03 de Maio de 2025
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JUDICIÁRIO Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2023, 15:20 - A | A

18 de Dezembro de 2023, 15h:20 - A | A

JUDICIÁRIO / "CHACINA DE SORRISO’

Justiça acata denúncia e torna réu pedreiro que estuprou e matou mãe e filhas

Gilberto dos Anjos, o “maníaco de Sorriso”, foi denunciado pelo Ministério Público na última sexta-feira (15)

Ari Miranda
Única News



Reprodução/JK Notícias

ESTUPRADOR SORRISO GILBERTO

 

O juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal de Sorriso (397 km de Cuiabá), acolheu a denúncia contra o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos (32) que confessou ter estuprado e matado mãe e 3 filhas, no dia 24 de novembro.

O assassino foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) na última sexta-feira (15) por quatro homicídios qualificados e três estupros, no crime que chocou o país e ficou conhecido nacionalmente como a “chacina de Sorriso”.

Na chacina, Gilberto matou a empresária Cleci Calvi Cardoso (46) e as filhas dela, Miliani (19) Manuela (13) e Melissa Calvi Cardoso (10). Das quatro vítimas, apenas a filha caçula não foi estuprada pelo maníaco, que degolou e estuprou as demais vítimas enquanto elas ainda agonizavam.

Além da qualificadora de feminicídio, já que os crimes foram praticados com menosprezo e discriminação à condição de mulher, o MP entendeu que os quatro homicídios também foram cometidos de forma cruel, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, para assegurar a execução e garantir a impunidade de outro crime.

Gilberto ainda foi qualificado por outros dois crimes, contra menores de 14 anos de idade. O criminoso também poderá ter sua pena aumentada, pois os crimes foram praticados na presença de ascendente e descendente das vítimas.

A DESCOBERTA

O crime foi descoberto no dia 27 de novembro, uma segunda-feira, após a Polícia Militar ser acionada por vizinhos sobre o desaparecimento das vítimas. Cleci e a filha Miliani, de 19 anos, foram encontradas caídas no corredor da casa. Já os corpos de Manuela e Melissa, de 13 e 10 anos, estavam no quarto. Segundo a perícia, três delas estavam sem roupas.

A Polícia Civil chegou ao criminoso após receber denúncias. Gilberto continuava trabalhando normalmente na obra ao lado da cena do crime, como se nada tivesse acontecido, demonstrando o grau de frieza do assassino.

Devido à repercussão da chacina e a revolta gerada entre a população sorrisense, temendo uma invasão popular à Delegacia de Sorriso para linchar e matar Gilberto, a Polícia Civil decidiu pela transferência do assassino, que foi levado no helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer) da PM, para um presídio, na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá). Em seguida ele foi transferido para a Penitenciária Central do Estado.

A INVESTIGAÇÃO

Para chegar ao paradeiro do autor da chacina, os investigadores agiram rapidamente, percorrendo uma sequência de pistas, que os levaram ao pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos.

Os investigadores chegaram ao pedreiro através da checagem de documentos dos pedreiros e serventes que trabalhavam no local.

“Descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de prisão em aberto. Sem informar isso ao preso, iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão [Gilberto] estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo”, explicou o delegado Bruno França.

CRIMINOSO FRIO

Durante o interrogatório, a Polícia Civil descobriu que Gilberto estava morando no local de trabalho. Em seguida, os investigadores encontraram uma pegada de chinelo, que colocou o pedreiro como o principal suspeito.

“A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e o do rapaz deu uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime”, disse França.

Outra prova que indicava o pedreiro como autor da chacina era uma falha no seu cabelo, como se tivesse sido arrancado.

“Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo e, considerando que a vítima [Cleci] tinha arrancado muito cabelo do agressor, nós confrontamos ele com as informações e ele imediatamente já confessou ser o autor do crime”.

Agindo como um criminoso em série, Gilberto levou da cena do crime roupas íntimas das suas vítimas, como uma espécie de “lembrança”, um “troféu do crime.

"Chegando na delegacia ele confessou o crime e entregou as roupas que usou para cometê-lo. [Também] entregou as roupas íntimas das vítimas, que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime", explicou o delegado.

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