Agência Opinião e Notícia
Foto: Agência Brasil)
O ano de 2016 foi um ano conturbado. Atentados, impeachment d Dilma Rousseff e acidentes foram alguns dos eventos que marcaram os últimos 12 meses. Para relembrar, a Única separou alguns destes principais eventos, confira a lista dos principais acontecimentos de 2016.
Ciclovia Tim Maia:
Em abril deste ano, a ciclovia Tim Maia desabou no Rio de Janeiro, três meses após ser inaugurada. Com 3,9 km, a ciclovia ligava o Leblon a São Conrado, bairros nobres do Rio, beirando o mar. A ideia era criar um ponto para ser aproveitado por cariocas e turistas que viriam para as olimpíadas, em agosto. No entanto, a estrutura não tinha capacidade de aguentar fortes ressacas, uma grande falha do projeto.
“O problema é que não foi previsto no projeto essa força excepcional porque a onda levantou a ponte. Acho que foi uma falha de projeto. Só tem uma viga central praticamente, então, não tem resistência para o momento. São dois apoios, ele não conseguiu suportar esse esforço de rotação, devido a onda que bateu. Foi falha de concepção do projeto”, disse o engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ Antônio Eulálio, em entrevista dada à Globo News, logo após o desabamento.
Em abril deste ano, a ciclovia Tim Maia desabou no Rio de Janeiro, três meses após ser inaugurada. Com 3,9 km, a ciclovia ligava o Leblon a São Conrado, bairros nobres do Rio, beirando o mar. A ideia era criar um ponto para ser aproveitado por cariocas e turistas que viriam para as olimpíadas, em agosto. No entanto, a estrutura não tinha capacidade de aguentar fortes ressacas, uma grande falha do projeto.
“O problema é que não foi previsto no projeto essa força excepcional porque a onda levantou a ponte. Acho que foi uma falha de projeto. Só tem uma viga central praticamente, então, não tem resistência para o momento. São dois apoios, ele não conseguiu suportar esse esforço de rotação, devido a onda que bateu. Foi falha de concepção do projeto”, disse o engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ Antônio Eulálio, em entrevista dada à Globo News, logo após o desabamento.
Impeachment:
No dia 31 de agosto deste ano, o Brasil presenciou o segundo impeachment presidencial da história do país. O Senado aprovou por 61 votos a 20 a deposição de Dilma Rousseff. Foi o final de um duro embate, com fervorosas defesas da Advocacia Geral da União, na época liderada por José Eduardo Cardozo.
Dilma foi acusada por crime de responsabilidade fiscal por atrasar repasses a bancos estatais para que as contas do governo fechassem o ano com superávit em vez de déficit. A prática ficou conhecida como “pedalada fiscal”.
Brexit:
Em junho deste ano, a União Europeia perdeu um dos seus principais membros. Abalado com a crise financeira e insatisfeito com as políticas de imigração adotada pelo continente europeu, o Reino Unido decidiu realizar um referendo popular para decidir se seguia como parte da União Europeia ou se abandonava o bloco.
A realização do plebiscito foi uma promessa do ex-primeiro-ministro britânico David Cameron, que atendeu a uma crescente pressão de parlamentares, incluindo de seu próprio partido, para levar a questão à consulta popular. A pressão ficou insustentável com a ascensão do partido de nacionalista Ukip.
Cameron era contra o plebiscito e a saída do Reino Unido do bloco europeu, mas levou a proposta adiante por achar improvável a vitória do “sair”. No entanto, foi exatamente o que aconteceu e Cameron renunciou.
No dia do referendo os britânicos responderam a seguinte pergunta: “Deve o Reino Unido permanecer como membro da União Europeia ou sair da União Europeia?”. Como opções de respostas havia as palavras “permanecer” e “sair”. Semanas antes da votação essas palavras criaram dois grupos opostos no país.
De um lado, estavam os adeptos do Brexit, termo feito da junção da palavra britain (Reino Unido, em inglês) e exit (saída, em inglês), que remete ao Grexit, criado em 2012, quando se discutia a saída da Grécia da zona do euro. Do outro lado, estavam os adeptos do Bremain, junção da palavra britain e remain (permanecer) que nunca ganhou popularidade.
Para surpresa de Cameron, em 26 de junho, dia da votação, o “sair” venceu por 52% a 48% dos votos. Em 12 de setembro, Cameron cumpriu sua promessa e renunciou ao cargo. O Brexit acabou por mergulhar o Reino Unido em uma era de incertezas econômicas.
