Ari Miranda
Única News
Na decisão judicial que mandou o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra (57), de volta à cadeia, a juíza da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, Ana Graziela Vaz, apontou que o duplo homicida descumpriu por 7 vezesem um único mês, a decisão que autorizou sua prisão domiciliar, em novembro do ano passado.
Carlinhos Bezerra, que é filho do ex-governador e ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), foi preso em 18 de janeiro de 2023, horas após matar a tiros sua ex-namorada, Thays Machado (44), e o namorado dela, Willian César Moreno (30), no bairro Alvorada, em Cuiabá.
RELEMBRE O CASO:
- Carlinhos Bezerra rastreava passos da ex-namorada há mais de 1 ano
- Filho de Bezerra alega que diabetes causou "descompensa emocional"
No entanto, a Justiça concedeu o direito à prisão domiciliar em 18 de novembro do ano passado, ocasião em que ele saiu da Penitenciária Major Eldo Sá, a “Mata Grande”, em Rondonópolis (218 Km de Cuiabá), mediante o uso de tornozeleira eletrônica, após sua defesa alegar que ele necessitava de cuidados especiais, devido a um quadro de diabetes.
De lá, o empresário veio para a capital, onde deveria ficar 24 horas dentro de casa, no bairro Jardim Cuiabá e, sempre que necessário fazer uma saída, deveria informar com antecedência à Justiça.
Todavia, consta no documento que pediu a prisão de Carlinhos, que 11 dias depois de deixar a prisão, em 29 de novembro, ele quebrou pela primeira vez a medida judicial. Rastreado por tornozeleira, o empresário teria ficado por 12 horas fora de casa, sem autorização judicial, em um endereço na região da Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá – distante aproximadamente 5 quilômetros de onde ele deveria estar.
QUEBRAS CONSECUTIVAS
Já em fevereiro deste ano, segundo a Justiça, Carlinhos Bezerra quebrou a prisão domiciliar novamente, desta vez por sete vezes seguidas, nos dias 1º, 9, 15, 16, 22, 23 e 26 do mês, se deslocando por diversas regiões e bairros da capital. Na quinta-feira passada (22/02), o empresário teria ficado 24 horas fora de sua residência.
Em uma dessas saídas, Carlinhos Bezerra foi flagrado na companhia de seguranças armados, fazendo compras em um supermercado da capital, fato que teria ocasionado o pedido de retorno do réu à prisão, pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), e que foi deferido pela Justiça Estadual.
“(...)ficou demonstrado que a prisão domiciliar em razão de extrema debilidade [por conta da diabetes] e as medidas cautelares, se tornaram inócuas, principalmente pelo fato do requerido [Carlinhos Bezerra] descumpri-las reiteradamente, o que, por si só autorizaria a revogação da prisão domiciliar”, destacou a juíza Ana Graziela Vaz na decisão.
“Assim, fica demonstrada que a liberdade do denunciado continua a representar grande risco para a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal, sendo certo que, neste caso, a manutenção de medidas diversas da prisão não se mostram suficientes para a garantia pretendida diante do renitente descumprimento pelo requerido das condições a ele impostas pelo regime de prisão domiciliar”, completou a magistrada.
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