Ari Miranda
Única News
A Justiça de Mato Grosso acolheu requerimento do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e determinou a revogação de uma autorização de trabalho externo, concedida ao médico Fernando Veríssimo de Carvalho, que em 2018 matou a namorada, a médica veterinária Beatriz Nuala Soares Milano.
O crime aconteceu em 2018 na cidade de Rondonópolis (218 Km de Cuiabá). O homem foi condenado em 2021 a 31 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado por homicídio qualificado e aborto sem consentimento, visto que a vítima estava grávida.
Fernando estava trabalhando na área de medicina, junto à Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), no bairro Vila São José. Contudo, no pedido de revogação, o promotor de Justiça Reinaldo Antonio Vessani Filho fez vários questionamentos acerca da autorização que havia sido concedida ao réu.
Conforme o promotor do MP, no período em que esteve exercendo a medicina na Coder, Fernando Veríssimo realizou 33 saídas não autorizadas e outros deslocamentos irregulares entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, mostrando que, apesar do crime que cometeu, o médico estaria se valendo do benefício para seguir sua vida “normalmente”.
Após o pedido, a Justiça determinou que Fernando seja ouvido de forma virtual no dia 29 de agosto, com a presença de sua defesa, para análise da aplicação de falta grave ou não pelos descumprimentos comprovados das regras para o trabalho externo.
Para que não perca o benefício e possa remir sua pena, a Justiça sugeriu à direção da Penitenciária Major Eldo Sá, a “Mata Grande” em Rondonópolis que seja informada a possibilidade de o réu trabalhar internamente no setor de saúde da unidade prisional.
O CRIME
Beatriz Nuala Soares Milano foi morta no dia 23 de novembro, no bairro Vila Aurora I, na mesma noite em que foi pedida em casamento por Fernando.
A vítima e o condenado se conheceram em 2017 e viviam uma relação conturbada. Contudo, a situação de "Bia", como era carinhosamente conhecida pelos amigos, piorou dois meses antes do crime, em setembro de 2018, quando a médica veterinária descobriu que estava grávida do namorado, que não se interessou pela gestação, chegando até mesmo a questionar a paternidade do bebê.
Fernando se mostrava uma pessoa ciumenta e de temperamento explosivo e imprevisível, segundo os autos. Beatriz já estava com medo do acusado e chegou a pedir para que familiares de São Paulo fossem visitá-la em Rondonópolis.
No dia do crime, para comemorar 10 meses de namoro, Fernando levou a então namorada para jantar em um famoso restaurante da cidade, momento em que pediu a pediu em casamento. Após chegarem em casa, o médico matou a mulher com "perversidade e torpeza", com golpes na cabeça.
Ele arrumou o corpo da vítima na cama e permaneceu o resto na noite bebendo e assistindo TV até o amanhecer, quando anunciou a morte de Beatriz aos serviços médicos e às autoridades, destacando que seria uma morte natural.
O médico foi preso em dezembro de 2018, na casa dos pais em Ribeirão Preto (SP).
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