hoje posso dizer que venci uma batalha, pois a guerra da vida é diária. Eu venci o coronavírus!”, finaliza.
Até o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Mato Grosso registrava 8.725 casos e 322 óbitos por Covid-19.
A seguir, o jornalista interpretou o texto de Adriana Giampietro como forma de gratidão e reflexão à sociedade.
Por Maísa Martinelli - 19 News
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