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POLÍCIA Quinta-feira, 05 de Julho de 2018, 15:41 - A | A

05 de Julho de 2018, 15h:41 - A | A

POLÍCIA / TENTANDO APOSENTADORIA

Após 10º atestado, família de Rodrigo Claro teme que Ledur saia ilesa de morte

Claryssa Amorim



(Foto: divulgação)

RODRIGO CLARO.jpg

 

A tenente Izadora Ledur de Souza do Corpo de Bombeiros, acusada de praticar tortura durante as aulas do curso de formação de soldado, apresentou o 10º atestado médico ao Conselho de Justificação, que apura a conduta da oficial, após a morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos.

 

Rodrigo Claro morreu após passar mal durante o treinamento do 16º Curso de Formação, na Lagoa Trevisan, em novembro de 2016. Segundo depoimento de colegas, na aula, Rodrigo reclamou de dores de cabeça e exaustão, porém, a tenente não deu atenção e o obrigou a continuar com o treinamento.

 

(Foto: reprodução/IOMAT)

LEDUR ATESTADO.jpg

 

O novo atestado apresenta uma licença de 90 dias, sendo três meses para tratamento de saúde, contando do dia 14 de maio até 11 de agosto, deste ano. A informação consta no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, que circulou em junho. No atestado, Ledur alega que está com depressão, após a morte de Rodrigo. 

 

A família do Rodrigo Claro se diz inconformada com a situação de tantas apresentações de atestado e declara saber a intenção dela de tentar uma aposentadoria. Para o pai do aluno, o 2º tenente do Corpo de Bombeiros, Antônio Claro, a comissão de médicos do Estado, deve decidir acertadamente sobre a aposentadoria. 

 

“Se a Ledur alega que está passando por uma depressão, ela mesmo que provocou tudo isso em sua vida, através de atitudes e práticas não constantes no regulamento de instrução. Então que seja uma aposentadoria proporcional ao tempo de contribuição que ela possui na ativa e não uma aposentadoria integral”, argumentou o pai de Rodrigo Claro.

 

(Foto: reprodução/IOMAT)

PEDIDO DE AGREGAÇÃO LEDUR.jpg

 

No dia 14 de junho deste ano, Ledur apresentou o pedido de agregação de reforma por invalidez, caso seja completado mais de dois anos contínuos de agregação, observando os requisitos legais. O pedido foi feito depois de terem sido apresentados nove atestados de saúde, no período de um ano. Assim contando a partir do dia 20 de março de 2018 até março de 2019, somaria dois anos, respaldando a oficial  - pela Lei Complementar, nº 555, Art. 150 -, que caso seja completado dois anos contínuos de atestados, ela poderia se aposentar.

 

O Ministério Público Estadual (MPE) acusou Ledur por práticas de tortura durante o treinamento seguido de morte, apontando que apesar das dificuldades apresentadas pelo aluno nas atividades aquáticas, a tenente não se importou. 

 

Além da tenente, também foram acusados pelo MPE, por ignorarem a situação utilizando-se de métodos totalmente reprováveis para “castigar” os alunos, os militares Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Eneas de Oliveira Xavier.

 

“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso com diversas ofensas e xingamentos humilhantes à vítima menoscabando sua condição de aluno”, diz um trecho da denúncia do MPE.

 

Após um ano e três meses da morte do filho, o pai diz que espera justiça, pois ela não matou só Rodrigo Claro, mas sim a família toda. 

 

“O nosso sentimento é de muita tristeza, pois nessa longa caminhada, muitas pessoas se aproveitaram da morte do nosso filho, principalmente militares que hoje exercem altos cargos dentro do Corpo de Bombeiros. Esperamos justiça, pois se quiséssemos vingança com certeza já a teríamos praticado”, finalizou Antônio Claro.

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