Atentados pelo mundo:
Em janeiro, quatro extremistas invadiram uma universidade no noroeste do Paquistão e dispararam contra alunos e professores, deixando pelo menos 21 mortos no ataque.O ataque foi reivindicado pelo Talibã.
No mesmo mês, um ataque realizado por homens armados deixou pelo menos 20 mortos em um restaurante na costa da cidade de Mogadíscio, capital da Somália.O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista al-Shabab, que tem ligações com a al-Qaeda.
Em março, ocorreram três explosões em Bruxelas: duas no aeroporto internacional da capital belga, e, cerca de uma hora depois, uma na estação de metrô de Maalbeek, no centro da cidade, perto de prédios da União Europeia. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques. Pelo menos 34 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas.
Em junho, um homem armado abriu fogo na casa noturna Pulse, uma boate gay na cidade de Orlando, nos Estados Unidos. O Estado Islâmico reivindicou o ataque que resultou na morte de 50 pessoas e deixou outras 53 feridas.
Em julho, pelo menos 19 pessoas morreram em um ataque a facadas numa clínica de deficientes em Sagamihara, no Japão. O suspeito se entregou e foi preso.
Ainda neste mês, uma explosão em frente a um restaurante em Ansbach, na Alemanha, deixou um morto e doze feridos. Segundo a polícia, o morto seria a pessoa que explodiu o artefato, um refugiado sírio de 27 anos.
A Arábia Saudita também foi atingida por uma série de ataques suicidas, dois dias antes do fim do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.
Além disso, 84 pesoas morreram e mais de cem ficaram feridas depois de serem atropeladas por um caminhão que invadiu a queima de fogos em celebração ao Dia da Bastilha, em Nice, na França.
Em setembro, uma bomba explodiu em Nova Jersey, sem deixar feridos, no lugar marcado para uma corrida de rua. À noite, uma bomba caseira colocada na lixeira explodiu deixando 29 pessoas feridas no centro de Manhattan, em Nova Iorque.E no mesmo dia, um homem esfaqueou nove pessoas em um centro comercial de Saint Cloud, em Minnesota.
No mesmo mês, um comboio de ajuda humanitária das Nações Unidas e do Crescente Vermelho que levava suprimentos para milhares de sírios foi bombardeado. Pelo menos 20 pessoas morreram. A Rússia e a Síria negaram a responsabilidade do ataque.
Em outubro, um ataque contra uma academia de polícia na cidade de Quetta, no Paquistão, deixou pelo menos 62 mortos e mais de cem feridos.
O Estado Islâmico realizou três ataques em menos de quatro meses em Aden, no Iêmen. No último deles, em dezembro, um homem-bomba se explodiu, enquanto soldados esperavam em uma fila para receber seus salários perto de uma base militar.
Em dezembro, um homem sequestrou um caminhão e atropelou pessoas numa Feira de Natal em Berlim. A ação resultou em 12 mortos e 48 feridos.
Dengue, zika e chikungunya:
Todo verão, o país sofre com o aumento de número de casos de dengue transmitida pelo mosquito Aedes Aegipty. Este ano, no entanto, o mosquito deu início a outros dois surtos: a zika e a chikungunya.
A zika infectou mais de 200 mil este ano, enquanto a chikungunya infectou mais de 230 mil. A dengue registrou o maior número de infecções, com mais de 1,4 milhão de casos.
A epidemia de zika deu início a um surto de microcefalia que fez o país decretar emergência em saúde pública. Foram registrados mais de 2 mil casos de bebês nascidos com má formação congênita. O temor de contrair a doença fez o estoque de repelentes sumir das prateleiras das farmácias. O surto ganhou repercussão nacional e turistas em viagens par ao Brasil foram alertados.
Olimpíadas do Rio:
os dias 5 a 21 de agosto, o Rio de Janeiro sediou as Olimpíadas de 2016. Os jogos ocorreram em meio ao caos do país e da cidade. O cenário era complicado, principalmente, na política e na saúde. O processo de impeachment contra Dilma Rousseff estava acontecendo, enquanto os casos de dengue, zika, chikungunya e microcefalia assustavam a população. Teve até gente, como o pesquisador americano Lee Igel, pedindo o adiamento ou o cancelamento dos Jogos. Para piorar, devido à crise econômica, os jogos sofreram um corte de R$ 900 milhões no orçamento.
