Ari Miranda
Única News
Na decisão em que decretou a prisão preventiva do médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello (29), o juiz Guilherme Carlos Kotowicz, da Vara Única de Guarantã do Norte (708 Km de Cuiabá) destacou que o suspeito, apontado como autor do assassinato de sua namorada, a adolescente Ketlhyn Vitória de Souza (15) é uma pessoa “contumaz na prática de condutas violentas” dentro de relacionamentos amorosos, demonstrando ainda “padrão de comportamento agressivo”.
Bruno teve a prisão mantida na tarde desta terça-feira (6) após audiência de custódia no fórum da cidade, após ser ouvido na Delegacia de Guarantã do Norte, onde confessou o crime, alegando que a namorada morreu após um disparo acidental de pistola 9mm na nuca, ocorrido dentro de seu veículo, na madrugada do último sábado (3).
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Na decisão, o magistrado disse que, mesmo não possuindo antecedentes criminais no âmbito da Lei Maria da Penha, Bruno já era alvo de uma medida protetiva, deferida pela Justiça Estadual a uma ex-companheira do médico no ano de 2022, denotando assim um grau de conduta violenta e abusiva no âmbito relacional.
“Em consulta aos sistemas de informação, verifica-se a existência de medida protetiva de urgência anteriormente decretada em desfavor do representado, evidenciando que o mesmo é contumaz na prática de condutas violentas no âmbito das relações íntimas”, destacou Kotowicz na decisão.
“Tal histórico revela um padrão de comportamento agressivo, sinalizando risco concreto de reiteração delitiva. Por essas razões, sua liberdade compromete a ordem pública, tornando-se indispensável a decretação da prisão preventiva, não apenas como medida de contenção, mas como forma de interromper a continuidade de condutas lesivas”, completou o juiz.
Além das condutas violentas, o magistrado ressaltou que viu com estranheza a fuga de Bruno do hospital logo após a confirmação da morte de Ketlhyn, asseverando que tal postura não condiz com a conduta de alguém que está realmente disposto a colaborar com as investigações e a Justiça.
“(...) evidencia não apenas o preenchimento dos requisitos legais para a prisão preventiva, mas também a urgente necessidade de sua decretação, a fim de assegurar a ordem pública e garantir a aplicação da lei penal”, escreveu.
“Diante da gravidade do delito e das circunstâncias que o envolvem, a prisão preventiva revela-se não apenas adequada, mas essencial para garantir a ordem pública. A atual condição de foragido do investigado, aliada à gravidade do crime, cometido com arma de fogo, em ambiente íntimo e, possivelmente, em contexto de violência doméstica, evidencia a ineficácia de medidas cautelares diversas da prisão”, decidiu o magistrado.
(Foto: Reprodução/Internet)

O casal Bruno e Kethlyn Vitória.
O CRIME
De acordo com o registro policial, eram 2h da manhã de sábado (3) quando a Polícia Militar foi acionada pela equipe médica do Hospital Nossa Senhora do Rosário, com a informação de que uma garota de 15 anos havia dado entrada após levar um tiro na cabeça, e que a jovem havia sido socorrida pelo namorado, o médico Bruno Felisberto.
Segundo a equipe médica, o médico teria chegado “visivelmente abalado” abalado, pedindo para que "salvassem a menina dele”, dizendo ainda que “não saberia viver sem ela”.
A equipe médica tentou reanimar Ketlhyn por cerca de 40 minutos, porém a garota não resistiu. Após a confirmação do óbito, conforme o boletim de ocorrência, Bruno teria se alterado, chegando até mesmo a tentar quebrar uma janela e a porta do hospital.
Após ter sua prisão mantida, ele foi levado para a Cadeia Pública de Peixoto de Azevedo (673 Km de Cuiabá), onde aguardará a conclusão das investigações do homicídio.
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