Ari Miranda
Única News
Cinco pessoas morreram em confronto com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda (444 Km de Cuiabá), na madrugada deste sábado (28).
Segundo informações, o confronto ocorreu durante uma ação policial, deflagrada na área de garimpo ilegal, após uma chacina ocorrida na segunda-feira (23), onde quatro pessoas morreram e uma ficou ferida.
Logo na chegada dos agentes do Ibama e da PRF, as vítimas, que seriam “guaxebas” (seguranças) do garimpo, começaram a atirar contra as equipes, na tentativa de impedir a entrada deles na área. Todavia, os policiais reagiram e conseguiram atingiram os cinco homens, que morreram no local.
Com os suspeitos, os PRFs apreenderam um fuzil, uma submetralhadora, duas pistolas além de uma espingarda .12 e munições para as armas. Nenhum policial ou fiscal do Ibama se feriu na ação.
Além dos armamentos apreendidos pela PRF, após adentrarem a área, fiscais do Ibama destruíram 30 escavadeiras, 22 caminhonetes, dois caminhões, uma pá-carregadeira, 6 motocicletas, cerca de 5 mil litros de combustíveis, motores e equipamentos para 25 acampamentos de garimpeiros.
Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Pontes e Lacerda para exames de necropsia e identificação oficial.
(Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
A jovem Flávia Miranda, uma das vítimas da "Chacina do Sararé".
“CHACINA DO SARARÉ”
Quatro pessoas foram executadas na chacina, ocorrida na última segunda-feira (23), no Garimpo do Sararé. As vítimas foram identificadas como Flávia Melo Miranda Soares (20), José Roberto Ribeiro da Silva (19), Cleuber da Silva (17) e David Henrique França Lima (16). Além deles, Fábio Tavares Siriano (33), que era esposo de Flávia, também foi atingido pelos tiros, mas sobreviveu ao massacre.
Segundo boletim, a descoberta da chacina aconteceu logo após a equipe do Hospital Vale do Guaporé, em Pontes e Lacerda, acionar a Polícia Militar, com a informação de que um casal tinha sido “abandonado” na porta da unidade de saúde, feridos por disparos de arma de fogo.
De acordo com a equipe médica, Flávia e Fábio foram trazidos do Garimpo do Sararé e deixados no hospital por um grupo de pessoas, que chegaram em uma caminhonete Toyota Hilux, destacando ainda que ao ser deixada, a jovem já estava morta. Já o esposo dela passou por cirurgia e sobreviveu.
Após ser reportada pela PM sobre o crime, a Polícia Civil enviou equipes de investigação ao Garimpo do Sararé, para apurar os fatos e descobriram que o crime se tratava de uma chacina, localizando ainda os corpos das outras três vítimas, que foram identificadas posteriormente pela Perícia Oficial (Politec).
Conforme o delegado de Polícia Civil João Paulo Berté, responsável pelas investigações, a motivação da chacina teria sido uma disputa de território dentro da terra indígena para a garimpagem de ouro.
A Polícia Civil segue investigando o caso.
LUGAR ERRADO, HORA ERRADA
Investigações feitas no local do crime revelaram que Flávia Miranda era natural do estado do Acre, destacando ainda que a jovem tinha chegado recentemente ao garimpo, vinda da cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, para passar alguns dias com Fábio, que era seu esposo.
Em entrevista ao g1 Acre, Daniele Soares, irmã de Flávia, disse que a jovem havia se mudado para Porto Velho há cerca de um ano e estava casada com Fábio há oito meses, destacando que após se casar, a jovem fazia viagens frequentes à cidade de Pontes e Lacerda para ver o marido, que trabalhava no garimpo ilegal.
Daniele disse que sua irmã foi atingida com um tiro no pé e morreu no caminho até o hospital, após perder uma grande quantia de sangue.
Após a necropsia no IML de Pontes e Lacerda, o corpo de Flávia Miranda foi transladado de avião por uma funerária para Rio Branco (AC), onde foi velada e sepultada na quarta-feira (25).
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