Isabella França
Metrópoles
Mentir não é apenas um comportamento socialmente reprovável: exige um esforço mental maior do que dizer a verdade e pode, com o tempo, afetar a saúde emocional e a forma como o cérebro reage aos próprios atos. A prática repetitiva da mentira reduz a sensibilidade emocional, aumenta o risco de sofrimento psíquico e provoca reações físicas típicas do estresse, como taquicardia e sudorese.
Segundo a neurologista Natalia Nasser Ximenes, do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, e membro da Academia Americana de Neurologia, o ato de mentir envolve regiões importantes do cérebro, como os lóbulos frontais, os núcleos da base e a amígdala, associadas ao comportamento social e às emoções.
“Mentir exige um esforço cognitivo maior do que dizer a verdade. É preciso criar uma nova história, lembrar dessa versão e ainda guardar a verdade real. Tudo isso sobrecarrega o cérebro”, explica. A especialista destaca que, com o tempo, essas áreas podem se tornar menos sensíveis, tornando a mentira um ato cada vez mais automático.
Do ponto de vista psiquiátrico, o desgaste emocional também é expressivo. De acordo com André Botelho, psiquiatra do Hospital Sírio-Libanês, mentir de forma recorrente pode silenciar a culpa, um sentimento fundamental para manter os limites éticos e a identidade pessoal. “O cérebro vai se acostumando, e a emoção que antes incomodava vai sendo silenciada. O problema é que essa dessensibilização pode afastar a pessoa de sua bússola interna”, afirma.
Como a mentira afeta o cérebro?
Mentir sobrecarrega o cérebro porque exige criação e memorização de versões falsas da realidade.
Com o tempo, o cérebro se dessensibiliza e a culpa diminui, facilitando o hábito de mentir.
Mentiras constantes podem gerar sintomas físicos e emocionais, como ansiedade, insônia e taquicardia.
Em casos graves, a mentira compulsiva pode estar ligada a transtornos psiquiátricos e precisa de acompanhamento médico.
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