Cuiabá, 07 de Maio de 2024

CIDADES Sábado, 12 de Fevereiro de 2022, 11:49 - A | A

12 de Fevereiro de 2022, 11h:49 - A | A

CIDADES / SEM RELAÇÃO CAUSAL

Vigilância rebate médico e descarta reação neurológica em mulher de MT que tomou vacina

Thays Amorim
Única News



A Superintendência de Vigilância em Saúde do Estado rebateu em nota, divulgada na sexta-feira (11), o neurocirurgião Luiz Afonso Matos e descartou reação neurológica em uma mulher de 36 anos, em Sinop (a 498 km de Cuiabá), após tomar a vacina contra a Covid-19. O parecer inicial da investigação não apontou relação causal entre o diagnóstico de mielite transversa aguda (inflamação do sistema nervoso central que leva a sintomas como fraqueza muscular, dentre outros) e a imunização contra a Covid com o imunizante da Pfizer.

A equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) afirmou que não existem evidências na literatura para estabelecer uma relação causal.

“De forma simplificada, constatou-se os indicativos para descartar o caso como evento adverso pós-vacinal, restando apenas uma relação temporal entre a imunização e o diagnóstico da doença mielite transversa aguda”, aponta trecho da nota.

De acordo com a nota, a doença possui inúmeras causas, como pós-infecciosa, inflamação sistêmica ou doença multifocal. Contudo, a mais comum é a idiopática, ou seja, nenhum fator causal encontrado, que ocorre de modo espontâneo, sem nenhuma razão aparente.

“Em resumo: a mielite transversa aguda pode ser causada por processos pós infecciosos, inflamatórios, doença multifocal do sistema nervoso e as doenças que surgem espontaneamente, sem que a sua origem seja conhecida, sendo esta última a principal. Portanto, a identificação de um fator causal frente a esses casos é extremamente rara na medicina. Muitos dos eventos adversos são meramente associações temporais, não se devendo à aplicação das vacinas”, enfatizam os técnicos.

O órgão destaca que infecções causadas por microorganismos como o vírus da Herpes, HIV, dentre outros, podem levar a complicações que resultam no desenvolvimento da mielite. Doenças do sistema imunológico como lúpus, dentre outras, também estão associadas à mielite.

Um estudo aponta que entre os anos de 1979 a 2013, entre 64 milhões de doses de vacina, foram encontrados apenas 07 casos de mielite. “Essas taxas relativamente baixas são consistentes com a raridade dos eventos”, pontua a nota.

“O acima exposto está de acordo com evidências robustas na literatura médica, que documentam um risco substancialmente maior de desmielinização após infecções, em comparação com os diferentes tipos de vacinas. Assim, considerando que a desmielinização do SNC [sistema nervoso central] associada à vacina contra a Covid-19 ainda é relativamente baixa, os benefícios das vacinas superam os raros potenciais riscos de inflamação do SNC”, declaram.

A nota foi assinada pelo assessor técnico Roney Dias Damaceno, pela superintendente de Vigilância em Saúde Alessandra Cristina Ferreira de Moraes e pelo secretário adjunto de Atenção e Vigilância em Saúde Juliano Silva Melo.

O neurocirurgião Luiz Afonso Matos também notificou uma suposta reação neurológica em um adolescente de 13 anos. Contudo, não foram divulgadas informações sobre a investigação do caso.

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