Ana Adélia Jácomo
Karine Campos
Única News
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que teve a filha assassinada em um feminicídio encomendado pelo ex-marido, acusou a Justiça de Mato Grosso de ser lenta.
Em entrevista nesta quarta-feira (18), Cattani expressou sua indignação com a demora nos julgamentos de casos de crimes bárbaros, citando o próprio sofrimento e o emblemático caso de Sorriso, onde uma família inteira foi brutalmente assassinada e o julgamento levou dois anos para ser marcado.
"Falta de justiça mesmo, né? Nós temos aí uma ação muito rápida para desvendar o caso, mas aí fica empacado na justiça, nunca sai, nunca é julgado. É sempre uma tortura para a família", desabafou o parlamentar.
Ele ressaltou que, enquanto o julgamento não ocorre, o réu permanece "inocente", mesmo que a autoria do crime seja de conhecimento público.
Pena máxima para ex-genro
A expectativa do deputado é pela pena máxima para o assassino de sua filha, embora admita que "mesmo assim não satisfaz o que aconteceu conosco".
Raquel Cattani, de apenas 26 anos, foi encontrada morta com cerca de 30 facadas na residência onde vivia, na região do Pontal do Marapé, em Nova Mutum em 19 de julho de 2024.
Reprodução/Internet

A produtora rural e empresária Raquel Cattani foi morta em casa.
O corpo da jovem empresária, que se dedicava à produção de queijos artesanais, foi descoberto na manhã seguinte ao crime por sua própria mãe. Raquel deixou dois filhos pequenos. Romero Xavier, ex-marido da empresária e o irmão dele, Rodrigo Xavier, foram presos no dia 24 de julho como suspeitos de serem mandante e executor do crime, respectivamente.
Feminicídios em MT
Segundo o deputado, o aumento alarmante de feminicídios e outros crimes violentos em Mato Grosso tem uma causa pouco discutida: a crise dos valores familiares.
Cattani diverge da narrativa que foca apenas no machismo, argumentando que a solução passa pelo fortalecimento dos laços familiares e o respeito mútuo.
"Nós precisamos é combater a causa, mas poucas pessoas falam sobre a causa, do que realmente leva essas coisas a acontecerem (...) uma pessoa que mata seus filhos, mata sua esposa, depois se mata... essa pessoa não teme a lei".
Cattani defende que o cerne do problema reside na banalização da família. "No meu entendimento, precisamos fortalecer muito a questão familiar, que hoje, infelizmente, está sendo banalizado, né? Precisamos voltar e fazer algumas políticas públicas para que a família seja valorizada", pontuou.
Ao ser questionado sobre o machismo, o deputado defende que a violência não é exclusiva de gênero, citando casos de homens assassinados. "Se você olhar quantos homens morrem... não é questão de ser maioria ou maioria, é uma coisa fora da regra, é uma coisa fora da curva", argumentou.
Para ele, a questão é de "respeito à família, questão de as pessoas se amarem mais, se gostarem mais", buscando sempre uma resolução amigável para os conflitos.
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