O revezamento da tocha foi quase uma odisseia. No episódio mais triste, uma onça que fazia parte da cerimônia da tocha em Manaus escapou e acabou sendo abatida. Depois disso, teve gente caindo com o símbolo olímpico e até gente se empenhando para apagá-la com balde de água e extintor de incêndio.
No âmbito esportivo, a polêmica ficou por conta da Rússia, após um relatório da Agência Mundial Anti-Doping confirmar o uso sistemático de substâncias ilegais por atletas da delegação sob a tutela do governo. Após uma ameaça de banimento dos atletas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) orientou as federações de cada esporte a determinar quem poderia ou não participar das Olimpíadas.
No final das contas, as Olimpíadas do Rio foram um sucesso, contrariando os mais pessimistas. O evento foi elogiado internacionalmente. O próprio presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que os Jogos foram icônicos e que, se pudesse, traria o evento novamente para o Rio.
Prisões de políticos:
Com o cenário político conturbado, o ano de 2016 contou com diversas investigações, conduções coercitivas e prisões. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, foi preso preventivamente em setembro em um hospital onde sua esposa operava para retirar um câncer. No entanto, o juiz federal Sérgio Moro revogou a prisão logo em seguida. O ex-ministro Antonio Palocci foi preso temporariamente também em setembro em uma das fases da Operação Lava Jato.
Em outubro, o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) foi preso em Brasília, acusado de receber propina na aquisição de um campo exploratório de petróleo em Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
Em novembro, o ex-governador do Rio de Janeiro e atual secretário de governo de Campos dos Goytacazes, interior do estado, Anthony Garotinho, foi preso pela Polícia Federal em uma das fases da Operação Chequinho, que investiga o uso do programa social “Cheque Cidadão” para comprar votos nas eleições municipais do dia 2 de outubro.
No dia seguinte a prisão de Garotinho, foi a vez do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Ele é suspeito de envolvimento em um esquema que teria desviado mais de R$ 220 milhões de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do estado do Rio. Cabral foi alvo de dois mandados, um da Operação Calicute e o outro da Operação Lava Jato.
A esposa de Cabral, Adriana Anselmo, foi alvo de alvo de condução coercitiva pela Operação Calicute, e foi presa no início de dezembro. O Ministério Público Federal denunciou Cabral, Adriana e outras 11 pessoas pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.
O ex-presidente Lula se tornou réu pela quinta vez em dezembro, sendo três pela Operação Lava Jato. Na última denúncia, o Ministério Público Federal sustenta que Lula teria participado “conscientemente do esquema criminoso” que lesou a Petrobras e beneficiou a Odebrecht, além de outras construtoras, durante o seu governo, “inclusive tendo ciência de que os diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos”.
Acordo de paz na Colômbia:
Em setembro deste ano, o governo da Colômbia firmou um histórico acordo de paz com as Farc, colocando fim a 52 anos de conflito. O acordo foi resultado de quatro anos de negociações.
O acordo determinou o desarmamento completo dos guerrilheiros e a renúncia de qualquer ligação com o narcotráfico. Já o governo se comprometeu a iniciar uma reforma agrária para a população e a anistiar os guerrilheiros envolvidos no conflito.
Em outubro, o acordo foi submetido a referendo popular. Para surpresa de todos, a população colombiana rejeitou o acordo de paz. Semanas depois, um novo acordo, com pequenas mudanças, foi aprovado pelo Congresso do país.
O acordo de paz com as Farc rendeu ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o prêmio Nobel da Paz deste ano.
Furacão Matthew:
Em outubro, o furacão Matthew atingiu o Haiti, deixando um rastro de devastação no país. Mais de mil pessoas morreram e cerca de 1,4 milhão ficaram desabrigadas.
O furacão, de categoria 4, de um total de 5 na escala Saffir-Simpson, provocou chuvas torrenciais com ventos de até 233 km/h. Foi uma das maiores tempestades a atingir o Caribe em décadas. A tragédia foi um revés no Haiti, que vinha se recuperando da epidemia de cólera. Com as inundações, o número de casos tornou a subir.
Eleição de Trump:
Depois de uma campanha polêmica, o republicano Donald Trump surpreendeu ao vencer a eleição presidencial dos Estados Unidos, que ocorreu no dia 8 de novembro. Esta é a primeira vez que o país vai ser liderado por um magnata do ramo do entretenimento sem qualquer experiência política.
A democrata Hillary Clinton era quem liderava as pesquisas. Apesar de Hillary Clinton ter recebido quase que 2,9 milhões de votos a mais do que o republicano no pleito popular, Trump foi o escolhido pelo colégio eleitoral americano.
