Christinny dos Santos
Única News
Cláudio Valadares dos Santos, Márcio Andrade dos Santos e Jucilene Batista Rodrigues, foram condenados pelo feminicídio da empresária Indiana Geraldo Tardett, que aconteceu em maio de 2021, no município de Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá). Cláudio foi o mandante do crime executado pelo casal, que simulou um ritual de magia ao cometer o crime.
Somadas, as penas do trio chegam a 63 anos e 8 meses de prisão.
Indiana foi encontra morta pela filha dentro de sua casa, localizada no bairro Parque das Emas. Ela estava com a cabeça coberta, o lado direito ensanguentado com um corte no pulso e segurando uma faca na mão esquerda.
A forma como o corpo da empresária foi encontrado indicava suicídio, no entanto, as autoridades que investigavam o caso desconfiaram quando tomaram conhecimento de que a vítima havia solicitado medida protetiva contra o companheiro, Cláudio, no dia 27 de junho.
Durante as investigações, a polícia apurou que Cláudio entrou em contato com Márcio, que era sacerdote de candomblé e conhecido como “Pai Baiano”, pois ele já prestava auxílio espiritual ao casal. Então confidenciou que o relacionamento estava insustentável e que não bastava apenas “desamarrar a relação”, mas sim “colocar Indiana no caldeirão do satanás”. O religioso pediu ajuda a Jucilene, que também atuava com rituais de candomblé, para executar o crime.
Eles foram até a casa da vítima entre os dias 30 e 31 de maio, sob o pretexto de ajudá-la a reatar o relacionamento e cometeram o crime.
O promotor de Justiça Samuel Telles Costa explica que o caso exigiu grande empenho institucional. “Sobretudo diante da tentativa dos réus de fraudar a cena do crime e dificultar a apuração dos fatos, inclusive com alegações infundadas de intolerância religiosa. A condenação representa a prevalência de provas legítimas sobre as tentativas de manipulação, sendo uma resposta à altura da gravidade dos crimes e o desfecho justo que a família da vítima aguardava há quatro anos”.
Motivação
Cláudio e Indiana mantinham união estável desde 2016 e eram sócios em uma empresa do ramo de manutenção de aeronaves. Ela era responsável pela parte financeira e gerencial, enquanto ele cuidava da parte operacional. Nos dias que antecederam o crime, o casal — que já vivia um relacionamento conturbado, marcado por traições — iniciou um processo de separação.
Por se considerar o único proprietário da empresa e detentor exclusivo dos direitos sobre o negócio, Cláudio queria se livrar da companheira a qualquer custo e, consequentemente, evitar a divisão igualitária do patrimônio.
Condenação
O júri durou 18 horas e 30 minutos. Todos os réus foram condenados por feminicídio qualificado por motivo torpe e dissimulação, além do crime de fraude processual, conforme denunciado pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Lucas do Rio Verde.
Cláudio Valadares dos Santos, que era marido da vítima, foi condenado a 24 anos de prisão; Jucilene Batista Rodrigues, a 21 anos; e Márcio Andrade dos Santos, a 18 anos e 8 meses. Com assessoria
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