Classificado como anti-imigrante e machista, Trump foi alvo de várias denúncias de abuso sexual durante a campanha. No dia seguinte à eleição, milhares de pessoas foram para as ruas em dezenas de cidades americanas para se manifestar. A CIA e o FBI concordaram que a Rússia tentou ajudar a eleição de Trump. Após o presidente eleito dizer que esta possibilidade era “ridícula”, a equipe de Trump considerou admitir a intervenção.
Tragédia da delegação Chapecoense:
O avião que transportava a equipe de futebol Chapeconse para Medellín caiu na Colômbia no dia 29 de novembro. Esta foi a maior tragédia da história envolvendo uma delegação esportiva. O avião, que transportava atletas e dirigentes da Chapecoense, além de vários jornalistas brasileiros, bateu contra o solo em uma montanha a 250 km/h, velocidade considerada baixa e o motivo por ter havido sobreviventes.
Das 77 pessoas que estavam no avião, apenas seis sobreviveram, sendo três jogadores, um jornalista e dois comissários de bordo. As investigações revelaram que uma funcionária do aeroporto de Santa Cruz de la Sierra alertou um representante da LaMia que a quantidade de combustível no avião que caiu poderia ser insuficiente para chegar em Medellín. Celia Castedo teria alertado que, no caso de uma emergência, não haveria como pousar em outro aeroporto. O avião em questão já tinha feito outras quatro viagens em que quase chegou ao destino no limite máximo de sua autonomia sem reabastecimento, segundo o site especializado em tráfego aéreo Flight Radar.
O próprio diretor da companhia admitiu ao jornal Pagina Siete que o avião deveria ter sido reabastecido na cidade boliviana de Cobija, antes de seguir viagem para Medellín. O diretor-geral da companhia aérea boliviana LaMia, Gustavo Vargas Gamboa foi preso no início de dezembro. Depois que as autoridades colombianas confirmaram que o avião da LaMia estava sem combustível ao cair, o governo da Bolívia culpou a companhia aérea e o piloto Miguel Quiroga pela tragédia.
Ocupações escolares:
Ao longo de 2016, o tema da educação viveu momentos intensos com as ocupações escolares por todo o país. Nos primeiros meses do ano, estudantes do ensino médio se mobilizaram para ocupar colégios estaduais em protesto contra a administração do ensino público. As pautas do movimento estudantil iam de melhorias na infraestrutura até o fim de modelos de gestão terceirizada.
No entanto, as ocupações ganharam ainda mais força após a posse definitiva do presidente Michel Temer e suas propostas para a educação brasileira. Com a tramitação da Medida Provisória (MP) que reformula o Ensino Médio – retirada da obrigatoriedade de algumas disciplinas, ampliação da carga horária e estabelecimento do turno integral – e da Proposta de Emenda Constitucional que limita dos gastos públicos, o movimento estudantil se expandiu para as universidades.
O impacto foi sentido no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que foi adiado em locais onde as ocupações estavam presente (que chegaram a quase mil escolas e mais de 190 universidades).
Mesmo diante deste cenário de protestos, tanto a MP do Ensino Médio como a PEC do teto de gastos públicos seguem avançando e estão próximas de serem concretizadas.
Obituários:
O ano de 2016 foi marcado pela morte de várias personalidades. Em janeiro, morreu o cantor e compositor britânico David Bowie e o cineasta italiano Ettore Scola; em fevereiro, a escritora americana ganhadora do Premio Pulitzer de Ficção Nelle Harper Lee e o escritor italiano Umberto Eco; em março, morreu a ex-primeira-dama dos EUA Nancy Reagan; em abril, o cantor e compositor americano Prince, em maio, o cantor brasileiro Cauby Peixoto; em junho o pugilista americano Muhammad Ali; em julho o cineasta argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco e o escritor e ativista romeno Eli Wiesel; em agosto, a atriz e apresentadora Elke Maravilha; também em agosto, morreu o dirigente esportivo ex-presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa) João Havelange e o cirurgião plástico Ivo Pitanguy; em setembro, morreu o dramaturgo americano Edward Albee; em outubro, morreu o capitão da seleção de 1970 Carlos Alberto Torres; em novembro morreram o cantor e compositor canadense Leonard Cohen e o líder da Revolução Cubana Fidel Castro; em dezembro foi a vez do poeta Ferreira Gullar, do cantor americano ícone do ativismo gay George Michel e da atriz Carrie Fisher, que interpretou a princesa Leia no filme Star Wars.
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